01 (Prólogo)

2507 Words
O rosto do homem à frente todo sujo de tinta, que os filhos de Lauren Martínez haviam pintado. Não era primeira vez que eles faziam isso e a mãe tinha quase certeza que não seria a última.  — Assim não dá, Lauren, não quero ver essas pestes que você chama de filhos nunca mais e deveria educa-los melhor! — Jason até então "namorado" de Lauren, falou. — Deveria coloca-los em um colégio interno!  "Quem Jason pensava que era para mandar eu fizesse uma atrocidade dessas?"  Não precisava pensar muito para saber naquele momento quem ele era, um i****a e a partir dali também um dos ex-namorados, inúteis, dela. — Quem você está pensado que é para me mandar fazer algo, i*****l? — Lauren esbravejou. — Deixe de ser idiota... — fez uma pausa para logo falar, fazendo o homem arregalar seus olhos: — Acho que não tem como, não é?! Já que a ideia de pôr meus filhos no internato passaram por seu cérebro minúsculo!  — Você e essas crianças idiotas se merecem mesmo! — Jason falou, irritado.  Lauren não se conteve pelo que foi dito pelo homem e sua mão foi de encontro ao rosto do cretino. O que ele tinha de bonito tinha também de i****a. Por um lado a “brincadeira”, das crianças foi por uma boa causa. Mesmo assim eles não iriam se livrar de um castigo. — Nós merecemos mesmo... E agora saia da minha casa. — Lauren falou, empurrando-o em direção a porta da casa. — Mas uma coisa, ah! Seu cargo na empresa... — ele olhou fixamente para a mulher.  — Você não tem mais!  O homem quase caiu com o susto que tomou com a revelação. — Ma-mas você disse que relacionamentos não se misturavam com o trabalho! — dava para ver o nervosismo estampado em seu semblante. — Eu digo muitas coisas. — Lauren falou, encarando-o. — Diz mesmo... Pensei que me amava! — o homem falou, como se estivesse ficado triste, magoado. — Nunca disse isso! Mesmo que tivesse dito, essas palavras não seriam verdadeiras.  Lauren acabou com o orgulho de Jason com suas palavras, e acabou lembrando da única pessoa para quem falou às 3 palavras mais importantes de toda vida. Sem ser pressionada, falou para Dominique González. "Minha latina perfeita." Não mais dela! Nem um pouco na verdade, Lauren teve consciência disso em seguida.  — Ah! Tchau! — falou fechando a porta na cara do homem. Ele bateu na porta, na verdade esmurrou, pedindo perdão. Lauren foi para cozinha e se serviu de uma xícara de café. — Manuela, Laura, Melissa e Jake!  Ela chamou seus filhos em tom bravo. Mas a verdade sua vontade era de agradecê-los por ter espantado aquele cafajeste. Eles já estavam próximos, Lauren apostaria seu dinheiro todo que eles estavam escutando tudo. Melissa, Laura e Jake trigêmeos e os mais velhos. E a caçula Manuela, ela e Melissa são cópias de Lauren, não tem onde tirar nem por. Laura e Jake tem muito dos seus traços, mas também pegaram um pouco do pai. — Agora que a gente se ferra! — Laura falou mesmo que soubesse que tudo caia em cima do irmão. — A gente nada... Eu! — Jake retrucou. — Eu só vou fazer minha carinha de gatos de botas! — Manuela falou.  "Mas que garota marota!"  Isso com apenas quase 5 anos, Lauren conhece bem a genialidade dela e até sorriu com isso. — Para você é fácil, pequena! — Jake falou e bufou frustrado.  Logo estavam chegando até Lauren que se colocou séria novamente. — Vocês não aprendem, não é?! — falou, encarando-os. Abaixaram a cabeça fazendo-se de envergonhados, menos Melissa que estava com vergonha de verdade. Ela sempre foi doce como o apelido, a mais sensível e quieta entre os irmãos. Com seu jeitinho intelectual, estava sempre calada, não por falta de atenção da parte de Lauren ou dos irmãos. Jake e Laura sempre foram bem elétricos e gostavam de aprontar. Saem de casa como se fossem celebridades às vezes, o que Lauren acha um total exagero, mas não faz nada contra, se eles gostam assim tudo bem para si. E o que falar da Manu?! Só que é um excesso de fofura e sapeca até o último fio de cabelo. — Desculpa! — os 4 irmãos pediram juntos. — Sabem que isso só não vai adiantar, não é?! — Lauren falou e bufaram frustrados. — Vocês ficarão de castigo como das outras vezes, só que dessa vez vai ser um pouco diferente...  Os irmãos olharam quase desesperados para a mãe. — Ah, não, mãe! — Jake fez manha, antes mesmo de saber qual seria o castigo. — Mamãe! — Manu fez um bico muito fofo, que derreteu Lauren, mas a mesma não deixou transparecer. — Os três estão sem celulares por 2 meses e consequentemente sem o novo, Laura, que você tanto queria, e sem sair de casa nesse tempo também, só indo à escola e voltando.  Lauren falou, brava. Viu Laura passar a mão no rosto desesperada, Jake não gostou muito também, mas não ficou desesperado como a irmã, Mel pouco se importou aparentemente. Lauren revirou os olhos para reação de Laura, um pouco exagerada.  — Manu, por colaborar com isso, porque eu sei que colaborou, pequena... — a mãe fixou seu olhar na garotinha que deu de ombros com uma carinha sapeca. — Três semanas sem ir à casa do Dilan.  Manuela cruzou os bracinhos revoltada. Dilan é o filho mais novo de Aurora e Rachel (velhas amigas de Lauren), elas também têm a Jessy, de 14 anos. — Sabia que para ela não seria nada demais! — Jake resmungou.  Ele tinha razão, é impossível resistir a ela, doeu em Lauren dar esse castigo. Dilan é o melhor amigo dela, eles são muito unidos. Aprontam cada uma juntos, que só "Jesus na causa", como diria Alyce. — Sabia, Jake, ainda não concluí a ideia de te deixar sem andar de skate aqui em casa. — Ameaçou e o garoto ficou um pouco amedrontado. Ele é tão apaixonado por skate que fez Lauren construir uma pequena pista no quintal. — Não estou reclamando mais, concordo "plenamente" com o castigo! — Jake fez uma voz que nem a pessoa mais i****a do mundo acreditaria que estava falando sério. — Muito bem... — Lauren deu um sorriso vitorioso e o garoto revirou os olhos, uma mania dos Martínez. — Mais objeções?  — Sim! — as três irmãs responderam juntas. — Não! — Jake falou, "conformado". — Primeiro você, Laura. — Lauren falou, já até sabia o que esperar. — Dois meses é muito tempo! — falou com um olhar pidão e a voz melosa, não iria funcionar. Lauren achava que a garota tinha que sair um pouco do celular, quando não estava no celular estava fora de casa.  "Tem que conviver com os irmãos, não só com a "galera da escola!" — Concordo com ela, mãe! — Melissa falou, com sua voz um pouco rouca. Escutar sua voz era uma das melhores coisas que aconteciam no dia de Lauren, por ela falar tão pouco. — Concorda?! — Laura estava incrédula, com a resposta da irmã. Lauren também estranhou. — Sim! — Melissa respondeu, Laura sorriu. Não que elas discordassem de tudo, mas a verdade era de quase tudo. Na verdade Mel deixava a irmã fazer o que quisesse, quem discordava de quase tudo era Laura de tudo que a outra falava ou fazia. — Sinto muito, garotas, pensassem isso antes de fazer coisa errada. — Lauren deu de ombros. — Agora subam e se arrumem para escola, vou esperar vocês na mesa.  Bebericou um pouco do seu café que já estava um pouco r**m, por ter esfriado. Os mais velhos saíram, mas Manuela não, ela pulou chamando atenção de Lauren. — Mommy, eu não falei. — Ah! É verdade pequena.  — Injusto, foi tudo culpa sua! — Lauren pôde escutar por mais que Laura já estivesse distante. — Você quem deu essa ideia, i****a! — Jake retrucou. Logo uma correria e alguns gritos dos dois, acompanhados de sons de tapas. — Parem com isso ou mais um mês de castigo! — Lauren gritou fazendo dois pararem, abaixou frente à filha.  — Pode falar para mommy, Manu.  — Não quero ficar sem ver o Dilan! — fez um bico adorável. — Ô, princesa. — Lauren falou, derretida com a fofura da filha. — Você não vai ficar sem ver ele, o verá na escola todos os dias... E além disso você tem que dar um descanso à tia Aurora e à tia Rachel, elas estão cansadas de você fazendo bagunça na casa delas.  A Martínez tentou enrolar, para que não precisasse ceder. Se cedesse os irmãos iriam ficar com raiva e achar que ela protegia mais a caçula, o que era um pouco verdade, afinal era seu bebê. A menor ficou com um bico enorme, lindo ao ver da mais velha.  — Não faz assim, se não eu fico triste também. — Lauren imitou o ato da filha, Manu a abraçou apertado. "Que fofa não resistiu!" — Tudo bem, mommy, mas... Eu quero cookies! — falou e encarou com os olhinhos pidões. — Pode ser. — concordou e se levantei com a filha no colo. Foi até o armário e pegou um dos pacotes que haviam ali do biscoito pedido. — Não, mommy. — Manu olhou para mãe com olhos estreitos, em reprovação. — O que foi, princesa?!  — Quero que faça. — pediu pegando no rosto de Lauren, para que se olhassem. — Princesa, a mamãe não tem tempo e além do mais não sei fazer, podemos tentar juntas depois, o que acha? — primeiro seus olhinhos ficaram tristes e depois elas brilharam em expectativa, o que Lauren achou adorável. — Legal, mamãe! — beijou o rosto da mãe, deixando—a com um sorriso enorme. — Combinado então! — sorriu grande para Manuela. — Agora, princesa, vá tomar café da manhã para ir à escola. — Fez uma carinha triste quando Lauren falou da escola. — Não se esqueça, que na escola vai ver o Dilan. — Assentiu com a cabeça e saiu em dispara à sala de jantar, fazendo a mais velha rir de seu desespero por causa do amiguinho. ***** Dois meses e alguns dias depois. Laura e Jake estavam cada vez piores, não se importavam mais com o castigo mesmo Lauren falando em aumentar para mais alguns meses. Melissa estava mais calada que o normal, não fala nada geralmente, muito m*l um bom dia. Manuela andava meio triste, acanhada o que não era de seu feitio, e se deixasse passaria todos os dias na casa da família Davis-Green. — Bom dia, Aly! Lauren falou com sua amiga e também sua funcionária mais confiável. Ela cuidava da área de administração e finanças. — Bom dia, Lo! Alyce respondeu seguindo-a até a sala. Todas as meninas passaram a usar o apelido depois que Lauren teve os trigêmeos, por causa de Laura, seu antigo apelido passou para ela, Laur. — Sua cara está h******l! — a loira baixinha, falou sincera sem fazer rodeios. — Obrigada! — Lauren resmungou. — O que aconteceu? — perguntou preocupada. — As crianças andam muito estranhas e estão aprontando mais que o normal, estão ficando "rebeldes", e estou sendo chamada na escola com frequência. Lauren falou se jogando na cadeira confortável e logo depois olhando a grande janela que dava uma bela vista de Miami. — A empresa está me deixando louca! — remexeu, preocupada, passou as mãos no rosto nervosa. — Não estou dando conta... Tenho que arrumar um vice-presidente capacitado logo! — Vou te ajudar, tudo bem?! Tenho uma ideia! — Alyce se aproximou e abraçou-a pelos ombros, logo se afastando. — Aly, fala sério?! Você já cuida de duas áreas, sendo que veio para ajudar só em uma, não tem cópias suas existentes ainda, amiga, para que faça o trabalho de "mil"! — Alyce riu da fala da amiga. — E além do mais, você tem que passar mais tempo com o Ethan já que ele vai para universidade depois do ano vem, e tem o Troy! Saiu tudo num fôlego só e Lauren sorriu maliciosa para a amiga quando falou do marido, Troy Sperb. Alyce ficou ruborizada rapidamente. — Não se preocupe... Não vou desperdiçar o meu tempo precioso com meus amores para arrumar mais trabalho! — falou sorrindo de lado. — Minha ideia... Ou ideias, melhor dizendo vão resolver sua vida! Lançou um olhar superior para Lauren, que deu de ombros. — Está bem! — fez pouco caso. — Quais as GRANDES ideias?  Alyce fez uma careta para Lauren, por estar agindo com descaso com ela. — Rita e um psicólogo! — a loira encarou a amiga enquanto ela pensava. "Ótima ideia, realmente." — Rita?! — Sim, ela se formou em administração há pouco, e também tem vários diplomas em áreas que ajudariam a empresa... Ela e Aisha são doidas para voltar à Miami de vez, além de Rita odiar ser corretora imobiliária. Alyce realmente tinha argumentos muito bons sobre Rita, além disso era de confiança, uma das melhores amigas de Lauren na adolescência e casada com sua amiga de infância, Aisha. — Quero comprar mansões e não vende-las! Lauren falou e estampou um sorriso enorme no rosto, que fez Alyce rir também. Rita sempre falava sobre odiar seu emprego. — O psicólogo, se você conhecer algum de confiança tente arrumar bem rapidinho para que eu leve as crianças, Pequena Aly! — levantou e abraçou a amiga, depois beijou os cabelos loiros. — Será um enorme favor que você faria. — Deixa comigo. — falou com um sorriso, que Lauren julgou estranho. — Obrigada! — Lauren agradeceu. Mesmo que um mero obrigada nunca seria nada perto de tudo que Alyce sempre a ajudava. — Por nada, Lolo! — foi em direção a porta. — Se precisar... — Aly, espera... — a loira virou, fingindo estar assustada com a rapidez que Lauren precisou dela. Fez sinal com as mãos para que ela continuasse. — Você pode trabalhar duas semanas em casa... E caso Rita aceite isso poderá se estender por 3 meses! Lauren falou com um sorriso de lado, Alyce sorriu largo. Ela sempre ajudava muito, então não seria nada demais ela trabalhar em casa, sabia que teria o mesmo rendimento e além disso ela curtiria mais da família. — Te amo! Alyce quase gritou e saiu saltitante por poder passar mais tempo com a família. Estava parecendo uma criança, não só pela altura, mas porque estava praticamente saltitando também. A baixinha chegou em sua sala, pegou algumas pastas e foi para o carro. Enquanto ia para casa, acabou lembrando do que Lauren pediu, o psicólogo. Na verdade psicóloga... E a única que ela conhecia. Bom Lauren a conhecia melhor ainda. Se falasse para Lauren quem era a psicóloga ela não levaria os filhos, então Alyce achou melhor marcar e arrumar um jeito de ocultar o nome até o momento da consulta.
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