Aquele em que as duas se conhecem

3039 Words
DulcePOV Eu fico entediada muito facilmente, sério mesmo. Eu não consigo ficar parada por mais do que cinco minutos, sempre tenho que achar outra coisa para fazer. E entre essas coisas está a fotografia. Eu amo fotografar. E eu não diria que sou uma ótima fotógrafa como a maioria das pessoas diz - por causa da beleza nas minhas fotos. É exatamente por isso. A beleza não é por minha causa, a beleza sempre esteve lá, eu só registrei. Mas, de qualquer jeito, eu amo fotografia. Também passo muito tempo lendo, qualquer tipo de livro que eu posso colocar como mãos. Fico alguma parte do meu tempo vendo vídeos no Youtube dos meus antigos companheiros, admirando o trabalho deles. Ou assisto algum filme, adoro filmes de terror, principalmente esses. Dão alguma adrenalina e eu amo. Amo cozinhar. Eu também tenho um hobbie secreto que absolutamente ninguém sabe ... Além do meu amigo irritante. Eu sei andar de skate. Não aquelas manobras malucas, bom, algum eu sei, mas na maior parte do tempo eu só ando com ele em volta da casa sem fazer mais nada. Nesse tempo eu não penso em mais nada. Eu apenas me concentro em não perder o equilíbrio e essa sensação é maravilhosa. A sensação de não pensar em mais nada. É a mesma sensação de quando eu surfo, uma coisa que mais ninguém sabe também. A questão do tédio é realmente chata pra mim, porque eu já tivo vários hobbies de todos os tipos que eu adorava, mas depois de um tempo começou um ser um tédio. Por exemplo, basquete, pintura, xadrez (eu ainda gosto de jogar, mas não tenho mais tanta emoção com ele), jardinagem (foi legal, meu jardim agora é maravilhoso, mas eu adquiri uma certa preguiça de continuar), colecionava informações dos Beatles (consegui exatos 100 antes de começar a ficar chato por procurar por eles com outros colecionadores), pesca (ficou tedioso depois de cinco minutos), aprender novas línguas (atualmente eu sei inglês e italiano, porque, como eu disse, eu fico com tédio muito rápido), eu juro que tentei até tricô (fiz um suéter horrível que eu dei pro meu melhor amigo, ele usa como pano de chão), academia (eu gosto da minha vida sedentária, obrigada). Enfim, foram muitas coisas mesmo. Eu joguei para uma coleção de papel de chiclete que eu comprava durante minhas viagens semana passada. E como toda pessoa lésbica deve saber um pouco sobre a defesa pessoal (obviamente o risco de ser agredida é grande, ou ser ofendida, e bater em alguém sem apanhar depois é fundamental). Por isso eu tive aulas de boxe alguns anos atrás. Foi um ótimo hobbie por um tempo ... Até eu quebrar meu nariz. Bom, eu não tenho tanto tempo livre assim, então eu não posso dizer que fico entediada o tempo inteiro. Entre viagens, entrevistas, seções, concertos, criação e etc., etc., não existe tempo para muita coisa. Quando eu não estou em um avião, estou em casa... Em uma delas. Tenho uma casa em minha cidade natal, uma em Los Angeles por causa do trabalho, e uma de férias no Brasil. Essa última quase nunca é usada. Férias não é uma parte muito presente na minha vida. Eu empresto ela para alguém da minha família às vezes (Da última vez foi para a lua de mel do meu primo e eu não quero nem saber os lugares onde eles transaram ou eu nunca mais entro lá). Eu tive uma semana de folga depois de um mês de viagens enlouquecedoras por toda a América do Sul, o que quase me deixou louca por causa dos horários apertados. Fiquei essa semana na minha casa no México, porque depois do meu breve descanso eu teria uma festa de aniversário de uma revista que eu estava realmente me esforçando para lembrar o nome. Christopher Uckermann, aquela única pessoa que sabe sobre meu hobbie de skatista, me ligou no dia anterior da festa e me disse que estaria indo também. Ia ser ótimo, apesar de que não iríamos ficar na mesma mesa. Mas ia ser ótimo mesmo assim. Maitê Perroni iria se apresentar com sua música de seu novo CD, que eu simplesmente amei, então nós três iríamos nos reencontrar. Talvez poderíamos marcar algo para depois para matar a saudade. De qualquer forma, eu tive que vestir outro vestido horrível e fingir que estava feliz com ele. Eu odeio essas coisas. Se você abre muito as pernas, todo mundo vê. Se você senta, ele sobe. Se você cruza as pernas, sempre tem uma fresta pra ver. Se você usa tênis, todo mundo fala m*l. O que significa que eu tive que usar um maldito salto horrível. E eu odeio essas coisas também. Se você caminha muito rápido, cai. Se caminha muito devagar, cai. Se achar uma pedra de um milímetro no caminho, cai. Se pisar errado, quebra e cai. Sério. Qual é o problema de usar calça, camisa e tênis? Com a combinação certa eu ficaria igualmente "chique" se estivesse usando essas coisas horríveis. Eu poderia até usar um terno se isso significa não usar um vestido. Ellen DeGeneres usa e ninguém reclama. Então, por favor... Mas tudo bem, eu fui com um vestido preto até pouco acima do joelho e um salto enorme que eu demorei dez minutos para me acostumar com eles e andar sem cair. Podia ser pior. Podiam me obrigar a usar um vestido rosa. Pintei meu cabelo de vermelho novamente, por nenhum motivo, eu apenas gosto dele assim e já fazia muito tempo que eu não pintava. Fiquei cinco horas sentada enquanto o cabeleireiro e o maquiador faziam tudo o que queriam, pelo menos optaram por coisas discretas. E finalmente, finalmente, eu desci do carro e pisei na área separada para fotos. Argh, odeio esses fleches. De todas as direções, cegando todo mundo e a gritaria então. Eu vou olhar para todas as direções, meus "amigos", podem, por favor, esperar ao invés de tentar me mandar olhar para você? É tedioso de qualquer jeito. Aaaa, eu daria minha coleção de camisetas dos Beatles para estar em casa fazendo outra coisa. Ok, talvez não toda a coleção, duas ou três camisetas que eu tinha repetida, mas que seja. Demorou cinco minutos para eu me livrar das fotos e mais dez para conseguir entrar no lugar porque ficavam me parando para me entrevistar. Não seria mais fácil uma pessoa me entrevistar e depois passar em todos os programas? Eu dava sempre a mesma resposta! A primeira parte, como sempre, era um tédio. Apresentações, falar da história, de como começaram por baixo e acabaram se tornando uma das revistas mais conhecidas e blablabá, fazer piadinhas e então vinha a parte interessante da apresentação de alguém. Graças a Deus eu podia ficar sentada esse ano. Eu odeio me apresentar e ficar suada o resto da noite. É nojento e desnecessário. Maitê demorou para se apresentar. Mas foi impressionante. Aquela mulher sabe dançar, deixe-me dizer. WOW! Depois que ela se apresentou, eu decidi ir falar com ela no camarim. Eu odeio quando as pessoas fazem isso comigo, mas eu não teria outra oportunidade de falar com ela. Christopher já estava lá quando eu cheguei. Na verdade, estava saindo. "Hey, a Tita mandou bem, não?" Ele perguntou. "Maravilhosa." Concordei, abraçando-o. "Que saudade!" "Nem me fale, Chucky, já faz muito tempo." "O que está acontecendo com você e os apelidos hoje, Chris?" Ele apenas riu. "Bom, eu vou voltar para lá. Vamos marcar alguma coisa para amanhã. Você tem meu celular." Eu entrei no camarim lentamente para o caso dela estar se trocando. Ela havia acabado de colocar seu vestido e abriu um enorme sorriso, o que me fez sorrir também. "Hey, Tita!" Abracei-a com força. "Arrasou. Acho que me apaixonei." Ela riu e se afastou. "Fala a rainha do Jazz." "Christian contou?!" Exclamei. Filho da mãe! "Que você teve aulas de Jazz? Sim." Ela sorriu ainda mais. "Eu acho isso legal." "Que seja, eu vou bater nele de qualquer forma. Então, vai estar na cidade até quando?" "Vou sair amanhã cedo já. Por quê?" "Ucker e eu vamos sair e fazer alguma coisa amanhã, queríamos que se juntasse a nós, como nos velhos tempos." Dei de ombros. Seu rosto se suavizou um pouco. "Eu realmente queria ir, Dul. Mas não posso adiar o voo." Eu peguei uma garrafa de água que estava em cima de uma cadeira e tomei um gole. Maitê me encarou por alguns segundos por causa disso. "Tudo bem. Eu entendo. Vão haver outras oportunidades." Eu estava prestes a comentar sobre seu seio estar bem na minha linha de visão (provavelmente ela iria me bater por dizer isso) quando houve uma batida na porta. "Esperando mais alguém?" Perguntei. "Na verdade, eu só estava esperando você. Ucker aparecer aqui foi uma surpresa." Ela respondeu. "Pode deixar, madame, eu abro sua porta." Brinquei, caminhando para a porta enquanto tomava mais um gole de água. Do outro lado, acredite ou não, estava A garota. Sim, com "a" maiúsculo. Eu acabei cuspindo minha água no chão quando eu vi quem era. Não foi a melhor coisa a se fazer, mas eu realmente fiquei surpresa. Eu limpei a garganta, tentando parecer mais normal do que eu estava sendo nos últimos segundos, e olhei para ela novamente. Seu sorriso fez um calor repentino subir em mim. "Hum-hum, desculpe por isso, só fiquei... Surpresa." Falei. Graças a Deus que meu tédio me levou para aulas de inglês. "Quem é, Chucky?" Maitê perguntou em espanhol. Eu sei que ela também fez um curso de inglês, então decidi apenas continuar com meu inglês cheio de... sotaque. "Ah, isso é bem interessante. Entre." Dei um passo para o lado e ela entrou... tendo que desviar da poça de água que eu fiz no chão. Enquanto ela entrava e eu fechava a porta, me fiz o fazer de me dar um tapa na testa por minha estupidez. Pelo menos eu não cuspi nela. E quando eu me recompus e vi Demi Lovato parabenizando Maitê por sua performance eu juro que quase me dei outro tapa para me certificar que eu não estava imaginando coisas ou tendo um sonho muito maluco. "Foi magnífico. E a dança, apenas, wow." Meus exatos pensamentos. "Muito obrigada. Devo admitir que eu nunca iria esperar receber este elogio de você." Maitê comentou com uma risada. Ela riu também e então se virou para mim. "Bom, já me apresentei para sua amiga. Creio que devo me apresentar para você também." "E eu creio que o mundo inteiro sabe quem você é." Respondi com um sorriso. "E eu creio que o mundo inteiro sabe quem você é também." Ela rebateu, com um sorriso deslumbrante. Caralho, eu estou flertando com ela! p**a que pariu! Eu tô flertando com Demi Lovato, que está com um cabelo muito azul inclusive! O que diabos eu penso que estou fazendo?! Ela é totalmente, completamente, irremediavelmente hétero. E só porque eu sou gay não significa que eu posso simplesmente sair dando cantadas em todas as mulheres que eu conheço. Eu realmente tenho que parar de fazer isso. Bom, tecnicamente isso não foi uma cantada, mas eu estava dando meu "sorriso conquistador", o que conta como uma cantada. "Bom, eu só queria dizer que sua apresentação foi maravilhosa. Eu tive que gravar isso!" Ela exclamou, mostrando seu celular. "Foi incrível. Eu vou ir agora e deixar vocês duas conversarem. Foi um prazer." "Muito obrigada mais uma vez, eu realmente aprecio isso." Maitê sorriu para ela. "O prazer é todo meu." Deus, e agora eu estou usando minha 'voz de conquista'. Ou ela vai sair correndo ou vai me chamar de v***a. Incrivelmente, ela apenas sorriu e deixou o camarim. "Acho que alguém está apaixonaaaadaaaaa." Maitê cantou voltando à nossa língua. "O que? O que você está falando? Bebeu, mulher?" Rebati, olhando para qualquer lugar menos para ela. Maitê riu. "Aí, Dul, por favor, eu te conheço a muitos anos e você já usou essa sua voz de conquista e seu sorriso de conquista em mim várias vezes. Eu sei reconhecer." "E nem por isso eu estive apaixonada por você." Dei de ombros. "Foi uma forma de falar." Ela sorriu de novo. "Você tinha que ver sua cara. Parecia que tinha achado o pote de ouro no fim do arco-íris." "Cala boca, não parecia não." Balancei a cabeça. "Eu estava perfeitamente normal, obrigada." "É claro. E seu normal e cuspir água pra todo lado quando abre a porta." "Hey, isso foi um acidente! Eu fiquei surpresa!" Exclamei. "Perfeitamente normal!" "Sei." Ela riu. "Eu vou ir, senhorita, antes que você coloque mais minhoca na cabeça." Lhe dei um breve beijo na bochecha e comecei a sair. Antes que eu pudesse fechar a porta, ela me chamou e eu me virei para olhá-la. Seu sorriso era tão grande e divertido que eu me arrependi imediatamente de não ter ido embora logo. "Posso ser a madrinha?" Eu nunca mandei Maitê tomar naquele lugar (bom, uma vez, mas eu mandei o grupo inteiro ir tomar naquele lugar quando ficaram me provocando por me engasgar com o refrigerante, então não foi algo particular), e dessa vez eu tive que me segurar muito para não fazer isso, porque a vontade era enorme. Eu apenas revirei os olhos e voltei para minha mesa. Foi no meu caminho de volta que eu percebi que Demi estava a apenas duas mesas de distância, atrás da minha. Quando me viu, ela sorriu e deu um pequeno aceno com a mão. Eu devolvi o aceno e tentei me impedir de corar, mas não funcionou, o que fez seu sorriso aumentar. Christopher estava a umas cinco mesas de distância do meu lado, então espero que ele não tenha visto isso. Mas apenas trinta segundos depois meu celular vibrou com cinco novas mensagens. Christopher (Gay Enrustido): Demi Lovato?! Caramba, Chucky, que bom gosto. Jajajaja Christian (Bicha b***a): Ouço sinos de casamento? Quero ser o padrinho de seus 10 filhos asiáticos. Poncho (Chato Certinho): Para onde devo mandar o presente de casamento? Anahí (Gostosa, porém Hétero que Merda): Aw, Dul, está apaixonada! Que linda! Maitê (Outra Gostosa Hétero, mas também minha Psiquiatra): Ela está perto! Peça em casamento agora! Para as quais eu respondi (os nomes adicionais são apenas para minha agenda de contatos não ficar tão monótona): Christopher (Gay Enrustido): Isso foi bem machista, babaca. Christian (Bicha b***a): Não tem casamento, não tem filhos e não tem nenhum asiático. Poncho (Chato Certinho): De casamento manda pra p**a que pariu, mas pode mandar qualquer outro presente pra minha casa. Anahí (Gostosa, porém Hétero que Merda): Não estou apaixonada, mas aceito o elogio ;) Maitê (Outra Gostosa Hétero, mas também minha psiquiatra): POR QUE DIABOS VOCÊ FALOU AQUILO PRA ELES?! EU NÃO VOU CASAR COM NINGUÉM! Eles me responderam, mas não vou dizer tudo. O resumo do que todos falaram foi algo do tipo: para de mentir, me chama pro casamento. E é isso. E agora eu odeio eles, todos eles. Nem dez minutos depois chegaram mensagens das minhas irmãs com praticamente esse mesmo conteúdo e foi quando eu decidi desligar meu celular. Honestamente, como? Por que? Só porque eu cuspi de surpresa e usei um sorriso diferente? Se fosse assim eu teria casado com Maitê, Anahí e metade das mulheres do México. E de Los Angeles. Eu só consegui ir embora depois de mais cinco chatas horas. Eu ficava tentando parecer normal, para o caso de Demi estar me olhando. Não que eu queria que ela estivesse me olhando ou esperava que ela ficasse me olhando. Mas só para o caso dela estar me olhando... Quando acabou passamos por mais uma tortura de fotos, entrevistas e coisas do tipo. Acabei encontrando outros amigos nos bastidores, inclusive reencontrei Maitê e Christopher, tiramos umas fotos juntos e eu estava pronta para escapulir pelos fundos se fosse o caso. E eu estava prestes a fazer isso quando tive um vislumbre de algo azul do meu lado. E quando eu me virei lá estava o motivo pelas piadas que eu sofrerei pelo resto da vida. "Tentando sair de fininho?" "Dor de cabeça." Dei a desculpa rapidamente. Eu treinei muito essa desculpa ao longo dos anos para escapar dessas coisas. "Entendo. Bom, não quero te prender aqui, então..." "Com licença. Uma foto para registrar o encontro." Um fotógrafo disse, aparecendo do nada. Tiramos uma rapidamente, o cara correu para encontrar outra pessoa depois. Acho que o objetivo dele não era a gente e eu fiquei muito feliz com isso. "Então, o que faz em uma premiação no México?" Perguntei. "Pensei que já estava saindo." Ela comentou. Dei de ombros. "Sempre tenho um tempo a mais para uma linda senhorita." E com isso ela corou e eu juro que foi a coisa mais fofa que eu já vi. Bom, exceto quando minha sobrinha riu pela primeira vez, mas foi só porque foi muito estranho e fofo ao mesmo tempo porque um bebê rindo é estranho e fofo ao mesmo tempo. "Bom, eu fui convidada e decidi vir." Ela respondeu, colocando uma mexa de seu cabelo azul atrás da orelha. "Meu Deus, vocês duas totalmente combinam com esses cabelos!" Christopher exclamou chegando por trás de mim. Eu dei uma cotovelada em seu estômago e ri totalmente sem graça. "Que engraçadinho, não é, Ucker?" Segurei seu queixo com força e balancei um pouco. "Uma gracinha." Soltei-o abruptamente e lhe dei um olhar de aviso. "Eu só estava falando... Vermelho e azul e... Eu só... Vou pra lá... Até mais, Chucky." Ele gaguejou, engolindo em seco, e então saiu quase correndo. "Não é a primeira vez que eu escuto alguém te chamar de Chucky." Demi comenta em forma de uma pergunta. "É, nós todos temos apelidos estranhos. Chucky porque me chamam de terror." Dei de ombros. Ela riu. "Você não parece um terror." "É porque não me conhece." Brinquei. "Na verdade, eu vivo esfaqueando as pessoas só porque elas me olham." "Então acho que sou a próxima." "Eu não ficaria sozinha comigo, então." Ela riu. Parecia prestes a falar algo quando alguém a chamou. Ela se desculpou, parecendo um pouco decepcionada e saiu. Como eu não a vi de novo nos próximos dez minutos, decidi ir embora. E isso foi uma noite interessante.
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