Capítulo 1

1307 Words
Mudanças. Nossa vida é cheia delas. Umas boas, outras ruins, outras são por necessidades, mas não importa qual seja, elas sempre são necessárias. Já pensou como seria a sua vida sem uma mudança se quer? Chata não é?! Nós precisamos, necessitamos de algo novo diariamente. A cada novo dia, temos uma oportunidade nova de fazer diferente, fazer de novo. De mudar o nosso destino. Deixa eu me apresentar. Sou Emma Foster, uma garota comum do 3° ano. 17 anos e não tenho amigos. Quer dizer, meus únicos amigos são os livros. Muitas pessoas acham que eu sou uma patricinha, ou algo do tipo, pelo simples fato de eu ser a filha do treinador de futebol americano da escola, e minha mãe ser a professora de Literatura. Elas não poderiam estar mais enganadas. Mas não me importo. Além do mais, estou me mudando hoje, mais especificamente, nesse exato momento para Denver. E uma longa viagem se inicia. —Filha, você está pronta? – pergunta meu pai se aproximando de mim. — Sim. Vamos? – disse entrando no carro. —Vamos! – Disseram ele e minha mãe juntos. Sorri e coloquei meus fones. Esses dois vão ter altos papos durante a viagem, e vai por mim, você não vão querer saber o que é. Você deve estar achando que eu estou "amargurada", "chateada", com "raiva" dos meus pais por causa da mudança. Mas não. Como eu já disse, eu não tenho amigos. E os amigos que eu tenho vão comigo pra onde eu for, então não. Não estou chateada. Mas Emma, e a sua casa? Você não vai sentir saudades? Sim! Claro! Mas tem uma coisa que eu esqueci de mencionar. Eu nasci em Denver, nos mudamos para o Nebraska quando eu tinha 10 anos. E como já temos casa por lá, e lá mesmo que vamos morar. Na nossa antiga casa. Se eu estou feliz? Lógico! Eu sempre quis voltar, porém o trabalho dos meus pais não permitia. Mas agora com essa oportunidade que eles receberam, vamos enfim voltar. Eu dormir na metade do caminho. Acordei quando sentir o carro parando. A típica casa americana, de madeira branca, na qual morei por 10 anos, estava ali bem na minha frente. Tudo continuava do mesmo jeito de sete anos atrás. O balanço de pneu ainda está aqui, a grande árvore com um grande "F". Meu pai dizia que era o brasão da nossa família. Tudo está do jeitinho que deixamos. Perfeito. —Bem-vinda ao lar minha Pequena. – meu pai disse ao meu lado. — Senti falta daqui. – Minha mãe disse se aproximando. — Todos nós sentimos. – Eu disse fazendo-os concordarem. Estava cansada, queria descansar bastante. Dormir no banco de um carro por horas, não é nada confortável. Peguei minhas malas e subi para o meu quarto. Era tão bom poder estar de volta. O único desafio agora era na escola. *Segunda* O fim de semana foi muito bom. Passeamos pela cidade, assistimos filmes, com direito a muita pipoca e a muita besteira. Mas como tudo o que é bom dura pouco, lá vamos nós para mais um dia de aula. Não um dia qualquer, mas o primeiro dia na escola nova. E isso que eu mais odeio. Ser a aluna nova. Todos os olhares são voltados para você. Todos cochicham e você fica com aquela sensação r**m de que tudo é sobre você. Mas como não tem jeito, lá vamos nós! — Bom dia! – digo assim que entro na cozinha. — Bom dia filha! – respondem juntos e reviro o olhos já prevendo o que vem a seguir. — Achei o verde, o verde é meu, e o t**a é seu! – diz minha mãe batendo no braço do meu pai e gargalhando. Rio com a cena. Parecem duas crianças. Deixa eu explicar essa ... brincadeira deles. Toda vez que duas pessoas falam juntas a mesma coisa, elas procuram algo verde, e a primeira que achar, e tocar na cor, dá um t**a no outro. Entenderam? Pois é ... Eles são bem estranhos. — Isso não valeu! Eu estava distraído. – meu pai reclama. Deixei as duas "crianças" brigando e fui escovar meus dentes. Meu pai me ofereceu carona, mas como a escola era perto de casa e ainda estava cedo, preferi ir andando. E até podemos dizer, que foi uma escolha sábia, pois se eu chegasse com os novos professores, todos iam achar que eu tenho preferência, que sou metida, e etc. E eu odeio que pensem isso. Andei por cerca de vinte minutos até chegar na escola. E sinceramente não lembro dessa escola ser tão grande. Ou melhor, enorme! UAU! Me aproximei da entrada, e já pude sentir olhares em cima de mim. Ah, não! De novo não! Peguei meu plano de estudos e vi que a primeira aula era vaga. Ótimo! Pelo menos tinha tempo pra conhecer a escola. E principalmente a biblioteca. Coloquei algumas coisas no meu armário, e fui dá uma volta para conhecer o lugar. Os corredores já estavam vazios, pois o sinal já havia tocado. — Está perdida senhorita? – perguntou uma mulher com uma cara amigável, me dando um maior susto. — Não. – digo e sorrio sem graça – Sou nova aqui. Estou só conhecendo a escola. Minha primeira aula é vaga. — Ah sim! Infelizmente estamos com falta de alguns professores. Mas a senhorita n******e ficar nos corredores. Vou pedir para que vá para o campo. — Posso ir na biblioteca? – pergunto tentando achar a biblioteca. — A biblioteca só abre depois das 9hrs. – ela diz olhando no relógio em seu pulso. — Ah sim. – digo desanimada. – Onde é o campo então? — Vamos! Vou levá -la até lá. Assinto e seguimos por alguns corredores. Agradeci a Louisa que descobri ser a supervisora. Fui andando e de longe avistei meu pai. Com uma prancheta em mãos e conversando com um garoto. Suponho que seja do time. Sentei na arquibancada, onde tinha uma ótima sombra, peguei um livro na bolsa e me pedir no mundo da leitura. Posso parecer anti-social por não me enturmar, mas acho que tudo deve acontecer naturalmente. Não quero forçar amizade de ninguém. E pelos olhares que estou recebendo, não vai ser tão fácil assim. — Sabe como localizo você fácil? – meu pai disse me dando um susto, que quase me fez cair do banco. — Que susto pai! – disse pondo a mão no coração – Como? — Pelo livro. Você sempre está com um em mãos. — Eles são meus melhores amigos! – digo orgulhosa abraçando meu livro com força. — O que faz aqui? Não tem aula? – pergunta desconfiado. — Aula vaga. - digo somente e ele assente. - E o time novo? — Eles são bem esforçados em campo. Nos estudos nem tanto, mas isso vamos dar um jeito. – dá de ombros. — Treinador? – Um garoto o chamou. O mesmo de antes. — JÁ VOU! - gritou de volta – Nos vemos em casa. – assenti e ele beijou minha testa. – Até mais pequena! – disse alto o suficiente para que todos os garotos do time ouvisse. Ruborizo e sinto meu rosto esquentar violentamente, ao ver que todos, repito, TODOS... Me encaravam. Principalmente o garoto que chamou meu pai. Sei lá, ele me encara de um jeito estranho. — Pai! – o repreendi. Ele colocou a mão na boca e sussurrou um "desculpe" e saiu. Não que eu tenha vergonha dos meus pais, claro que não! Mas eu prefiro manter essa informação de ser a filha do treinador e da professora de Literatura as escondidas. O motivo já sabem. Pra minha sorte o sinal tocou novamente. Essa é a minha deixa. Guardei meu livro, e como uma bala, uma bala completamente perdida, fui para a minha sala.
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