1 - b****a ou b****a?

1803 Words
Eu acordo extremamente irritado as 6 da manhã, não sei que m***a eu tinha na cabeça que decidi estudar pela manhã. Bom, me chamo Math, tenho 23 anos e estou no último semestre da faculdade de administração. Sou n***o, cabelos cacheados e grandes, tenho um corpo normal, 1,70 de altura, e olhos castanhos escuros. Uma lembrança me faz ficar extremamente animado de uma hora pra outra: é sexta, c*****o!Ou seja, hoje é dia de boate com as minhas duas vadias (lê-se aqui Allan e Bruno). Nossa amizade começou a exatos 10 anos atrás, quando meus pais se mudaram, não da cidade – acho que morreria se ficasse longe de Salvador por muito tempo – mas de bairro mesmo, quando chegamos pra morar nesse condomínio na Barra, eu já estava enlouquecendo, cheio de gente atirada e graças a Lady Gaga encontrei pessoas normais no meio de tanta futilidade, e assim começou nossa amizade, falando m*l dos outros moradores. —Vamos logo Math! – gritou meu pai lá de baixo – não tenho o dia todo, ainda vou pro bar. —O senhor é dramático, – falei descendo as escadas – só vai abrir o bar, criatura! —Não se meta na minha dramatização! – falou andando até a porta – Vamos logo! Minha relação com meus pais sempre foi a melhor possível, contei que era gay assim que me senti atraído por um garoto aos treze anos, e sempre foram muito mente aberta, o bar citado acima é o motivo da nossa mudança, quando meu pai foi demitido anos atrás, juntou todo o dinheiro que tinha e abriu um pequeno bar, com o tempo o negócio foi crescendo e hoje é um dos pubs mais famosos de Salvador. —Vamos Logo?! Ta louco? Ainda não comi nada – falei fazendo o caminho contrário e indo pra cozinha tomar café. Ignorando os resmungos do meu pai tomei café tranquilamente, enquanto ele se queixava da minha mãe dormindo e ele ter que acordar cedo. Vamos explicar uma coisa, era sempre uma semana de cada de ir pro bar, então sempre que era a semana de um o outro reclamava, já estava acostumado. Fomos o caminho todo cantando, meu pai tem um gosto exótico, que vai de Mr. Catra a Beyoncé. Chegando na faculdade segui diretamente pra sala, onde não mantinha amizade com muita gente, mas lá estava a minha alegria matinal, com seus cabelos azuis, corpo extremamente malhado, branco, olhos verdes e de uma feminilidade extrema: Bruno. —v***o, ainda bem que a senhora chegou! – falou alto chamando a atenção das pessoas que estavam na sala esperando a aula começar – Tão olhando o que? Não se acostumam nunca? —Que foi viadinho? – falei sorrindo. —Ontem estava pesquisando e achei um lugar novo pra gente ir! – disse com um sorriso imenso – não me olha com essa cara, já estou enjoado dos mesmos lugares! —E onde é esse buraco, Bruno? – falei desconfiado – Se você me arrastar pra um lugar cheio de Héteros tenha certeza de que vai amanhecer careca! —O lugar vai abrir hoje – falou mexendo no celular – não tem como saber, um amigo me indicou! —Allan Já sabe disso? —Não! – disse finalmente guardando o celular – vai ser surpresa pra ele! O dia passou rápido e quando vi, eu e Allan já estávamos no carro do Bruno que seguia alegremente cantando. —Pra onde a gente está indo? – perguntou Allan vendo a gente passar pela Amsterdam (uma boate que sempre vamos) Allan tem 24 anos, é moreno, tem 1,80 os cabelos são de um tom n***o intenso com uma franja. —Lugar novo – falei animado pra ver a cara de Allan. —Tinha que ser ideia desse v***o colorido. – disse dando um t**a em Bruno – Qual seu problema com os lugares que vamos sempre? —Deixa de drama, o pessoal é muito concreto, sempre as mesmas caras – disse Bruno – já peguei todo mundo que me interessava, precisamos de novos ares. Mas nossa noite foi por água baixo quando chegamos no maldito lugar, apesar de ser bem localizado e bonito, o lugar era exatamente o que eu temia, um antro de Héteros com camisa polo, bebendo skol beats, falando “top” e ouvindo música sertaneja. —Bruno… – Allan falou entre dentes. —É… É… – ele gaguejava olhando as pessoas – m***a! – gritou. —m***a mesmo – eu disse sorrindo, nós poderíamos muito bem sair e ir pra outro lugar, mas eu gosto de afronta, agarrei os meninos pelos braços e seguimos pro bar, onde pedimos seis doses de vodca e viramos, era pouco pra encarar aquele lugar. Veja bem, nada contra héteros até tenho amigos, mas não gosto de me misturar, vai que cafonice fosse contagiosa? Eu estava com um short bastante curto pra um garoto, jeans, um coturno preto, camiseta branca e jaqueta de couro, mas não era nem de longe o mais aviadado comparado a Allan e Bruno que vestiam seus looks mais exóticos, Allan xingava Bruno quando uma garota se aproximou: —Oi! —Gata será mesmo que você não percebeu que sou Gay? – falou se virando pra garota – alias, amei seus saltos, onde comprou amor? A garota riu muito antes de responder: —Meu amigo ali, – disse apontando pra um homem com cara de macho e que aparentava ser bem mais velho que o Allan – gostaria de te conhecer… —Ele é assumido? – Allan perguntou e é obvio que ficou interessado no homem, mas ele gostava desses jogos. —É… Tipo… não sei. – a garota respondeu confusa. —Só vou lá porque estou de bom humor, não gosto de encubados. – falou enlaçando os braços nos da garota e sumindo das minhas vistas. Bruno também arranjou um garoto e se acabava na pista de dança com um funk horroroso, será que só tinha v***o nessa boate? Estava distraído e me sentindo frustrado pensando em quantas pessoas eu já teria pego se estivesse na Amsterdam ou qualquer outra boate GLS e não vi um rapaz se aproximar e se sentar no banco ao lado. —Oi! – disse me despertando dos meus devaneios. —Você tá falando comigo? – perguntei olhando pros lados. —Obviamente! – falou com um sorriso presunçoso. —O que é? —Queria saber o seu nome, apenas isso… – disse pegando na minha mão, mas notei que seu olhar se concentrava em algum ponto atrás de mim, e quando me virei vi um grupo de mais ou menos 6 pessoas, 4 garotos e duas garotas, rindo e apontando para nós. —Tsc, Tsc, Tsc. – olhei na cara dele que tinha um sorriso maravilhoso e que provavelmente eu me derreteria se não fosse as circunstâncias atuais – São seus amigos? —É… Desculpa. – falou abaixando a cabeça – foi uma aposta e… —Não precisa se desculpar – disse interrompendo ele – eu que peço desculpas… —Pelo que? —Por isso! – disse virando um copo de Campari em cima da cabeça dele e depois sai andando. Depois da noite desastrosa aqui estou eu, boiando, olhando pro céu, tem coisa melhor que o mar? Não, não tem, uma das melhores coisas da mudança foi isso, a praia bem em frente a minha casa, uma maravilha. Vou resumir como terminou a noite de ontem, depois de derramar a bebida no cara gato, estava indo ao banheiro onde ouvi a seguinte frase: —Acho que entrou no banheiro errado! – disse um homem com um sorriso cínico na cara. —Porque você acha isso? – meu sorriso conseguiu ser mais cínico ainda. —Aqui é o banheiro dos homens, e é nítido que você não é um! – Disse estufando o peito. Porque a maioria dos homofóbicos acha que por uma pessoa ser gay ela deve se sentir acuada quando ameaçada? Bom, isso nunca foi problema pra mim, e só pra vocês terem uma noção, antes que o cara pudesse raciocinar oque estava acontecendo, minha mão fechada já acertava com tudo o seu nariz. —Não é porque eu sou gay que não sou homem, seu b****a! – disse enquanto ele se contorcia no chão segurando o nariz – E olha oque você fez! QUEBREI UMA UNHA! Saí do banheiro rindo enquanto algumas pessoas me olhavam assustados e outras ajudavam o b****a a se levantar, talvez eu tenha sido exagerado, mas, se fosse pra ser pacífico eu nascia um oceano. Não dei tempo pra mais nada acontecer sai arrastando o Bruno e Allan pra fora daquele inferno, e quando estávamos fora ainda ouvimos alguém gritar perguntando se eu estava nervosa. —Vamos logo, – disse espumando – antes que eu bata em mais alguém… —Você bateu em alguém? – perguntou Bruno. Contei toda a história pros dois, que se acabavam de rir. —Você está muito violento, nem parece uma dama da sociedade! – disse Allan rindo. —Quem é você pra me dar lição de moral? – perguntei frustrado – Lembra que você perseguiu aquele homem no carnaval com uma garrafa quebrada?! —Ele mereceu. – falou acendendo um cigarro. —Ele disse oque mesmo? – Perguntou Bruno tentando se lembrar. —Que Allan estava ridículo com aquele short e que deveria se portar como homem! – falei rindo. —O resultado foi que fomos parar no posto policial – disse Bruno rindo – seria cômico se o pai do Allan não tivesse ido nos buscar, aí foi trágico! Rimos e fomos conversando o caminho todo lembrando desses momentos maravilhosos. […] —O senhor não pode ficar aqui! – disse um Salva Vidas do meu lado que eu nem tinha visto. —Porque? Você comprou a praia toda? – perguntei com a voz carregada de ironia, e quando olhei bem no seu rosto me lembrei – É você… O b****a da boate que joguei a bebida! – disse rindo. —Não tem graça nenhuma, – falou sério – e será que dá pra você sair? —Se você pedir com educação eu posso pensar! E antes que eu pudesse pensar em mais alguma coisa ele me colocou nos ombros e saiu me carregando, enquanto eu me debatia. —VOCÊ ESTÁ LOUCO?!?! – gritei batendo nas suas costas – ME COLOQUE NO CHÃO SEU i****a! —Deixa de drama e para de gritar – falou com pouco-caso – Aposto que está sendo bem prazeroso ser carregado por um homem gostoso como eu! —Bom… Olhando por esse lado… – disse sem pensar – QUER DIZER, VOCÊ É UM b****a! —Só sabe me chamar de b****a? – perguntou com deboche me colocando no chão. —Poderia te dar uma lista com vários nomes que estou com vontade de te chamar! – disse nervoso. —Olha! – disse apontando pro outro lado onde outro Salva Vidas retirava as pessoas do mar – Viu?! Fomos alertados agora a pouco que a correnteza vai aumentar! —Não podia ter explicado antes de me mandar sair? – perguntei cruzando os braços, ele era realmente muito gostoso, era Branco, musculoso, cabelos negros, e olhos azuis que chamavam bastante atenção. —Você não me deu tempo! – disse com as mãos na cintura – Bom, tenho que ir, apesar de você está amando ter a minha atenção pra você. —Não sabe o quanto! – disse com um sorriso forçado. Ele saiu correndo e quando já estava a uma certa distância gritou: —MEU NOME É ALEXANDRE! – disse dando um tchauzinho – SÓ PRA VOCÊ SABER. —POUCO ME IMPORTA! – gritei de volta, ao que ele me respondeu mandando um beijinho.
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