Primeira fase - 1

1088 Words
O bar dos Bensons não ia bem, quer dizer, não exatamente. Eles tinham uma grande rede de bares por toda Miami. Somando um total de cinco. Eram locais ideais para reuniões de trabalho, bebedeira com amigos, relaxar. Sim, relaxar, era uma espécie de lugar para calmaria. A música não era alta e sempre haviam shows ao vivo, com cantores conhecidos e outras apostas de Enrico Benson, o patriarca da família. Sua esposa Valerie Benson o ajudava, ela e seu filho mais velho Dylan Benson de vinte e cinco anos, eram o braço direito e esquerdo do homem. Ele tinha mais duas filhas, porém elas não se envolviam diretamente no negócio da família. Uma era Darla Benson, a caçula com apenas quinze anos, menina muito extrovertida, animada, e que ajudava quando podia no bar que ficava perto de casa, até porque ela sempre queria estar no ambiente. A outra era Lisa Benson, de dezessete anos, tímida, quase não ia aos bares, não que não gostasse, longe disso, ela adorava o local, a decoração simples, escura, mas ao mesmo tempo alegre. O problema da morena de olhos verdes, pele branca e cabelos lisos negros, era sua timidez. Ela tinha um segredo que nunca revelara a ninguém. O que ela não sabia é que seria ela a solução do pai. Naquela manhã de sexta, do ano de 2016, exatamente dia 17 de novembro. Enrico Benson estava querendo encontrar uma solução para o problema, que era a falta de novidade. Estavam entrando em uma rotina nas apresentações, as vezes surgiam cantores a procura de uma oportunidade, querendo decolar na vida artística, porém nem sempre eram tão bons, não sendo bem recebidos por seus clientes. Ele tinha que ter algo novo, uma voz nova, uma pessoa nova. Ele pensou em chamar alguém muito famoso, mas ainda assim não era novidade. Isso o estava deixando louco. Naquele mesmo dia, Lisa estava em seu quarto com sua melhor amiga Alana Scott. A baixinha loira, também de dezessete anos, estava insistindo para Lisa fazer algo, mas a morena estava convicta de não suprir esse desejo da loira. - Vamos lá, Lisa. Só faça. - Não, Lana, você sabe que não faço isso na frente de ninguém. _ Ela disse se encolhendo ainda mais em sua cama onde estava deitada. - Você fez em meu aniversário. - Mas foi por que você me chantageou. Eu nunca esqueci daquilo. Grande amiga você é. E foi só para você. - Então se eu te chantagear de novo, você faz? - Alana! - O que? Eu quero ouvir você. - Você não vai desistir, não é? - Nop. _ Ela responde sorrindo. - Apenas uma. Só isso. - Perfeito.             Lisa levanta da cama e pega seu violão. Senta novamente e começa a cantar I Have Questions da cantora Camila Cabello, adora a música. Ela traça as cordas do violão com toda a maestria que tinha. Com sincronia começa a música. Põe todo o seu sentimento. A loira observa com adoração. Se sua amiga não fosse tão tímida, ela seria uma cantora perfeita, tinha beleza, carisma e uma voz que Deus! Ela era perfeita. O que a morena não sabia era que seu pai nesse instante passava por seu quarto, ele escuta uma voz, por um instante pesou que seria sua filha do meio escutando música, mas então percebe que era ao vivo, acústico. Mas no quarto só estavam Alana e Lisa. Então ele abre a porta com cuidado e ver o inesperado. Sua filha tocava o violão, totalmente entregue à música com os olhos fechados. Como? Quando? Porque? Ele estava enlouquecendo há dias e tinha a sua solução dentro de casa. Mas ele nunca vira sua bebê cantando, e como poderia imaginar que ela seria tão boa com isso? Enrico sai com cuidado e vai atrás da esposa. - Valerie, você tem que ver isso. _ Ele já vai puxando-a. - O que foi homem? O que...             Ela cala-se quando o marido coloca a mão em sua boca e se encaminham para o quarto de Lisa. A mulher não iria reclamar, Enrico estava tão louco esses dias que era melhor não contrariar. Ela então escuta. Era suave, era forte, era penetrante, mas de quem era aquela voz? - Shiii. _ Ele diz ao tirar a mão e olharem para dentro do quarto.             Lisa ainda tinha os olhos fechados, era uma forma de se blindar da timidez. Os pais a observam também com devoção, era impossível não ser assim. Quando a morena ia terminando a música escuta aplausos. O que a assusta, assim como a sua amiga. - Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Lisa, você... Filha, por que nunca nos disse que você cantava? _ Valerie pergunta emocionada. - Porque eu não canto. - Como não? Olha o que acabou de fazer. Filha você é ótima. _ O pai disse. – Você seria nossa atração principal, nossa estrela, minha estrela maior. _ O homem já imaginava o sucesso de Lisa em seu negócio. Mas a morena tinha outros planos. - Não! _ Ela grita. – Não, eu não quero isso. _ O problema era que ela queria, só não tinha coragem. - Lisa... - Não, pai. Eu... Eu não consigo. _ Ela fala quase chorando. O que faz o homem ir até ela. - Oh, meu bebê. Do que você tem medo? _ Ele a abraça. - Eu... Vão sorrir de mim pai, eu vou travar na hora. E se me reconhecerem? Todos da escola vão ao bar. - Certo. Shiii. Pare de chorar. Eu nunca faria isso com você. Eu não vou fazer isso com você, meu amor. - Eu... eu queria te ajudar, pai, mas eu não consigo. - Tudo bem, meu amor. Não pense nisso. Papai dá um jeito. Só pare de chorar. _ Depois de mais calma, todos saem do quarto deixando só a morena e a amiga. - Viu, até seus pais acham que você é ótima. - Eu não posso, Lana. Eu faria eles se envergonharem. - Você não faria isso, Lisa. Você é linda, simpática, sexy e tem uma voz impecável. Nunca sentiriam vergonha de você. O que te prende é a sua timidez. - Eu... Sei. _ Ela responde baixo.             A amiga suspira e se deita ao lado da morena, acariciando seus cabelos. Ela amava a outra, mas aquela timidez dela a privava de muitas coisas, inclusive de ser feliz. - Essa sua timidez ainda vai te deixar em maus bocados, Lisa.             Palavras tem força. Isso seria comprovado quando a timidez da morena fizesse uma certa latina perder a cabeça.
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