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O GAROTO DO CABELO AZUL

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Blurb

Max cresceu à sombra dos fantasmas de seu passado. Sempre sob a p******o exagerada do seu pai e os problemas de comunicação com sua mãe. Ao se mudar para uma nova cidade ele se depara com um garoto que lhe chamou atenção por seu cabelo azul.

Na mesma noite em que se conhecem, os dois garotos se esquivam dos pais e Max é surpreendido por uma investida de Heitor.

Com o passar do tempo, Max vai conhecendo mais sobre seus sentimentos e sobre si, ao mesmo tempo em que se envolve mais com o garoto do cabelo azul!

OBS. Capítulos novos todos os dias às 12h. <3

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PRIMEIRO CAPÍTULO
Mais uma vez estamos viajando para o incerto e desconhecido. Meu pai, Getúlio Abraão, está dirigindo há horas sem fim. Uma viagem longa, com pequenas retenções causadas por acidentes no decorrer das avenidas em que passamos. Os acidentes sempre aumentam nesse período do ano, parece que as pessoas se esquecem de que amanhã será mais um dia como todos os outros. Estou habituado a me mudar, essa não é a primeira vez e muito menos será a última. Graças ao meu pai, ao seu trabalho, mas, dessa vez ele se superou, ou, segundo ele, seus superiores. Nunca nos meus 16 anos nos mudamos em um dia trinta e um de dezembro. Amanhã será um ano novo e literalmente estarei entrando em uma nova casa. A única coisa que sei em relação ao trabalho do meu pai, é que ele é responsável de alocar fábricas nos trilhos novamente ou então jogá-las no abismo de vez. Em resumo: quando uma fábrica da multinacional Direction está oferecendo mais prejuízo do que lucro, meu pai é enviado para lá e assume a função, que não me atentei para o nome, de reorganizar toda a fábrica, julgar quais são seus erros e defeitos e deixá-la em sincronia com o restante do império. Caso isso não ocorra, todos são demitidos (com exceção de uns poucos funcionários) e a fábrica é fechada para sempre. E nós seguimos para uma nova cidade. Então nesse momento estamos partindo para uma nova cidade, uma nova fábrica para que meu pai tente reergue-la ou para fechá-la de uma vez. O dia está claro e uma brisa quente entra pela janela que está semiaberta à medida que o carro segue por mais uma BR. Então vejo a placa para minha nova moradia:  BEM-VINDO A CIDADE DE JARDIM PRIMAVERA Eu sou natural do Rio de Janeiro, mas nunca em toda minha vida ouvi falar dessa tal de Jardim Primavera. Só sei que é uma cidade no interior do Rio de Janeiro, bem no interior mesmo. A caminho de Minas Gerais. Uma estação de trem abandonada é a primeira coisa que vejo depois da entrada da cidade. Não vi ainda nenhuma pessoa nesse meio tempo. Meu pai diminui a velocidade para ler as placas presas pelo caminho, se estivesse no lado de fora andando é provável que eu andaria mais rápido do que ele. Quando finalmente se encontra, volta a aumentar a velocidade. Então depois de mais ou menos um quilômetro, ele para o carro bruscamente. Com uma freada súbita, meu corpo é jogado contra o cinto de segurança e logo depois volto para trás batendo a cabeça no encosto do banco. ― Ei! ― reclamo colocando a mão na cabeça. ― Mais devagar aí ― digo, repreendendo. ― Desculpa filho… é aqui! ― diz ele apontando para além de mim. Digo algo em concordância que é incompreensível até para mim. Minha resposta natural para coisas tediosas que não dou à mínima. Viro-me para a janela e vejo a grande fábrica um pouco mais adiante. Um grande portão de ferro, as grades cercando a propriedade, o conjunto de prédios pelo terreno. Nada de diferente de todas as outras fábricas que já visitei. Acho que nas primeiras mudanças eu gostava de ver as fábricas que papai iria trabalhar, já que ele fez disso uma tradição. Em todas as mudanças ele sempre para nas fábricas e me mostra os prédios, empolgado para mais um trabalho. Em algum momento da minha curta vida e de todas as viagens que já fiz, eu, simplesmente, perdi o interesse. Depois de um minuto envoltos em total silêncio e com o sol queimando em meu rosto, meu pai decide seguir viagem. Volto a apoiar minha cabeça no encosto do banco, virado para a janela, olhando tudo o que posso olhar enquanto o carro se movimenta. Passamos por uma praça enorme, que tem muitas flores, um jardim completo, com flores de variados tamanhos e cores. Vejo também um grupo de mais ou menos uma dúzia de homens e mulheres enfeitando toda a praça com várias lâmpadas. Enquanto a contornamos, também vejo algumas crianças correndo entre os jardins de flores, brincando felizes. Algumas pessoas caminhando, indo para todos os lados, outras andando de bicicleta passam por nós e algumas estão conversando, sentadas nos bancos de madeira. ― Gostando da vista? ― pergunta meu pai. De novo balbucio palavras incompreensíveis que ele finge entender.  E completa: ― Parece ser uma cidade adorável. ― É o que parece ― digo quebrando o gelo por fim. Pelo retrovisor, vejo um sorrindo se formando em seus lábios. Mais alguns quilômetros pela cidade e chegamos a nossa nova casa. Mais uma vez a casa é grande demais. Desde que meus pais se separaram quando eu tinha apenas cinco anos, vivemos meu pai e eu. E todas as vezes que precisamos nos mudar a Direction decide alugar uma casa que pode ser confundida com uma mansão. Ela é enorme, tem dois andares e uma garagem que cabem cerca de três carros. Papai estaciona na entrada principal e desliga o carro. ― E aí filho, pronto para mais uma aventura ― diz ele sorrindo para mim. Depois de todos esses anos ele continua com as mesmas manias. Acontece que não existe aventura alguma. É só meu pai trabalhando e eu estudando. Raramente faço amigos, pois sempre fico conhecido como o filho do homem que pode tirar o ótimo emprego de seus pais. Então a única companhia que me resta sou eu mesmo. O calor está insuportável. Não me lembrava de como aqui era quente. A cidade em que estávamos era no interior de São Paulo, um lugarzinho bem frio. E comparado a Jardim Primavera uma geleira. m*l desci do carro e já estou respirando com certa dificuldade. E o suor começa a brotar em minha testa e molhar minha camisa. Assim que papai toca a campainha, ouço o barulho de passos apressados dentro de casa e depois de uns segundo a porta se abre revelando um homem alto e de pele n***a. Com olhos castanhos, por trás dos óculos de armação quadrada, e os cabelos cobertos de gel. Ele está usando um terno cinza escuro com uma gravata vermelha e, em uma rápida olhada para o chão, vejo um sapato preto muito brilhante. Provavelmente ele acaba de engraxar, se não for novo. Um funcionário de Direction como todos os outros. Antes da vinda de meu pai a cidade, a fábrica da vez é avisada e eles precisam se preparar para sua chegada. Cuidar de tudo, inclusive de sua mudança e recepção. Todas às vezes somos recebidos por um ou mais homens de gravata com nossos móveis no lugar só esperando nossa chegada. Papai tem medo de avião. Ele só voou uma vez na vida para nunca mais o fazer. E por isso “nós” colocamos o carro na estrada e vamos assim de uma cidade a outra. Eu já pedi diversas vezes para ele me deixar ir de avião, mas sua resposta sempre é a mesma. Além de a viagem na estrada nos dar um tempo só para nós (algo que detesto com todas as minhas forças). Com um sorriso largo no rosto o homem nos recebe, estendendo sua mão para um cumprimento formal. Primeiro a meu pai. ― Boa tarde! Senhor Abraão, como foi a viagem? ― pergunta ele ainda sorrindo, contudo, percebo de longe seu nervosismo. Uma reação típica dos funcionários do meu pai, quando ele é convocado. ― Boa tarde! Seu nome? ― Meu pai usa aquele tom altivo. ― Marcus Rezende, senhor. E você é o… Eles nunca sabem meu nome. ― Pode me chamar de Max. ― Aperto sua mão. Pelo menos o aperto de mão dele é forte e mostra alguma segurança. Ficamos parados por um minuto. Em um silêncio constrangedor. Meu pai e eu estávamos esperando qualquer atitude de Marcus, mas ele parecia paralisado. Até que meu pai decide falar: ― Podemos entrar? ― E assim que disse as palavras, Marcus desperta de seu delírio momentâneo. Deixo escapar uma risadinha baixa, mas meu pai ouve e me lança um olhar de reprovação, fazendo-me mudar minha expressão no mesmo instante. ― Tudo bem, senhor. Desculpe-me, pode entrar, a casa é sua naturalmente. Espero que esteja tudo em ordem e principalmente de seu agrado. ― Ele falava sem respirar quase atropelando as palavras. Fico com vontade de rir mais uma vez, mas decido me conter para não levar bronca logo cedo. ― Parece que está tudo em ordem ― diz meu pai logo que entramos em casa. Ele analisa a sala de estar com cuidado. Olhando tudo que se pode olhar. Minha única vontade é tomar um banho, entrar no meu quarto e só sair de lá quando for noite. Talvez a temperatura melhore um pouco, mas acho difícil. Enquanto meu pai conversa com Marcus, eu me desvencilho dos dois e vou ver o restante da casa. Na parte de trás tem uma piscina enorme, ela está cheia até a borda e a única coisa que penso no momento é tirar a roupa que começa a grudar em meu corpo e pular nela para tentar me refrescar. Mas parece que meu pai ouve meus pensamentos. Marcus e ele estão atrás de mim, e quando ele percebe que minha atenção está para aquela piscina, decide logo agir. ― Quero que fechem a piscina. Coloquem uma lona ou algo do tipo ― diz ele como se estivesse lendo minha mente. Marcus olha incrédulo para ele, uma reação aceitável.  Com esse calor, alguém falar que quer a piscina totalmente fechada é de se estranhar. Nem penso em protestar, sei que não adiantará em nada. Viro-me e subo as escadas, enquanto papai faz um tour pelo o andar de baixo com seu novo funcionário. O primeiro cômodo é o quarto do meu pai. E tudo está em perfeito estado. Nem uma dobra fora do lugar. Ando pelo corredor, passo pelo escritório dele e por mais um quarto que sei que não é o meu, então finalmente o encontro. E como todas as outras vezes que nos mudamos vejo em cima da minha cama as três caixas de papelão devidamente encaixotadas, já que foram encaixotadas por mim mesmo. Sento-me ao lado delas e abro a que estar mais próxima. Tiro com cuidado minhas HQs e meus jogos e vou colocando nas prateleiras que estão na parede acima do meu computador. Organizo cada uma, no momento em que termino a organização, estou mais suado do que antes e tudo o que preciso é de um banho. O calor está sufocante e preciso relaxar. Vou para o banheiro que tem no meu quarto e pego uma toalha azul na despensa embaixo da pia. Deixo a água fria correr por todo meu corpo. A sensação é a melhor possível, sinto-me bem de novo. Eu já deveria estar acostumado com essas mudanças de cidade, eu cresci dessa forma, mas parece que a cada ano só fica mais insuportável a ideia de uma nova vida, mas que escolha eu tenho? Ir morar com minha mãe que simplesmente sequer consegue olhar para minha cara sem se lembrar do passado? Saio do banheiro com a toalha enrolada em minha cintura. Ainda estou com o corpo molhado, e molho um pouco o piso de madeira, mas não ligo. Meu pai está parado no batente da porta me olhando. ― Vejo que já está se ajeitando ― fala com um sorriso sincero no rosto. ― Não tem outra forma, não é? ― digo. ― Não, não tem. Sabe que esse é meu trabalho. ― Eu sei pai. ― Quando sai do banheiro já estava de sunga sob a toalha, então só procuro por um short no guarda-roupa e o visto libertando-me da toalha.  Volto minha atenção para meu pai. Ainda estou com as costas molhadas, mas não ligo. Com o calor que está, ficarei suado novamente. ― Fomos convidados para uma festa de réveillon ― conta sorrindo mais uma vez. ― Na casa de Marcus! ― completa. ― Ah… ― digo. A verdade é que pensei que ficaríamos em casa só nós dois, mas parece que ele está animado para essa tal festa. ― Ele me disse que ele faz essa festa todo ano para alguns amigos e que na hora da virada eles vão para a Praça das Flores para verem os fogos que soltam lá ― explica. ― Tudo bem ― falo mais para por um fim na conversa. Só quero ligar o ar-condicionado, fechar a porta, colocar Imagine Dragons para tocar, apagar a luz, fechar as cortinas, me deitar e dormir. A viagem foi mais longa e cansativa do que percebi, e só agora percebo isso. Digo tudo isso a ele e finalmente fico em paz. Faço tudo o que já descrevi, me deito ao som de Demons e adormeço antes de terminar a primeira música.

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