Primeiro Amor

Lia, era uma adolescente de 15 anos, um pouco diferente das outras garotas, ela sempre foi muito madura para sua idade. Uma moça muito inteligente, amável, mais que sofreu muito em sua vida, a história aconteceu em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, onde sua vó Nita morava. Lá, ela conheceu o seu primeiro amor, que a fez passar por várias situações que marcaram sua alma. Uma mistura de amor e ódio, que causa uma grande confusão em seu coração. Com o decorrer da história vocês veram o quanto o amor pode ser lindo, mas ao mesmo tempo, causar muita dor. O Amor pode ser cura, mas também pode ser destruição! ______________________________ Δ PRÓLOGO - Oi loirinha, o que tá fazendo aqui sozinha? - Nada não, só tomando um ar, muito trabalho hoje. - Cadê meu irmão? Ele não desgruda de você. - Está lá atendendo cliente com sua mãe. Acho que ele nem viu quando eu saí de lá. - Com certeza viu sim, é impossível não ver. - Vou voltar a trabalhar, hoje vamos ficar até mais tarde. - Verdade, meu irmão falou, qualquer coisa vou lá depois também. Voltei para loja, aparentemente estava tudo bem, mas Mariano e sua mãe nem se olhavam, passou alguns minutos o cliente que acabou de sair, voltou, estava muito bravo, e foi direto brigar com Mariano. - Vocês não tem vergonha na cara de vender uma coisa dessa pras pessoas? Que absurdo isso. O cliente pegou a blusa nas mãos e jogou no balcão, mostrando as manchas de manga, sim, eles venderam uma blusa totalmente suja de manga para aquele senhor, ele tinha total razão de estar nervoso. Mariano confronta sua mãe, e ela com a maior cara de p*u fica rindo, porque quem se ferraria era ele não ela. O cliente começou a ofender mariano e sua mãe, eu vendo aquela situação toda não pude ficar quieta, então tentei acalmar o cliente, até entrar em um acordo, não tinha como devolver o dinheiro pois para evitar que sua mãe pegasse mais uma vez ele correu pagar uma conta, então conversei com o cliente em particular, pedi perdão por aquela situação, e se ele aceitasse eu escolheria uma blusa para sua esposa pessoalmente, e mostraria todos os detalhes, ele concordou, dona Lúcia veio outra vez querendo se meter, e querendo escolher a roupa, o rapaz deixou bem claro a todos. - Só levo a blusa se a moça que conversou comigo me ajudar a escolher, não quero essa senhora por perto, vai que ela suja novamente a roupa. Dona Lúcia queria discutir com o rapaz, mas Mariano foi paciente e a retirou da loja, fiquei sozinha com o rapaz e ele disse: - só vou aceitar isso porque você me convenceu com sua educação, mas aquela blusa estava totalmente suja, e nada tira da minha cabeça, que estava usada. - Senhor, vamos resolver esse assunto não se preocupe, vou repassar para o Rapaz que estava aqui pois ele é o responsável pela loja, e ele tomará as devidas providências. - Espero, pois se aconteceu comigo, pode acontecer com mais pessoas, e outras pessoas não serão tão compreensivas como eu fui, e só foi assim por sua causa, fui totalmente enganado, confiei demais, não olhei quando foram embrulhar, e não prestei muita atenção na hora que me mostrou, só escolhi a que aquela senhora me mostrou, porque confiei que ela não iria me enganar, e o gosto dela era mais compatível com o da minha esposa, pois elas se conhecem, são da mesma igreja, então repito, se não fosse por você, eu iria chamar até a polícia. - Obrigada, pela sua compreensão, e eu mesma prometo que isso nunca mais voltará acontecer. - De eu voltar nessa loja, só vou aceitar ser atendido por você, e vou avisar minha esposa. Apesar de estar sendo super elogiada por ser uma boa atendente, eu fiquei m*l pelo ocorrido, pois achei muito errado o que houve ali, dona Lúcia vendeu uma blusa que ela mesma tinha usado e sujado, e Mariano nem sabia, e mesmo assim foi ele quem pagou o Pato. Escolhi uma linda blusa, mostrei para o cliente e ele dessa vez amou a minha escolha, então embrulhei no papel de presente com muito carinho, coloquei na sacola, e mandei um brinde junto. Agradeci, me desculpei, ele saiu bem satisfeito dessa vez, e mais uma vez eu tinha resolvido um B.O, sozinha. Mariano voltou a loja perguntando o que o rapaz havia falado, eu pensei bem antes de falar, mais não podia mentir para encobrir uma coisa errada então contei a ele. - Ele me disse que aquela blusa estava usada, que a mulher dele percebeu cheiro de suor, sem contar as manchas enorme de manga. Só não entendi uma coisa. - O que Lia? - Como venderam uma roupa assim, não quero julgar, mais quando olhei a roupa realmente, está deplorável. - Minha mãe usou aquela blusa, foi ela quem a sujou, e foi ela que fez a venda para o rapaz, você tinha saído, acho que tinha ido na varanda, e eu fiquei aqui observando. - Difícil isso, mas eu não posso falar mais nada, não tenho nada a ver com isso, só estou te contando a verdade porque detesto mentiras. - Você está certa, e tenho que te agradecer muito por sempre me ajudar nos momentos difíceis, se você não estivesse aqui, tinha virado uma bagunça. E tenho que falar com minha mãe, isso tudo foi culpa dela. - Posso dar uma opinião? - Claro que sim. - Deixa para falar com ela quando fecharmos a loja, para não dar mais confusão, ainda temos algumas horas de trabalho pela frente. - Tá bom vou esperar sim, em respeito a você, e mais uma vez obrigada por hoje. Acenei com a cabeça, e continuei meu trabalho normalmente. O tempo passou bem rápido, mesmo com bastante cliente, já eram quase dez horas e a loja ainda estava cheia, eu estava morrendo de cansaço mas, dei o meu melhor como até o último cliente ir embora. Eram dez e meia da noite quando fechamos a loja, meia hora depois do combinado, ficamos lá dentro arrumando tudo que estava fora do lugar, e já aproveitei e deixei a loja limpa e cheirosa. Mariano não queria entrar para dentro de casa e confrontar sua mãe, eu só mandei ele deixar para lá então, saímos juntos da loja, e ele me pediu um beijo, eu não recusei. Peguei minha bicicleta e quase saindo, ele diz : - Coloca sua bike aí, que vou por no porta malas do carro, vou te levar, e amanhã vou te buscar também, porque como está saindo tarde, não posso te deixar ir embora sozinha essas horas. - Tá bom, vou aceitar, tenho medo de andar sozinha tarde da noite mesmo, obrigada! E assim aconteceu, me levou em casa, nos beijamos novamente e eu entrei. Mariano: Chegando em sua casa, ele dica sem saber o que fazer, a única coisa que tinha certeza era que teria que falar com sua mãe sobre o ocorrido, mas não aquele dia, já estava muito tarde, e ele muito cansado, segurou seu celular nas mãos e enviou uma mensagem para Lia. - Boa noite Princesa, obrigada por tudo que fez hoje, beijos, não se esqueça que amo você!!! Depois disso ele toma seu banho e se deita para dormir. LIA: Ela havia tomado seu banho para dormir quando escuta seu celular, era mensagens de mariano, ela lê a mensagem e sorri, mas responde desejando apenas Boa noite, e vai dormir pois já não estava mais aguentado ficar de pé. Os dias de passaram, e as coisas entre Mariano e sua mãe se acalmaram, todos os dias havia muito trabalho, cliente não estava faltando, e eles estavam muito felizes pelo lucro que estava chegando. Faturaram bem mais do que o esperado, então eles três, dona Lúcia, Mário e Mariano, decidiram que iriam fazer uma viajem, pegar uma semana de folga, e ir se divertir um pouco, então no dia 31 de dezembro trabalhamos até umas seis da tarde, estranhei eles querem fechar a loja cedo aquele dia, pois se mantesse aberta as vendas teria muitas vendas. Só depois eu entendi. Me levaram para a varanda de sua casa, e os três sentaram para falar comigo, mas Mariano que tomou a frente do diálogo. - Lia, eu queria te dizer que vamos viajar, pegar uma semana de férias, pra descansar, e… Nesse momento Mário interrompe Mariano. - Queremos que vá conosco nessa viajem, vamos aproveitar bastante, ir em vários lugares maravilhosos que você irá amar. Fiquei em silêncio por um minuto, olhando para todos, eles estavam com a expectativa que eu diria sim mas. - Eu não posso ir, minha avó não permitiria eu ficar tanto tempo longe, ela nunca deixaria, se preocupa demais comigo. Dona Lúcia se pronúncia : - Eu vou lá falar com ela pessoalmente, tenho certeza que ela vai confiar em mim, mas você tem que querer também né, não adianta nós todos darmos soluções se você não estiver querendo ir. - Que dia vocês vão? - Vamos as três da manhã. Mariano responde com seu cigarro nos lábios e aquela cara de interrogação - Aceita você vai amar! Mário me diz. Eu respondi pensativa : - Se forem falar com minha avó e ela aceitar, eu vou então. Eles comemoram e imediatamente Mariano chamou sua mãe para entrar no carro para irmos falar com minha avó. Ela falou bonitinho com minha avó, prometeu total responsabilidade sobre mim, que iria ficar grudada em mim o tempo todo, e todo aquele papo que até eu acreditei, mas a verdade foi outra bem diferente. Minha avó ouviu bem, ficou meio pensativa mais no final aceitou, pois ela queria que eu me divertisse, ou foi isso que pensei. Dona Lúcia mandou eu ir arrumar minhas malas imediatamente, e Mariano entrou comigo para me ajudar, perguntei a ele : - Que tipo de roupa é para levar? - Coloca roupas de calor, leva umas, duas de frio, e biquíni, ah e antes que eu me esqueça, vou te pagar esse mês, para que possa pagar suas dívidas e tal. -Muito obrigada Mariano! Beijei o rosto dele. Arrumei uma bolsa e coloquei tudo que era necessário, e ele pegou minha bolsa colocou nas costas e saímos para fora, minha avó e dona Lúcia estavam no maior papo, mas tínhamos que ir, pois as três da manhã já estaríamos de pé, ou melhor na estrada. Fomos para casa deles, e a correria estava pronta, um pra lá outro pra cá, fomos dormir um pouco já era uma e meia da manhã, e logo o despertador acordou todo mundo. As malas já estavam todas no carro, o café da manhã dona Lúcia colocou em uma cesta de piquenique, então só escovamos os dentes, mudamos de roupa, e lógico peteamos o cabelo e saímos, ouvi Mário dizer que a viagem era de umas doze horas, meu Deus, muito tempo. Sem mais demoras entramos no carro, A mãe deles logo correu e sentou-se na frente, Mariano perguntou porque ela não ia atrás com Mário, ela disse que queria ajudá-lo a ficar de olho na estrada, mesmo insatisfeito ele deixa para lá, Mário ficou contente por sentar comigo lá atrás, fomos conversando e rindo, até a metade do caminho, dona Lúcia que jurava que ia ajudar a olhar a estrada dormiu o caminho todo até ali, fiquei com muita vontade de ir ao banheiro e disse a Mariano, ele rapidamente encontrou uma conveniência e parou, a mãe dele acordou na hora achando que já tínhamos chegado, foi bem engraçado ela abrindo o porta malas, depois olhando tudo, demorou alguns segundos para perceber que não era o destino. Fui atrás de um banheiro e encontrei, quando saí de lá os três estavam no restaurante da conveniência, entrei lá, Mário veio rapidamente ao meu encontro com um lindo ursinho nas mãos, tamanho médio, cinza, era lindo, ele me entregou. - Lembrei de você, com todo carinho comprei para de dar, então cuide bem dele hein. Sorriu - Obrigada Mario, que fofura, amei muito!!! Dei lhe um abraço, e um beijo em seu rosto. Não vimos mas Mariano estava observando a distância tudo que estava acontecendo ali, e então se aproximou de nós dois, olhou para o urso, e comentou com desdenho : - Até que é bonitinho. Revirou os olhos e saiu, desapareceu por alguns instantes, então resolvemos ir para o carro esperá-lo por lá mesmo, dona Lúcia também veio com nós dois. Não demorou muito, lá vem Mariano, não deu para acreditar no que eu estava vendo, estava com um enorme urso e uma caixa vermelha nas mãos, já imaginei logo que fosse Lara sua mãe, já que Mario me deu um, então imaginei que ele fosse agradar a mãe dele, mas não, eu estava completamente enganada, era para mim, tudo aquilo era para mim, fiquei sem acreditar ainda mais. Eu estava encostada no carro, e ele chega e entrega em minhas mãos, quase não consegui segurar sozinha, então ele ficou com a caixa nas mãos e me entregou somente o urso. Sua mãe indignada, o interroga antes mesmo que eu pudesse agradecer : -Onde vai colocar esse urso grande desse jeito Mariano? Para que isso, não era necessário comprar isso, gastando dinheiro à toa! Ele olha para sua mãe com um ar de reprovação e a responde na hora : - Olha mãe, tenho direito de agradar minha namorada, o dinheiro é meu, eu que trabalho pra ter o direito de gastá-lo, sem contar que eu que estou bancando toda essa viagem, eu senti vontade de dar algo para ela, e qual é o problema nisso? Ele não era de falar assim com sua mãe, pelo. Contrário era sempre educado e submisso, mas depois do ocorrido na loja ele mudou bastante com ela. Fiquei super sem graça com aquela confusão, e sugeri a ele que devolvesse os presentes, ele se recusou, chamei o para conversar em particular, ele concordou. - Mariano, nós ainda não somos namorados, e você não tem obrigação de me comprar nada! - Eu sei Lia, não comprei por obrigação, e sim porque quero te agradar, sei que ainda não namoramos, mais para mim você já é minha namorada então por favor aceite o presente. Aliás do Mario você aceitou. - Sim aceitei, mas quando ele me deu, não virou essa confusão toda com sua mãe, ela não gostou nada de você ter gastado dinheiro comigo. -Eu não sei o que está acontecendo com ela, tudo que mais queria era que eh ficasse com você, e agora não posso tentar te agradar? - Talvez foi porque os dois filhos dela, não deram nada pra ela, e sim para mim, talvez se agradarem ela, as coisas dão uma melhorada. - Não estou muito bem com ela, você já sabe o porquê. - Sei sim, mas ela é sua mãe, e estamos numa viagem para nos divertir e não ficar brigando. - Você tem razão! Depois falo com Mario para que nós dois, possamos resolver o que comprar para ela. - Isso aí!!! Você verá o quanto ela irá melhorar o comportamento dela com agente. - Tudo bem então,. Vamos ver! Obrigada pela dica. - Tá bom, não se preocupe vai dar certo. Vamos. Entramos no carro, coloquei meu urso entre mim e Mário, e o que ele me deu estava no meu colo, Mariano ainda estava com a caixinha nas mãos e lembrou de me entregar dentro do carro, dentro havia muitos chocolates e um lindo bilhetinho romântico, percebi que Mário ficou meio decepcionado, e o questiono : - O que você tem Mário? - Nada não! Ele diz e faz um sinal com os olhos, demostrando que não queria que seu irmão ouvisse, então peguei meu celular e mandei uma mensagem para ele. - Pode me dizer por aqui, o que está acontecendo contigo, foi algo que fiz? - Não foi você, só estou meio frustrado! -Mas porque está se sentindo assim? - Mariano te deu o maior urso que havia na loja, e ainda te trouxe chocolates, e eu, o que eu te dei? Um ursinho pequeno sem graça! - Eu amei muito o urso que você me deu Mário, não fale assim porque me sinto m*l desse jeito. - Não sinta, aliás você não tem culpa de nada, se trata de Mariano, ele faz as coisas de propósito, pra poder mostrar que pode mais que eu. - Acho que ele não fez por m*l, não pense assim, é o que interessa é que eu amei não é? -Sim verdade. Ele se animou mais depois que conversamos por mensagem então encerramos aquele assunto. Dona Lúcia voltou a dormir, ela não ajudava a ficar de olho na estrada, então Mariano parou em um posto para abastecer, e a acordou, pediu que ela se sentasse atrás, e que eu fosse para frente, pois ela não estava ajudando em nada. Mariano estava morrendo de sono também, e aproveitou e comprou alguns energéticos, para não dar problemas com a mãe dele sugeri que Mario fosse na frente com ele, claro não tinha como negar, ele aceitou, e sua mãe não questionou mais. Continuamos a viagem, Mário resolve colocar uma música para acabar com o silêncio, enquanto dona Lúcia estava roncando, e ela percebe, e não perde tempo em chamar a atenção deles.: - Que música horrível, tira isso, sangue de Jesus tem poder! Mario e Mariano ficaram sem graça comigo pelo comportamento da mãe deles, mas finjo nem ver nada, fico olhando pela janela, com um olhar perdido pela paisagem. Eles tiram a música e tudo fica silencioso novamente, lembrei que eu tinha colocado meus fones dentro do bolso da calça que eu estava, então coloquei para ouvir minhas músicas quieta no meu canto. Não passou muito tempo dona Lúcia pega outra vez no sono e roncava muito alto, perguntei para Mariano se já estávamos próximos ao destino, ele responde que sim, me animei mais. Realmente estava muito perto, logo entramos na cidade, pude ler o nome da cidade, JATAI, nunca tinha ouvido falar desse lugar, a única coisa que eu sabia é que era no estado de Goiás, pois observei bem as placas na estrada. Antes de irmos para tal fazenda, os rapazes acordaram dona Lúcia, para ela ensinar onde era a casa de outros parentes deles que moravam na cidade. Chegando na casa deles, podia se notar que eram pessoas bem humildes, não só financeiramente, eram pessoas boas e receptivas, muito ao contrário daquela família deles do Natal, esses eram totalmente diferentes, me trataram com carinho e respeito mas lógico que as perguntas não podiam faltar.