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O poder do Amor - Obcecada pelo Chefe

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Blurb

Uma história cheia de paixão, ciúmes e evolução humano. Onde aprendemos a observar o ser humano como errante, mas mesmo assim, consegue evoluir com o perdão, é conscientização. Uma mulher, recém formada, extremamente machucada pelo preconceitos de outras pessoas sobre seu sobrepeso, mas que o amor ensinará uma grande lição a todos os envolvidos.

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Capítulo I
Sou formada em jornalismo, mas como o mercado está r**m, decidi arrumar outro emprego para não passar fome. O mais difícil para mim é passar pela entrevista. Sempre que tentava, era recusada e nem eu mesma sabia que o preconceito era tão grande por estar com alguns quilos acima do peso. Eu tentava ser secretária ou recepcionista, mas toda vez que eu chegava para a entrevista à frase era a mesma: "se for escolhida, nós ligaremos" e nunca ligavam de volta. Já dava para saber só pelo olhar que a pessoa que me entrevistava fazia, muitas vezes me medindo de cima a baixo, com olhar de pena ou de nojo e isso estava me fazendo m*l. Estava perdendo as esperanças. Moro com meu melhor amigo Frank, ele é gay e trabalha em uma agência como modelo fotográfico. Tenho uma entrevista hoje, mas não decidi se vou ou se me recolho em minha insignificância. Sou Juliana, mas todos me chamam de July, tenho vinte e três anos e estou desempregada. Acordei muito cedo, junto com Frank, que costuma acordar com as galinhas para correr e depois ainda vai para a academia. - Bom dia Frank - disse enquanto coava o café. - Quem morreu? - perguntou Frank, arregalando os olhos e parando bruscamente com uma das mãos no peito. - Nada, porque o assombro? - perguntei cheirando o café que caía no bule. - Nossa! Estou tão deslumbrado aqui que vou ter que tomar café com você, nunca vi você levantar tão cedo, fica até o último segundo na cama, o que aconteceu? - perguntou se sentando com as duas xícaras. - Tenho uma entrevista às nove horas e não quero ir com o rosto amassado, preciso conseguir um emprego ou vou acabar na rua, comendo resto de comidas - disse dramatizando. - Meu Deus! Coitada, quem ouve isso, pensa que você não tem ninguém do seu lado - retrucou esfriando o café na xícara. - Frank, eu não aguento mais fazer entrevistas - desabafei triste. - Pense assim, se até agora não deu, se não aconteceu, é porque não era o certo para você. Em algum lugar tem o emprego ideal te aguardando, você é inteligente, competente e formada. Se acalme, vai acontecer - ele falou tentando me dar esperanças. - Você tem razão, vou tomar um banho, preciso me arrumar - falei enquanto me levantava. - É isso aí garota, força na peruca - retrucou dando um tabefe em minha b***a. - Se você não fosse gay, eu casava com você viu sua bicha linda - disse sorrindo de modo carinhoso. - E eu não sei? Sou gostoso, bonito e um cavalheiro, no mínimo as pessoas precisam me amar - falava fazendo bico e mexendo a cabeça. - Você é uma comédia, isso sim. Beijos amore, eu vou tomar banho, até à noite - continuei falando ao beijar seu rosto e apertar sua bochecha. Fui para o banheiro, tomei um banho, depilei as axilas e as pernas que estavam deprimentes, então perdi um tempão no chuveiro. Logo depois sequei o cabelo que estava sem corte e resolvi prendê-lo num r**o de cavalo. Precisava me lembrar de cortar um pouco e fazer algo diferente na cor, mas enquanto não conseguir um emprego nem posso pensar em gastar no cartão de crédito. Não sei como meus pais ainda me ajudavam, saí da casa deles há mais de cinco anos e até hoje eles mandavam minha mesada. Se não fossem esses mil e quinhentos reais mensais eu não sei o que seria de mim, mas precisava urgentemente de um emprego, só com o aluguel do apartamento e despesas da casa, não sobrava mais nada pra mim. Graças aos meus pais, minha cabeça ainda estava no lugar. No meu último aniversário eles me presentearam com um carro. Achei isso muito fofo, é pequeno e faz muito meu estilo, um HB20 amarelo, nunca tinha visto este tom de amarelo, algo meio fluorescente. Apaixonei-me perdidamente, hoje meu maior amor é meu carro. Troquei de roupa, coloquei uma camisa branca de cetim, uma saia lápis cinza escura, um scarpin preto e o blazer conjunto da saia. Sou gordinha, quadril largo, b***a enorme, s***s grandes também, mas não tenho muita barriga, então ainda consigo colocar algo apertado sem ficar ridículo. Passei um gloss rosa claro e meu perfume de sempre, Gabriela Sabatini. Peguei a bolsa e saí. Dirigia na Avenida Paulista, como eu amo minha cidade, principalmente esta parte de São Paulo, aqui nos sentimos mais importantes. Quando avistei aquele prédio imenso, já fui dando seta para entrar na garagem. - Bom dia senhor, vim fazer uma entrevista para ser secretária do doutor Ricardo Boldrini - disse ao segurança do prédio, responsável pela circulação na garagem do prédio Boldrini Associados. - Pode entrar, boa sorte - respondeu levantando a barra para que eu entrasse e estacionasse. Procurei um lugar próximo ao elevador, aqueles saltos estavam me matando, quanto menos eu andasse, melhor. Entrei no elevador e quando apertei o botão do 17º andar alguém entrou no elevador comigo. Olhei e perdi o fôlego literalmente, o homem estava tão cheiroso! Barba cerrada bem desenhada, óculos de sol, nariz bonito, cabelos escuros com alguns fios prateados deixando-o ainda mais sensual, alto, não era forte nem magro, tinha um corpo esguio, sem gordura, pelo jeito se cuidava e malhava, devia ter seus quarenta anos. Nunca gostei de homens mais velhos, mas este tirava qualquer um do sério, cheguei a pensar no George Clooney, pois os dois se parecem muito. Ele sequer me cumprimentou, ficou estático, olhando para frente como se eu nem existisse, nem bom dia ele disse. Realmente parecia uma celebridade como algumas que conhecemos, com o rei na barriga. O elevador parou no mesmo andar para nós dois. Ele foi saindo e entregando a pasta para uma moça loira, bonita e magra, que estava a postos na frente do elevador. Ela o foi seguindo como um cachorro que segue seu dono. Achei estranho aquilo, mas não quero nem saber quem seria este arrogante que nem bom dia fala num elevador. Cheguei a uma moça que estava na mesa à direita do grande salão. - Bom dia, vim falar com Eleonor - disse a uma moça morena de olhos verdes, muito bonita por sinal. - Bom dia, a sala da senhora Eleonor é neste corredor, terceira porta à esquerda, pode bater e entrar, ela está sozinha - respondeu apontando o caminho e sorrindo. - Obrigada, Raquel - agradeci olhando seu nome no crachá. Ela sorriu e curvou a cabeça para o lado. Bati na porta e ouvi quando uma voz respondeu que eu podia entrar. Quando vi a mulher fiquei abismada, muito diferente de todas as outras funcionárias, Eleonor, era baixinha e gordinha, usava óculos e tinha cara de brava. - Entre, sente-se - me convidou de pé ao lado de sua mesa. - Obrigada - agradeci me sentando. - Vejamos aqui, você é Juliana? - perguntou olhando de cima dos óculos. - Sim senhora, sou eu. Juliana Colto Velasques - respondi completando meu nome. - Bom, Juliana, porque acha que seria uma boa secretária para o doutor Ricardo? - perguntou tirando os óculos e me encarando. - Sou eficiente, muito rápida de raciocínio, não gosto de intimidades com meus chefes e além de tudo sou muito discreta - respondi sabendo que eles prezavam a discrição. - Ok, seu currículo é muito bom, formada em jornalismo, tem experiência como secretária, mas não sei se você seria feliz aqui - ela disse cruzando os braços. - Como assim? Não entendi - respondi, olhando a mais de perto. - Acho que já percebeu que aqui não tem pessoas como nós, mais gordinhas - respondeu com muito cuidado. - Não tem problema nenhum pra mim, você é gordinha como eu e competente no que faz. Só quero a oportunidade de provar minha capacidade, ela vai além de meu peso - respondi me segurando para não deixar as lágrimas caírem, não podia perder mais uma oportunidade. Ela me olhou de um jeito confuso, mordendo o canto do lábio. Voltou os olhos para meu currículo e depois me olhou novamente. - Está bem, você fica com a vaga, mas terá dois meses de experiência, se provar que pode ficar, te contratamos, certo? - perguntou me encarando levantando a sobrancelha. - Combinado - respondi sorrindo. - Está bem, amanhã você começa as oito em ponto, não se atrase e nunca fale com o doutor Ricardo sem que ele pergunte algo. Amanhã estarei à sua espera, para te passar o que for preciso antes que ele chegue. - Obrigada, às oito horas estarei aqui - respondi me levantando. - Até amanhã então Juliana e bem vinda à Boldrini Associados. Saí da sala sorrindo de orelha a orelha, enfim tinha conseguido um emprego. Estava muito feliz, não sabia como era meu chefe, mas não importava, poderia trabalhar e quem sabe ver aquele Deus Grego do elevador de vez em quando. Cheguei em casa, tomei um longo banho quente, coloquei uma camiseta surrada e calcinha, logo depois fui preparar um lanche pois estava morrendo de fome. Frank entrou na cozinha e estava lindo, usando jeans e uma camiseta pólo vermelha, ele exalava um perfume amadeirado delicioso. - Ah! Eu quero lanchinho, mas nada de maionese, hein - disse Frank sentando no banquinho de frente da bancada da cozinha. - Nossa, Frank. Você não vem fazer para mim, né seu folgado - respondi sorrindo. Fiz os lanches com pão integral, peito de peru, alface e tomate. Frank comia com uma boca tão boa e eu me divertia com aquilo. - Como foi a entrevista? - ele perguntou dando uma grande mordida no sanduíche. - Interessante - respondi olhando para ele. - Interessante? Conte logo July, não está vendo minha agonia - retrucou deixando o sanduíche no prato. - Fui ao escritório e só vi mulheres espetaculares, mas para minha sorte a chefe de recursos humanos é gordinha - respondi piscando. - Quer dizer que conseguiu a vaga? - Frank perguntou com os olhos arregalados. - Consegui! - gritei quase surtando. - Meu Deus July, enfim uma boa notícia - respondeu me abraçando de forma carinhosa. - E de quebra vi um Deus no elevador, que homem lindo, alto, moreno claro, cabelos lisos e grisalhos, lindo. Cheguei a ficar molhada só de ficar do lado - falei me abanando com o guardanapo. - Uau! Acho que vou visitá-la logo em seu novo emprego. O que vai fazer lá? – perguntou levantando a sobrancelha. - Vou ser secretária do doutor Ricardo Boldrini - respondi sem ter idéia de quem era o dito cujo. - Você ainda não o conhece? - Nunca vi mais gordo, não tenho idéia de quem seja, mas só de poder ver aquele Deus do elevador já valerá a pena, mesmo que meu chefe for um i****a - respondi com os olhos brilhando. - Que dia começa a trabalhar? - perguntou enquanto mastigava. - Etiqueta é bom e eu gosto, viu Frank - disse me referindo a sua boca cheia. - Pelo amor de Deus né July, aqui eu posso ser eu mesmo, não fica me julgando assim - retrucou fazendo cara f**a. - Está bem, senhor posso ser eu mesmo. Começo amanhã às oito horas. - Que bom, vou sair hoje à noite para beber algo, quer ir? - perguntou me encarando. - Não vou não, amanhã preciso levantar cedo. - Você e suas desculpas... Não vamos demorar, vamos? Podemos comemorar seu novo emprego - disse com os olhos de gato de botas, daquele jeito pidão. - Está bem, mas não posso dormir tarde - respondi concordando. - Eu te trago antes da meia noite, Cinderela. - Bobo - disse jogando uma migalha do pão nele. - Vou tirar um cochilo para estar inteiro para nossa noitada - disse se levantando. - Eu vou fazer as unhas aqui perto e vou aproveitar para cortar um pouco essa juba - disse sorrindo. - Está precisando mesmo, faz umas luzes nesse cabelo Ju, ficaria linda loira - ele falou me olhando enquanto encostava-se à parede. - Quem sabe, vou ver isso, mas não se anime muito não - respondi sem muita coragem para grandes mudanças. - Bom, você quem sabe, até mais tarde - disse saindo da cozinha e me deixando a louça suja novamente. Meio contrariada lavei a louça e saí para o salão. Cheguei e logo na entrada Otília sorriu. - Ju, bem na hora, a Estela acabou de chegar para fazer sua unha. - Ai que bom, depois da unha vou dar uma transformada no visual, amanhã começo a trabalhar e quero ficar mais bonita - respondi tentando me convencer a radicalizar. - Pelo que vejo Frank enfim conseguiu te convencer - falou sorrindo e me acompanhando até a manicure. - Oi Estela, quero um esmalte vermelho, hoje vou mudar tudo - disse para a manicure que me olhava surpresa. - Obrigada meu Deus, ela vai parar de usar aquela porcaria de francesinha - disse com as mãos levantadas para cima, como se realmente falasse com Deus. - Boba - sorri me sentando. Depois da unha feita e lindamente vermelha, me sentei na cadeira de frente ao espelho e fui recebida por um cabeleireiro, ele é homossexual e muito amigo de Frank. - E então minha deusa plus size, posso radicalizar? - perguntou me girando de frente pra ele. - Quero cortar um pouco das pontas, mas pode fazer muitas luzes, quero ficar loira. - Uau! Que mudança hein? Não vejo a hora de te ver mais selvagem - disse sorrindo. - Faça sua mágica, Henrique - respondi piscando. Ele me virou e começou o corte, deu uma repicada no cabelo e depois começou as luzes. Estava muito ansiosa e quando ficou pronto, não me reconheci, fiquei quase loira fatal mesmo. Ele aproveitou e me maquiou, cheguei a me sentir bonita. - Nossa! Quem é esta mulher? - perguntei olhando no espelho. - Você, só a tratei como merece, você é linda Ju, pare de ficar se escondendo atrás do seu peso. Tenho vários amigos que gostam de gordinhas e nenhum deles é f**o. - Então me apresenta, estou precisando ser desejada - disse sorrindo e mexendo no meu cabelo maravilhosamente reluzente. - Vou ajeitar isso - ele disse me beijando no rosto e se despedindo. Saí do salão me sentindo o máximo, percebi vários olhares masculinos e isso me deixou de ótimo humor para sair à noite. Cheguei em casa e Frank já estava quase pronto. - Juliana! Meu Deus! - Frank disse surpreso me olhando. - E ai ficou bom? - perguntei sorrindo. - Ficou lindo, estou até com medo de sair com você hoje, ninguém vai me olhar - respondeu me girando. - Seu bobo, vou tomar uma chuveirada rápida e já vamos - falei saindo em direção ao banheiro. Depois do banho coloquei um vestido vermelho, um scarpin preto e fomos para um novo barzinho que inaugurou nos Jardins. Frank adorava ostentar em lugares glamorosos, também pudera, ele convive no mundo glamoroso. O bar era lindo, com luz fraca e muito bem frequentado, não tinha cadeiras, eram sofás chiques e muito confortáveis, cheio de modelinhos, me senti um peixe fora d'água. Frank pediu Martini branco com azeitona para nós dois e quatro doses de tequila. - Você quer me embebedar? - perguntei olhando os copos na mesa. - Quem sabe assim você fica mais à vontade - respondeu me dando um dos copos de tequila. - Quer saber, hoje a noite vai ser curta, quero me esbaldar - falei virando a tequila de uma vez. - Aí sim, dona certinha - ele disse batendo palmas e gargalhando. Bebíamos e conversávamos entre as inúmeras pessoas que vinham cumprimentá-lo. - Vou ao banheiro, já volto - disse me levantando meio bêbada. - Cuidado para não se perder em dona Juliana - respondeu sorrindo. - Xá comigo - respondi piscando de maneira espontânea. Fui no banheiro, retoquei a maquiagem e quando saí alguém esbarrou em mim, tive que me segurar na pessoa, quase caí. - Opa! Desculpa moço - disse me desculpando. - Imagina, está tudo bem com você? - ele perguntou olhando minha boca vermelha. Quando notei quem era não conseguia responder, não acreditava que o Deus do escritório estava ali e me segurando. Minhas pernas tremiam de excitação, aquele homem maravilhoso me tocando, ai meu Deus, acho que estou vendo coisas. - Você está bem? - ele perguntou me segurando bem próxima a ele. - Bem? Acho? Estou sim - respondi gaguejando e olhando em seus olhos, meio boquiaberta. Tentei sair de perto dele e fiquei mais tonta ainda, então o Deus grego voltou a me segurar. - Espera! Eu te ajudo a chegar onde precisa - disse me segurando firme. Se ele soubesse que quero chegar na cama dele, ai meu Deus, será que falei alto? - Falei? - perguntei sem saber direito o que estava dizendo. - Falou o quê? - ele perguntou e eu entendi que estava louca, não falava coisa com coisa. - Moço eu vou ali naquela mesa, meu amigo me obrigou a tomar duas doses de tequila, fica me enchendo e me chamando de certinha, mas acho que ele tem razão, não sirvo para isso, estou com vergonha de você - falei tentando parecer mais bêbada do que eu realmente estava, não ia deixar esse homem longe assim, já que ele era solícito eu iria usufruir disso. - Sem problemas, para você ficar assim com duas doses de tequila, realmente você não é de beber - respondeu me auxiliando até a mesa onde Frank estava. - Meu Deus Ju, que é isso? - perguntou Frank ajudando o delicioso a me colocar sentada no sofá. - Pelo jeito, ela não deve estar acostumada a beber? - perguntou o Deus grego a Frank, no intuito de constatar o que havia dito. - Não, ela nunca bebe, hoje estamos comemorando o novo emprego dela, sabe como é - disse Frank. - Tudo bem, cuide dela - respondeu dando a mão a Frank, como cumprimento. - Pode deixar senhor? - perguntou Frank apertando a mão dele. - Ricardo, prazer - respondeu o gostoso. Em seguida ele me olhou, como se penetrasse em meus olhos e conseguisse enxergar minha alma e saiu em seguida. - Meu Deus Frank, ele é lindo demais, estou apaixonada, esse homem vai ser meu, pode escrever - falei batendo na mesa. - Ele é maravilhoso, babado puro, mulher - respondeu Frank se abanando. Ficamos no bar por mais uma hora e comecei a tomar refrigerante para melhorar a bebedeira. Quando estávamos indo embora, passamos em frente ao bar e lá estava ele, encostado no balcão conversando com um amigo. Pude observar melhor, estava vestindo uma camisa azul clara e uma calça jeans, bem despojado. Ele me olhou e piscou, eu sorri e saí do bar. Amanhã, com certeza, quando ele me ver nem vai se lembrar de mim, mas não tem problema, eu quero admirá-lo. Logo pela manhã minha cabeça girava, tomei um banho, prendi o cabelo em um r**o de cavalo, fiz uma maquiagem suave, coloquei uma saia lápis preta uma camisa pink e um casaquinho preto, com scarpin preto também. Saí de casa atrasada e dirigi loucamente até o escritório; quando entrei no elevador, fiquei recordando daquele homem delicioso, mas nada dele. Assim que entrei na sala da gerente de RH, ela me acompanhou até a antessala do doutor Ricardo Boldrini, me auxiliou dizendo o que eu faria, constatou que eu estava bem instalada e quando ia saindo da sala, voltou pra trás e me encarou. - Não esqueça, ele é antipático, mas se for competente ele vai aprender a gostar de você. - Tudo bem, não será o primeiro chefe antipático e nem o último, sei lidar com isso, fique tranquila - respondi com firmeza. Ela saiu e eu comecei a arrumar os arquivos que estavam fora de ordem. Queria também digitalizar alguns documentos, para tê-los de prontidão quando os mesmos fossem solicitados. Já tinha passado das nove quando o deus grego chegou e foi entrando pela porta, me olhou assustado e deu meia volta. Fiquei sem entender, será que ele se perdeu? Continuei o que estava fazendo, alguns minutos depois ele voltou me olhou franzindo a testa e disse: - Senhorita Juliana, presumo? - Sim senhor - respondi me levantando e arrumando o casaquinho. - Pegue uma agenda e caneta e me siga - disse de maneira formal, levantando a cabeça e entrando na sala do meu chefe. Quem esse homem pensa que é para mandar em mim, sem nem saber quem eu sou? Entramos na sala e ele indicou uma cadeira para que eu sentasse. - Juliana, às onze horas eu tenho um almoço com Leonardo Farone, não me deixe esquecer, preciso ser lembrado meia hora antes. Às três da tarde, reunião com os outros associados sobre o caso Mensari, não se esqueça de confirmar com todos eles. E assim ele continuou; quando terminou, me olhou de um jeito curioso. - Você marcou tudo ou ainda está tonta como ontem? - Desculpe senhor, eu anotei tudo, só não sei quem é o senhor - respondi sem ter noção de nada, aquele homem conseguia embaralhar tudo em mim. - Levante-se - ordenou altivo em minha frente. - Sim, senhor - disse cumprindo o que ele queria e totalmente hipnotizada por ele. - Muito prazer! Sou seu novo chefe, Ricardo Boldrini. Nunca esqueça isso: não gosto de nenhum tipo de intimidades com funcionárias; por mais que pensem o contrário, prefiro distância, entendeu? - perguntou deixando-me de boca aberta. - Sim, senhor, jamais pensaria que o senhor quisesse algo comigo, tenho espelho em casa doutor; fique tranquilo, estou aqui para trabalhar - respondi com muito custo, tentando segurar meu choro, voz embargada. Ele me olhou e eu abaixei a cabeça, indo em direção à saída. - Senhorita Juliana? - disse me chamando. - Pois não, senhor - respondi já deixando as lágrimas rolarem sem querer. - Nada, pode ir - disse me olhando. Senti um nó na garganta. Como ele pode me tratar assim? Ele acha que todo mundo vai se apaixonar por ele e não fazer o serviço? Eu não sou as outras, mas preciso focar no meu serviço e deixar de sonhar com este homem. Só não sei se vou conseguir, já estou de quatro. No final da tarde, depois de um longo dia, ele ia saindo da sala e eu estava focada no serviço, nem percebi que estava sendo observada. - Senhor! - dei um pulo assustada. - Estou indo Juliana, algum recado? - perguntou me encarando. - Não senhor - respondi desconcertada. - Vá pra casa, amanhã você continua, já está tarde e só estamos nós na empresa - falou me esperando. - Sim senhor, vou só desligar o computador - respondi tentando agilizar. Peguei minha bolsa e fui com ele para o elevador. Ele fez sinal para que eu entrasse antes e entrou em seguida, podia jurar que ele fez isso para olhar minha b***a; quando me virei reparei seu olhar e no mesmo momento ele ficou sério e apertou o botão que nos levaria para a garagem. Descemos completamente quietos, assim que chegamos à garagem ele fez sinal com a cabeça se despedindo e eu fiz o mesmo, entrei em meu carro e saí antes dele. Estou ferrada, como conseguir trabalhar para alguém que tira meu ar só de chegar perto? Estava arrasada ao chegar em casa, eu precisava de um plano para conquistar aquele homem e Frank iria me ajudar. - Olá - falei entrando pela porta da sala. - Estou no quarto - gritou Frank. Coloquei minha bolsa em cima do sofá e fui ao quarto de Frank. - Oi amore - disse abraçando Frank e me jogando na cama. - O que foi Ju? - perguntou me olhando curioso. - Lembra-se do cara do elevador? E do cara que me ajudou no bar? - perguntei olhando e fazendo bico. - Lembro, pelo que me disse é a mesma pessoa, não é? - retrucou levantando da cama. - Sim, mas o pior é que ele é meu chefe, o i****a mais gato do mundo, Ricardo Boldrini. Eu estou ferrada, meu amigo, estou de quatro por ele. - Como você está de quatro por um i*****l? - perguntou colocando a mão na minha perna e se sentando ao meu lado. - Não sei Frank, sinto meu corpo tremer perto dele. Sabe quando parece que seu corpo cria vida, sem precisar do seu cérebro para controlá-lo? Ele chega perto e meus músculos saltam, fico sem ar, morrendo de vontade de sentir o toque da mão dele e imaginando como deve ser aquele homem me beijando, me pegando, me preenchendo por dentro - falei passando a mão do seio para o pescoço, como se sentisse aquele homem em mim. - Opa, opa! Calma aí amiga, não precisa gozar aqui perto de mim, já entendi que o cara é gostoso, mas não precisa de tudo isso - disse arregalando os olhos de um jeito divertido. - Como assim, Frank? Estou aqui desesperada para dar para esse cara, fico totalmente descontrolada do lado dele, enquanto eu não desfrutar disso, não ficarei bem. - Você quando fica obcecada em alguém, só por Deus - Frank disse balançando a cabeça e fazendo bico. - Preciso de ajuda, Frank, quero uma visão masculina, sei que penso como homem, mas não tenho perspectiva masculina e por mais que você seja gay, você é homem e sabe muito sobre desejo - disse pedindo ajuda. - Não vou ajudar você a conquistar esse cara, você não cumpre nada do que promete. Logo se enjoa a não continua o que combinamos - falou nervoso. - Frank, por favor, não quero o coração do cara, quero s**o, mas preciso aguçar o desejo dele por mim - respondi encarando-o. - Eu sei disso, mas e se você se apaixonar pelo cara, não sei não - falou se levantando. - Para seu bobo, fala logo, faço qualquer coisa para dar pra ele, não quero o amor dele, quero o p***o dele, quero s**o sujo e excitante - respondi sorrindo. - Eu topo, mas vai ter que fazer tudo que eu mandar e vou colocar tudo no papel e você vai assinar. Se for assim eu concordo, se não pode ir atrás de outro. E aí? - perguntou estendendo a mão. - Eu topo, faço qualquer coisa - respondi apertando a mão de Frank, que aproveitou para me puxar e me levantar. Fomos para a cozinha, sentamos e Frank pegou o notebook e começou a digitar. Enquanto isso eu o observava e pensava: como um homem deste podia gostar de p***o? Ele é alto, olhos penetrantes, pele sedosa, forte e malhado, meu Deus ele consegue tirar suspiros de qualquer mulher, é muito gostoso. Essa barba serrada e desenhada, como pode? Que desperdício. Realmente o p***o é perigoso, quando se experimenta, se vicia. Eu sorria com meus pensamentos e não percebi que Frank me olhava curioso. - O que foi? Conheço esse seu olhar Juliana, com certeza está pensando em coisas roliças - disse se divertindo. - Estava pensando o quanto um p***o pode ser perigoso, veja você, um homem alto, musculoso, gostoso e lindo, que não pode ser degustado, porque prefere homem. Isso não é justo Frank - falei decepcionada. - Para que ficar pensando em mim como desperdício, cada um tem sua escolha, eu tentei ficar com mulheres, mas o poder da p**a foi maior amiga, aceite - Frank disse fazendo bico. - Eu aceito, mas quando reparo em você, me revolto. Se não fosse por este pequeno desvio de escolha, podia casar comigo - falei sorrindo. - Ju, entenda que nem se eu fosse homem, que gostasse de mulher, jamais ia querer você. Não sirvo para ser usado e descartado, você nunca se apaixonou por ninguém, para você é só s**o. Quando arruma alguém que quer algo sério, você some. - Já parou para pensar porque faço isso Frank? - perguntei colocando ele na parede. - Por quê? Não, nunca parei para pensar nisso, quer me explicar? - perguntou confuso. - Porque o único homem que gostei de verdade se tornou meu amigo e me confidenciou que era gay, lembra? - perguntei levantando a sobrancelha. - Você e essa história ainda? Juliana, eu não sabia que gostava de mim e até hoje sou seu amigo, nunca te tratei diferente, você nunca vai esquecer isso? Já faz mais de sete anos, está na hora de superar, quer que eu vá embora? Ficaria mais fácil? - perguntou sério. - Frank, só te lembrei do motivo. Não amo mais você como homem, mas não posso negar o desejo s****l, mesmo sabendo que é minha amiga de cueca, respondi sorrindo. - Ju, lembre que meu p***o é enfeite para você, não funciono com mulher, gosto de ser passivo, entendeu? - perguntou jogando um balde de água fria em meus pensamentos. - Não está mais aqui quem desejou - falei sorrindo e tirando sarro dele. Já não sentia nada por ele, mas demorei em ver Frank como amigo, realmente fui apaixonada por ele, sempre me tratou com muito carinho, mas é difícil reparar nele sem sentir desejo. Ele imprimiu a folha e me entregou. - Aqui estão alguns itens que terá que cumprir, leia, entenda e assine se aceitar, se não você tenta sozinha - disse me olhando sério. - Está bem, meu consultor s****l - respondi focando atenção no que estava escrito. 1. Você deverá cumprir todos os itens sem pestanejar. 2. Só poderá comer o que for estipulado e preparado pelo consultor. 3. Terá que levantar às seis da manhã, todos os dias. 4. É obrigatório fazer exercícios físicos acompanhada do consultor. 5. Não tomará nenhuma atitude antes de conversar sobre o assunto. 6. Não fará s**o com mais ninguém, a não ser com o homem que quer, só assim focará no objetivo. 7. Usará roupas escolhidas pelo consultor, sem reclamar. 8. Sairá de quinta a domingo, acompanhada pelo consultor. 9. Não poderá modificar nenhum dos itens. Esse acordo terá duração de três meses. Assinatura e data. - Que é isso Frank, tem muita coisa aqui que colocou só para me adestrar, seu sádico - falei sorrindo. - Se concordar, eu consigo fazer este homem te desejar, se não concordar você tenta sozinha - respondeu franzindo a testa, tentando parecer sério. Olhei sorrindo para Frank e assinei. “Que comecem os jogos”.

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