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A babá do Viúvo

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Blurb

Hoje deveria ser o melhor dia da minha vida, mas é o pior. Minha Carmen faleceu no nascimento do nosso primeiro filho Benjamin, foi ela mesmo que escolheu esse nome, ela comprou todo o enxoval. Eu a amo demais, e não sei o que fazer, não sei como vou cuidar daquela criança, nem mesmo sei, se vou conseguir olhar para ele depois de tudo isso, sei que é um inocente e não tem culpa de nada, mas não consigo distinguir, não agora, não nesse momento.

Uma semana se passou e eu ainda não consegui sair da cama, não estou nem pensando em trabalhar, pouco eu como e não consigo olhar para aquela criança que a tirou de mim. Quem está cuidando daquela criança, é minha irmã Júlia, não sei como ela está conseguindo, porque ele chora bastante e ela também tem uma família para cuidar, quer dizer um marido. Decidiu por contratar uma babá durante o dia, eu não estou nem aí, tanto faz, só quero que ele cala a boca, quero silêncio, só quero ficar na cama e pensar nela, no tempo que vivi com ela.

Mas, esse pensamento mudou quando ela passou pela minha porta, prepotente, dona da razão, nariz empinado e muito irritante de um jeito que nunca pensei e para piorar ainda, moradora de favela.

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Capítulo I - Alex
Hoje completa 3 semanas que perdi minha Carmen, ainda não saí de casa e a criança não para de chorar, talvez esteja doente, Júlia minha irmã já tentou de tudo e nada resolve, como ela não tem filhos fica perdida também. Hoje é o primeiro dia da babá e torcemos para que ela possa fazer ele parar de chorar. — Alex, levanta agora precisamos levar ele ao médico. — Eu não vou, pode pegar o carro. — Já chega, você vai levantar e nos levar, porque se não fizer isso eu vou deixar você aqui sozinho. - ameaçou. — OK! Sem escolha, levantei, troquei de roupa e saí do quarto. — Você não tomou nem banho? — Você disse que estava com pressa - falei e a campainha tocou — Pega ele, vou ver quem está na porta. Sei que é um absurdo da minha parte dizer isso, mas segurar aquele bebê me fazia muito m*l, eu não consigo explicar o porquê desse sentimento, mas esse sentimento acabava comigo. Abrir a porta e vi que era Nova babá só não esperava que fosse essa pessoa. — Você não acredita... - falamos ao mesmo tempo. — Você é a nova babá? — A Júlia é sua irmã? Como pode uma coisa dessas? - disse bem irritada. — Graças a Deus Alexandra que você chegou, eu não sei o que fazer, ele chora há muito tempo, às vezes para e só geme, ajuda ele por favor. - disse Júlia em desespero. A babá passou pela porta sem olhar para mim, e pegou o bebê que ainda chorava. — Ele comeu algo diferente hoje? - perguntou como se entendesse. — O leite dele foi mudado, comecei a dar hoje. - respondeu. — Imaginei. - falou tirando a roupinha dele que ficou somente de fralda. Ela sentou em uma poltrona com ele em seu colo, abriu os três botões de sua própria blusa, descobrindo somente a parte da barriga e o deitou emborcado, virado para ela e parece mentira, não demorou nem cinco minutos para ele parar completamente de chorar, ficamos ali só olhando o que para nós era um milagre, não dava para negar que ela realmente tinha jeito com criança. Conheci a Alexandra em um momento muito r**m da vida dela, o irmão dela foi preso por tráfico, e eu era o promotor estipulado para o caso. Ela sempre bateu de frente comigo, alegando sempre a inocência dele, claro ele foi condenado em primeira instância, eles estão recorrendo, mas isso foi motivo para gerar um ódio em toda a família dela contra mim, principalmente vindo da parte dela, que sempre que me vê, me desafia. — Onde é o quarto dele? - perguntou depois que ele dormiu. Júlia a levou até a porta do quarto e depois não estou para conversarmos. — E então? — Ela não pode trabalhar aqui! - falei. — Porquê, você viu ela é maravilhosa. — Júlia, eu ajudei a prender o irmão dela, ela me odeia, a família dela me odeia e até a comunidade dela me odeia. - falei. — Você está sendo muito dramático. - disse cruzando os braços. — Não é isso, só acho que não vai dar certo, ela mora em uma comunidade, a pior da cidade. - falei mas era verdade mesmo. — Onde moro não diz quem eu sou, e só para você saber, nem todos lá são bandidos, ou prostitutas. - falou atrás de mim. Ela me olhou com fúria, seus olhos castanhos me encaravam e senti um arrepio percorrer meu corpo. Ela se virou para Júlia quebrando o contato visual, e parando de me fitar. — Eu não quis dizer isso! - falei. Eu realmente não tive intenção de ofender, mas era verdade. — Sim, eu sei que você quis -- afirmou— Júlia, ele está dormindo, o que ele tinha era cólica, acontece quando a alimentação é trocada, ou quando ele está com a barriga cheia de gases, é só fazer o que eu fiz. Coloca a cabeça dele mas é levada, para não ter risco de engasgar com refluxo, tenho que ir. — Mas, você não vai ficar para o trabalho? - perguntou Júlia desesperada. — Não, como seu irmão já pontuou, não daria certo, não suporto homens que por ter uma posição melhor se acham superiores, mas obrigada por pensar em mim, se encontrar em outro lugar, sabe onde me procurar. E você, espero nunca mais te ver. Tenho que admitir, ela tem coragem, ou seria petulância? O importante é que ela estava fora da minha casa, com esse problema eu não teria que conviver. — Tá vendo o que você fez e agora? - gritou. — Fala baixo você quer acordar ele e fica calma, você vai encontrar outra pessoa. - disse. — Não Alex, eu não vou, ela é uma amiga de confiança há anos, cursamos faculdade juntas, eu tenho total confiança nela. - falou me deixando surpreso. — Vocês duas na faculdade? - perguntei ainda sem acreditar. — Você realmente tem preconceito com pobre, né? Ou seria pela cor da pele dela? - acusou. — Nada disso, é que nunca pensei que teriam dinheiro para pagar uma faculdade com uma sua, que cá para nós, foi cara e você sabe. - me arrependi um pouco pelo comentário, mas já estava feito. — Bom, eu vou sair, e você que vai cuidar dele, já que expulsou a nossa babá. — O que? Não. Você não pode fazer isso comigo. — Sim, posso fazer sim, foi você que colocou a melhor babá que poderíamos ter pra correr, então se vira, ou liga para ela. Tá aqui o número dela se você precisar, além disso já está na hora de você pelo menos olhar para ele. - disse saindo. Era verdade e eu precisava olhar para ele, mas quando via os seus olhos verdes, eu me lembrava dela e doía demais, por isso é melhor deixar ele ser cuidado por quem gostasse dele de verdade. Para minha sorte Júlia deixou a comida pronta só para esquentar, não seria difícil, ele dormia muito e isso me deixava tranquilo. Por volta das 9 horas da noite ele acordou e chorou, então esquentei a mamadeira e levei para ele. Tirei ele do berço, os mesmos olhos, o mesmo nariz da mãe, isso me incomodava então virei a cara e dei a mamadeira, ele gritou, mas foi um grito tão alto que quase soltei. Cinco minutos depois e eu andando de um lado para o outro e nada dele parar, só tinha uma alternativa, coloquei no berço e peguei o número dela, não ia deixar ele morrer por causa do meu orgulho. LIGAÇÃO ON — Alô, quem é? - perguntou. — Sou eu, Alex. — Ah é você, a que devo a honra, de você ligar para essa pobre favelada? - disse com ironia. — Eu preciso de ajuda. — Jura? Eu também precisei, para o meu irmão lembra? - jogou na minha cara, entretanto o que eu, como promotor poderia fazer, existe provas contra ele. — Tudo bem, deixa eu levo para o hospital. — Espera? É com bebê, o que aconteceu? - perguntou com tom de preocupação. — Ele está gritando sem parar e não quer comer, já não sei mais o que fazer, estou sozinho hoje e quase em desespero. — Pega a bolsa dele, coloca fralda, talco, a mamadeira e vem me pegar, que cuido dele hoje. — Ir até aí? No morro? A essa hora? Não sei é uma boa ideia. — Sim, vir até aqui, mas não se preocupe, não somos selvagens, não te atacaremos. Deixa o carro e sobe, estou no barzinho com umas amigas bem próximo à entrada, lembra que você está fazendo isso por ele e não pelo babaca que você é. - disse. Um— Ok, chego em 15 minutos. LIGAÇÃO OFF Peguei tudo que ela falou, peguei a cadeirinha, coloquei no carro, voltei, peguei o bebê e dirigi, acho que gastei 10 minutos até aquele bairro, estava realmente desesperado. Estacionei o carro na rua de baixo, a entrada estava completamente vazia, entretanto havia um movimento mais para dentro das ruas, peguei o bebê e entrei no bairro, uma rua acima encontrei o barzinho que ela havia me falado, ela estava de costas para rua quando sua amiga me apontou, ela se virou levantou e veio até mim. — Oi, meu amor? - disse para o bebê já tirando ele da cadeirinha. Porque você não quer comer? — Tem certeza que tem condições de cuidar dele? - perguntei. Ela estava bebendo, estava vestida de um modo vulgar. — Se você abrir a boca mais uma vez, sem eu te perguntar, mando colocarem você para descer - falou me fuzilando com o olhar senti um arrepio percorrer minha coluna, essa era a segunda vez que essa mulher me assustava. — Vou levar vocês para a minha casa, cuido melhor dele lá. Ela começou a subir na minha frente levando ele, que ainda choramingava, mas algumas ruas acima, chegamos, ela abriu a porta e de uma casinha, era bem simples mas bem organizada e bem aconchegante, mais uma surpresa para mim. — O que houve com a boquinha dele? - perguntou. — Nada, só de mamadeira, mas depois do primeiro gole ele já não quis. - falei. — Você olhou a temperatura do leite? — Não, eu tinha que ter olhado? - perguntei surpreso. — Você é um i*****l, você queimou a boca dele, vamos ter que levá-lo ao médico pela manhã. Por agora, quero que pegue aquela mamadeira que você trouxe com água, derrame e pegue na geladeira uma garrafinha azul, despeje na mamadeira e coloque no congelador. - disse. Ela me explicou tudo isso ainda de salto alto e balançando ele pra lá e pra cá, ela era realmente muito boa como babá. — O que é isso? - perguntei já despejando líquido na mamadeira. — Isso aí é chá de camomila, é um anti-inflamatório natural, vai acalmar a queimadura e saciar a fome dele, até amanhã pela manhã, deixa no congelador tomar gelado é melhor, enquanto isso vamos tomar um banho né meu amor. Você sabe que tem que trocar as fraldas dele, né? Porque se assar aí você vai ver choro dia e noite. - saiu da sala. Fiquei ali na sala esperando, 30 minutos depois eles saíram do quarto, Alexandra saiu com uma roupa de dormir, bem curta por sinal e o bebê saiu peladinho. Não tinha reparado como a pele dele era rosinha, e em contraste com a dela ficavam ainda mais bonitos. — O que é? Estamos na minha casa e nos vestimos como quisermos, não é Benjamin - disse fazendo carinho. — Traz a chuquinha de chá por favor. Peguei a chuquinha e entreguei, ela sentou na poltrona eu ajeitou ele no colo, Benjamin tomou toda a chuquinha de chá, só choramingava um pouquinho às vezes, acho que por causa da queimadura, eu era um péssimo pai e não sabia como melhorar, na verdade não sabia nem se queria melhorar. — Vou colocá-lo na cama e já volto. Parei para reparar melhor na casa, era bem simples sabe, simples mesmo. Mas tinha sutilezas, uma cozinha pequena, mas bem arrumada com tudo que é preciso, uma sala com sofá legal, um tapete bonito, as paredes de cores sóbrias como azul claro, algumas brancas. Eu gostei, simples e de bom gosto, nunca pensei que fosse achar isso logo dali, mas é uma lição para mim, não julgue um livro pela capa. — Já está muito tarde, vocês dormem aqui hoje e amanhã eu levo ele na upa aqui do bairro. - me avisou. — Acho que não precisamos dormir aqui, além disso deixei o carro na entrada, preciso ir buscá-lo - falei. Ela pegou o celular, procurou o número e discou. LIGAÇÃO ON " Somente as falas dela" — Cabeça é a Alê, preciso de um favor teu com urgência. — Tudo bem, marcamos depois. — Ok, pode ser na sexta, mas quero favor e você não me deixou falar ainda. — Preciso que cuide de um carro que está estacionado na entrada. — Tudo bem, mas não quero nenhum arranhão nele, você entendeu? Se não, o trato tá desfeito. LIGAÇÃO OFF — Você não estava completamente errado, aqui tem muita gente r**m também e infelizmente eu conheço algumas, mas o importante é que o carro vai ficar lá até de manhã. - disse me olhando. Eu não sei porque aquele olhar dela me incomodava, mas me deixava inquieto, sentia um calor, como um aviso de perigo. — Quero te pedir desculpas, eu me expressei m*l, não queria dizer o que eu disse, não nas palavras que eu disse, eu fui ofensivo e preconceituoso. - disse. — O que ele te pediu para cuidar do carro? — Bom, ele quer sair comigo faz tempo e digamos que ele vai conseguir um jantar. — Você não precisava fazer isso por mim. - disse. Ela não precisava se sacrificar pelas por nós, pessoas que ela nem conhecia. — Não fiz por você, fiz por ele e sinceramente você precisa acordar, não sei pelo que passou, mas ele é um inocente e precisa da única família que ele tem, a única família que restou. - disse, Ela tinha razão, entretanto ainda não me sentia apto para isso, ainda não me sentia bom para ser pai. — Eu não sei por onde começar, não consigo me sentir à vontade com ele - falei sendo sincero. — Ele é a única herança que a sua falecida esposa deixou para você, para que você cuide e ame, então você precisa tentar por ela e por ele, você precisa se dar essa chance, você não está fazendo m*l somente a você, está fazendo m*l a ele e se for preciso, por ele eu posso te ajudar. Eu não consigo achar uma explicação, mas me apaixonei por ele assim que ele me olhou. — Posso tentar. — Estão senhor posso tentar, não confunda, não seremos amigos, não conversaremos, a nossa única ligação será o Benjamin. Mas de uma coisa você está certo eu odeio você, mas dou uma trégua por ele, então vamos brindar a trégua, tenho um vinho que não é importado, mas é bom. - levantou e foi pegar. — Não sou bom com bebida. — Quer dizer que você nunca mandou o fim de um trabalho? Você não brindou quando venceu o caso do meu irmão. - me encarou. — Você quer mesmo falar sobre isso, agora que demos uma trégua? — Não se preocupe não vamos brigar, eu só preciso entender o porquê de ter um inocente preso? Eu encarei de volta e me aproximei desencostando da cadeira e colocando os cotovelos nas pernas. — Tudo bem, vou te falar o que chegou para mim . O ministério público tinha provas contra ele, e me escolheram para acusação, sendo promotor eu não podia me recusar, e nem queria, gosto do meu trabalho. - disse. — Você nunca pensou se eles são realmente culpados? - perguntou tomando um gole do vinho, que para minha surpresa não era tão vagabundo. — Se existem provas, eu não tenho que duvidar da justiça. — Para o acusador é sempre mais fácil, agora para nós, a família é terrível, ter que ver seu irmão que trabalha dia após dia, quase não dorme e também quase não sai de casa, ser preso por tráfico. Ver sua mãe chorando pelos cantos, seu pai parando de trabalhar e você tendo que largar seus estudos, seus sonhos e voltar para casa para poder dar suporte e sustentar a família. - falou e nesse momento ouvimos um chorinho velado, ela levantou e foi até ele. Bem, graças a Deus, não queria ter que responder aquilo, porque de fato eu nunca me importei. Meu trabalho é tirar das ruas pessoas que ofereçam riscos às outras, e faço isso muito bem. Mas confesso que a história dela me tocou um pouco, entretanto já não era mais problema meu. Virei meu copo de vinho e o enchi novamente seria o último, não costumava beber a Carmem não gostava por isso parei, só tomava um drink em momentos especiais. Acho que por causa da bebida acabei vagando para o pior dia da minha vida. 3 semanas atrás. Era uma manhã chuvosa e optei por não ir trabalhar, Carmem já estava muito debilitada, semanas antes tínhamos descoberto o problema de pressão alta que ela tinha, ela optou por não fazer uma cesária o que nos deixou ainda mais preocupados, então eu fazia questão de ficar mais perto possível dela. Ela ainda estava dormindo tinha dispensado os empregados para passarmos o dia bem à vontade, por volta das 10 horas da manhã ela levantou. — Bom dia amor - disse me abraçando. — Bom dia linda, vai comer agora? Preparei tudo que o médico pediu, tudo saudável para você e para o nosso Benjamin. - falei sorrindo abraçando ela. — Vou só tomar um banho e já volto. - saiu sorrindo. Fiquei encostado no balcão só olhando ela sumindo para o quarto, que mulher linda, mesmo grávida, continuava perfeita. Sentei e peguei o iPad, para dar uma olhada nos contratos e foi 10 minutos depois que meu pesadelo começou. — Alex Socorro! - ouvir o grito e sai correndo. Ela estava sentada no chão do box, ao seu redor tinha muito sangue. — Por favor, não me deixe perder nosso bebê. - foi o que ela me pediu. — Não vai, vamos agora para o hospital. A peguei no colo, coloquei na cama e só a vesti com um roupão, não tínhamos tempo para roupas sofisticadas. Levei para o carro e voltei para pegar as malas. Chegamos em 15 minutos, saímos do carro e eu gritava, logo vieram duas enfermeiras que a levaram para emergência, e eu fiquei ali sem saber de nada, cerca de 30 minutos depois o médico veio me para me dar notícias. — Senhor Alex, o caso é grave, sua esposa está com hemorragia causada pela eclâmpse que ela desenvolveu, precisamos fazer uma cesária com urgência, ou não conseguiremos salvar nenhum dos. - me disse. — Pode fazer. — Preciso alertá-lo, que o caso é muito grave, e que possivelmente teremos que escolher um dos dois, eu sinto muito. Eu caí sentado e desnorteado e chorando, como escolher entre meu filho e o amor da minha vida, eram duas vidas muito importantes para mim . Mas eu precisava colocar em jogo que seria melhor para nós dois. — Se ela for a escolhida, ela poderá ter filhos novamente? - perguntei. — Sim senhor Alex, ela não terá nenhum problema para engravidar novamente. — Então o senhor já sabe o que fazer, mas por favor faça o possível para não ter que escolher. - falei entre soluços. Eu andava para lá e para cá, foram três horas sem notícias, e quando finalmente o médico veio, ele me deu a pior notícia que poderia me dar. Carmen tinha escolhido o bebê, e ele cumpriu a promessa feita a ela e me trouxe as últimas palavras, que eu cuidasse do bebê, que ele seria a lembrança que eu teria dela. Isso me destruiu e eu não ouvi mais nada, só virei as costas e saí de lá sem rumo. Eu vaguei pelas ruas, gastei todo dinheiro que tinha no bolso, com bebida e cheguei até ao extremo de usar um papelote de cocaína, eu não fico orgulhoso disso, tenho vergonha, mas foi meu refúgio. No dia seguinte fui encontrado por minha irmã, ela me levou para casa, me deu banho, e me arrumou. Ela preparou tudo para cerimônia, eu não sei se foi bonita, estava apagado, adormecido de dor, estava no modo automático e só despertei quando o caixão ia descendo, ali naquele momento eu despertei mesmo, eu caí de joelhos olhando para o caixão sumindo naquele buraco e eu chorei,acho que chorei tanto e por muito tempo. Senti um toque no meu ombro, quando olhei era Júlia e levantando, estava escurecendo e não havia mais ninguém no cemitério. Eu não queria ir e deixá-la sozinha ali, mas fui puxado. Entrei em casa e fui direto para o quarto, e passei 3 semanas lá dentro. Dias atuais. Era difícil lembrar disso e não chorar, eu não quis nem ver o bebê, coloca a culpa nele por não ter ela aqui, sei que parece irracional, mas é o que sinto. — Por que está chorando? Achei que não tinha coração?

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