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Caminhos da vida (Vol.3)

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Blurb

Paola e Nayara enfrentam um momento extremamente sensível no casamento. Nessa jornada da vida, o casal precisa vencer grandes desafios e situações adversas para provar que o amor verdadeiro é paciente, persistente e surpreendente!

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Silêncio
Olhando para todas as situações difíceis na minha vida, nada se equiparava a dor que estava sentia naquele momento, principalmente observando o sofrimento da Nayara. Ela que sempre me ofereceu aconchego e proteção em dias de tormenta, estava sem forças até para caminhar. - Temos que ir Nayara. Pousei a mão no ombro dela, que estava sentada e imóvel desde o início da cerimônia. Ela me olhou fixamente e ao tentar levantar da cadeira perdeu as forças. - Casillas, me ajuda, por favor! Pedi tentando segurá-la em meus braços. - Ela não comeu nada nas últimas horas. Está fraca. - É melhor levá-la ao hospital. Ele sugeriu segurando-a no colo. - A mamãe vai ficar bem? A Gabriela questionou preocupada. - Vamos cuidar da mamãe. Ela vai ficar bem princesa. Segurei a vontade de chorar tentando ser forte. - Paola ligue para a Andréia. Avise que vamos levar a Nayara ao hospital. Disse o Casillas e eu segui a sugestão. - Andréia, a Nayara desmaiou. Vamos levá-la ao hospital. - Encontro com vocês. Paola. - Pode falar. - A minha filha vai precisar muito da sua força. - Estou sendo o mais forte que posso ser pensando no bem estar dela. Declarei novamente segurando o choro. - Joana, pode me ajudar? O Casillas chamou a atenção da Blanc, que estava com a Fernanda perto do nosso carro, e ela nos ajudou a colocar a Nayara no veículo. - Você pode levar a Gabi pra casa e deixá-la com a minha mãe e a Antonela? Pedi olhando a Joana. - Mãe eu quero ir com a mamãe. - Filha, por favor, eu sei que você quer ficar com a mamãe, mas preciso que volte para casa. A pequena fitou meus olhos e depois estendeu a mão para a Joana. - Dê notícias assim que possível. Pediu a Blanc. - Cuidamos dela. Não se preocupe. Garantiu a Fernanda e assim que o Casillas deu partida no carro a Nayara começou a acordar. Ela estava totalmente desorientada e não demorou a desmaiar uma segunda vez. - Devíamos ter insistido para ela se alimentar. Disse o Casillas me olhando pelo retrovisor. - Eu tentei de todas as formas e falhei. Ela não está ouvindo ninguém. Seguimos até o hospital e assim que chegamos a Andréia veio ao nosso encontro. - Sabia que do jeito que ela estava não tinha condições de ir ao sepultamento. Afirmou a Andréia. - Como poderia impedi-la de ir ao sepultamento do nosso filho? Questionei a encarando com indignação. - Desculpa Paola. Reconheço que está fazendo tudo que pode para protegê-la. - Só não posso fazer mais porque preciso que ela aceite ajuda. Continuei segurando o choro e a raiva na garganta. Sendo atendida a Nayara foi submetida a alguns exames e depois o médico nos deu o diagnóstico. Ela estava em um quadro significativo de anemia e desnutrição, e pelo agravante do estresse emocional ele sugeriu que a deixássemos internada no hospital por alguns dias. - O Doutor Ismael tem razão Paola. Em casa a Nayara não vai se alimentar. No hospital ela vai receber todos os cuidados que precisa. Afirmou a Andréia. - Estou de acordo. Sei que é para o bem dela. Declarei sem hesitar. - Posso acompanhá-la? - É claro. Ela precisa de você por perto. Disse a Andréia antes de me abraçar. - Estarei por perto o tempo todo. Afirmou me abraçando. - Obrigada! Agradeci e em seguida olhei para o Casillas. - Preciso que você fique com a Gabriela. Ela está muito assustada e confusa. - Como preferir. Você liga com notícias? Ele se despediu beijando minha testa. - Ligo sim. Obrigada por tudo Casillas! - Cuida dela e eu cuido da Gabriela. Sentei ao lado da Nayara e depois que a Andréia e o Casillas foram embora comecei a chorar. Todas as lágrimas que não derramei nas últimas horas rolaram por meu rosto sem que eu as conseguisse conter, mais um minuto e toda angústia e dor que estava preso em meu peito teria me sufocado. Nunca me senti na obrigação de ser forte como me sentia vendo que a Nayara precisava que eu fosse corajosa por nós duas. Chorei muito até ser interrompida pela Joana, que chegou sem que eu percebesse. - Oi. Desculpa não bater na porta, fiquei com receio de acordar a Nayara. Sua mãe preparou essa bolsa com roupas e outros itens que você vai precisar. - Obrigada! Vou ficar aqui alguns dias para não a deixar sozinha. - Paola eu me coloco a disposição pra ajudar no que vocês precisarem. - Sei que podemos contar com você Joana. Porém, nesse momento só precisamos de privacidade. Teremos dias difíceis pela frente e só vamos superar apoiando uma à outra e dando tempo pra superarmos todas as fases do luto. - Vocês duas vão precisar de apoio psicológico. - Estou fazendo terapia e há meses tentei convencer a Nayara de que faria bem para ela, mas até o momento só tenho falhado com ela. - Nada disso é culpa sua, tampouco dela. Muitas vezes é difícil aceitar ajuda quando você está inclinado a sofrer e se culpar. Posso imaginar que a Nayara esteja carregando muito remorso. - Sabemos que não é culpa dela. Fizemos tudo ao nosso alcance. Desabei no choro outra vez e a Joana me abraçou. - Todos estão vendo o quanto você tem sido forte pra apoiar a Nayara, mas sabemos o quanto está sofrendo. Ela precisa do seu apoio e você tem toda sua família e amigos por perto pra lhe confortar. Pode chorar sem medo Paola. Sendo consolada em um abraço me permiti desmoronar. - Estou tentando ser forte, mas tenho medo que a Nayara se entregue. Não quero perdê-la. - Isso não vai acontecer Paola. Confie que toda essa dor vai ganhar um sentido diferente na vida de vocês no devido momento. Até esse dia chegar seja forte e também saiba reconhecer seu direito de sofrer. Não negue a dor porque você tem que senti-la para seguir em frente. - Obrigada pelas palavras Joana! Olhei para ela que enxugou minhas lágrimas. - Fale comigo se precisar. Você pode ligar a qualquer hora se quiser conversar. - Agradeço sua atenção. - Força Paola! Desejou me olhando nos olhos antes de sair do quarto. Com a Nayara dormindo sob efeito de remédios continuei chorando em silêncio. Temia pensar como seria nossa vida ao voltar para casa. Há tempos a Nayara não me olhava nos olhos e aos poucos as nossas conversas foram se tornando cada vez mais silenciosas. Quinze meses atrás recebemos a notícia que tanto esperávamos. A confirmação da gravidez da Nayara foi muito comemorada por nós duas, pela Gabriela, por nossas famílias, e pelo Casillas, que aceitou ser doador genético e pai do nosso bebê. Estávamos vivendo um sonho e ficamos mais emocionadas quando descobrimos que seriamos mães de um menino. Era o nosso Davi que estava chegando, porém após alguns meses de gestação a obstetra nos deu uma notícia angustiante. O nosso menino era portador de uma falha rara no coração, e com essa notícia começamos a nos preparar para que o Davi fosse operado no dia do seu nascimento. Nosso bebê saiu da sala de parto para uma mesa cirúrgica e esse não foi o único procedimento que ele teve que passar. Foram duas cirurgias em oito meses, onde a Nayara e eu tivemos que lidar com a esperança de que ele fosse salvo e com o medo de perdê-lo. Todo estresse emocional com a situação do Davi mexeu com a nossa vida, e nos últimos meses o quadro dele piorou ao ponto de recebermos a pior notícia que duas mães poderiam receber. O pequeno ficaria por pouco tempo em nossas vidas e por isso tínhamos que nos preparar para o momento em que ele iria permanecer em nossa história de uma forma muito especial, sendo uma lembrança amorosa e uma eterna saudade. Como é possível lidar com a eminência de perder um filho? Como lidar com a própria dor e com o sofrimento de quem está ao nosso lado ao mesmo tempo? Eu não tinha essas respostas e não tinha ideia de quando ou se um dia as teria. Por esse motivo enquanto a Nayara estava dormindo, eu me permiti sofrer, sabendo que quando ela acordasse teríamos que lidar com um pesadelo mais que real em nossas vidas. Acariciando os cabelos dela pensava em como ajudá-la a passar pelo luto e parar de se culpar pelo Davi. Passei horas esperando ter uma iluminação e ao dormir sonhei com um homem com olhos castanhos e meigos. Sentei-me ao lado dele em um balanço e por um tempo sorrimos um para o outro sem dizer uma palavra. Esse silêncio me fez sentir uma paz que não fazia parte da minha vida há meses, mas essa paz se desfez quando eu acordei e encarei os olhos castanhos e tristes da Nayara. - Oi. Segurei a mão dela e baixei a cabeça sem saber o que falar. - Sei que nunca gostou de hospital, mas você está com anemia e o médico sugeriu que ficasse internada por uns dias. Prometo que não será por muito tempo. Ela assentiu com a cabeça e voltou a dormir. - É muito difícil vê-la assim Nayara. Lamento não poder tirar toda dor que está no seu coração e colocar no meu. Não temos dias de felicidade há muitos meses e eu não sei quando voltaremos a ter. Gostaria de prometer que tudo ficará bem logo, mas não posso fazer essa promessa sem saber como serão nossos próximos passos. Ela segurou minha mão sinalizando que tinha ouvido e eu fiz de tudo para não chorar, mas chorei. Precisava colocar pra fora toda tristeza dentro de mim mesmo querendo ser corajosa. Tentei me preparar para viver o luto e algumas horas após o sepultamento do Davi, entendi que não havia como passar pelo luto sem chorar e sem sofrer. A enfermeira chegou para fazer a Nayara se alimentar e dessa vez ela não se recusou. Comeu em silêncio e continuou quieta por horas e horas, por vezes olhava para ela e não a enxergava. Além de muito debilitada o olhar dela estava distante, perdido e assombrado. - Paola, ela se alimentou? A Andréia entrou no quarto, se aproximou da cama e passou a mão nos cabelos da filha. - Sim, ela comeu o que a enfermeira trouxe. - E você? Não quer aproveitar que estou fazendo uma pausa para ir tomar o seu café? - Não sei se consigo comer. Estava com um nó na garganta que dificilmente me permitiria engolir qualquer coisa. - Tem que se alimentar Paola. Tome um suco ou uma vitamina. Será melhor pra sua saúde. Pensei melhor e concordei com ela. Era preciso fazer um esforço. Deixei o quarto por alguns minutos e enquanto esperava por um suco liguei para casa. - Mãe. A Gabi atendeu. - Oi princesa. Onde está sua avó? - Na cozinha. A mamãe está melhor? - Ela está sendo cuidada e vai ficar melhor. Você está bem? - Quero ir ficar com vocês. Pediu chorando. - Eu sei que você quer princesa. Seu pai vai trazê-la para uma visita, amanhã. Vou falar com ele está bem? - Está bem mãe. - Amo você princesa! Pode chamar sua avó? Pedi e ela obedeceu. - Oi Paola, estava esperando por notícias. Como você está? - Tentando ficar bem pra não deixar a Nayara mais abalada. - E ela como está? - Em silêncio mãe. Tem dois dias que não ouço a voz dela. Parece que ela partiu. Falei chorando. - O silêncio é a maneira que ela está lidando com a desordem interior. Seja paciente. - Não vou forçá-la a falar mãe. Uma atendente trouxe o meu pedido até a mesa. - Pode falar com o Casillas pra ele trazer a Gabi ao hospital amanhã? - Tem certeza Paola? A Gabi ainda está muito confusa. - A Gabriela quer nos ver de qualquer forma mãe. Ela é uma menina sensível, sabe que estamos sofrendo e quer ficar por perto. Não quero fazê-la sofrer mais do que está sofrendo. - Sendo assim vou falar com o Casillas. Seu pai vai voltar para Madrid amanhã. Decidi ficar mais uns dias pra ajudar enquanto vocês duas estão no hospital. - Eu agradeço. Não sei quando o Casillas e a Antonela vão embora. - Estou cuidando de tudo por você, inclusive falei com a Daniela, que esteve aqui mais cedo para pegar alguns dos seus desenhos. Ela disse que o ateliê vai seguir produzindo a próxima coleção e que você pode ficar despreocupada. - Deixei todos os colaboradores cientes de que quando o momento chegasse... Respirei fundo para não chorar. - Eles sabem tudo que você está passando Paola. - Confio na minha equipe. Não estou preocupada com o ateliê. Vou tomar meu suco e voltar para perto da Nayara. É com ela que estou preocupada. Cuida da Gabi, não a deixe sozinha por muito tempo. Tente distraí-la um pouco se for possível. - Ela está o tempo todo com a Sophia e eu estou as observando. - Obrigada mãe! Qualquer coisa voltar a ligar. Depois de tomar meu suco voltei para o quarto e encontrei a Andréia e a Nayara chorando. - Queria ter feito mais por meu neto. A Andréia falava abraçando a filha. - Lamento profundamente que todos os anos que estudei não serviram para salvar a vida do Davi. Nem tudo está ao alcance das nossas mãos, há coisas que fazem parte dos desígnios da vida. Sinto sua fragilidade como se fosse minha. Só uma mãe reconhece a dor de outra. Juntei-me ao abraço e senti meu coração partindo-se em mil pedaços ao ouvir o choro copioso da Nayara. Ela estava inconsolável e só quebrava o silêncio para chorar. E foi assim o dia inteiro, entre um momento ou outro de pausa quando dormia por estar sob efeito dos remédios. No dia seguinte o Casillas trouxe a Gabriela no horário de visitas e a reação dela ao entrar no quarto me fez perceber que estava errada ao pensar que permiti-la vir ao hospital fosse uma boa ideia. Ao ver a Nayara dormindo, ela começou a chorar sem parar e para acalmá-la precisei a tirar do quarto e levar para o jardim do hospital. - A mamãe vai embora como o Davi? Ela perguntou aos prantos. - Não, minha princesa. Seu irmão era especial, por isso precisou ir. - A mamãe também é especial. Disse me fazendo sorrir e chorar ao mesmo tempo. - Eu sei que ela é especial, mas o seu irmão era diferente. O coração dele era diferente, por isso ele partiu muito bebê. A Nayara está muito triste por ter que se despedir dele. Isso a deixou doente, mas ela vai melhorar depois de ficar por uns dias nesse hospital. - A vovó disse que o Davi sempre vai morar no nosso coração. Isso é porque somos especiais? - Sim, somos todos especiais, por isso o Davi fez parte das nossas vidas e sempre vai fazer. Tem situações que não entendemos muito bem Gabi. Porque seu irmão veio pra ficar pouco tempo em nossas vidas é uma delas. Com o tempo vamos aprender uma lição com a vinda dele. A vida é como uma escola, todos os dias aprendemos lições diferentes. - Isso quer dizer que vou estudar pra sempre? Sorri com a pergunta dela. - Sim, você sempre vai ter que aprender uma lição nova. - E pode tirar férias também? - Pode sim. Você quer férias? Ela sorriu. - Quero viajar com todo mundo. Vou pedir ao papai um avião no meu aniversário. A Gabriela me fez rir. - Posso ter um avião? Questionou me olhando e ficando séria. - Vamos pensar em um presente melhor que um avião. Isso é coisa de adulto. - Tenho uma ideia. Ela abriu bem os olhos e pulou com empolgação. - O que você quer princesa? Perguntei olhando para ela e sorrindo. - Quero um irmãozinho pra mamãe ficar feliz. Respirei fundo para não chorar. - Vamos fazer assim. Primeiro faremos uma viagem. Onde você quer levar todo mundo? Fiz o possível para fazê-la não pensar em outro irmão. - Pra casa da Sophia. Ela tem uma sala de ballet. - Você pode ter uma sala de ballet princesa. - Posso? Ela sorriu animada. - Claro. Será seu presente de aniversário. Vai ser uma sala linda. - Obrigada mãe! Agradeceu agarrando-se ao meu pescoço e eu fiquei aliviada por ter a distraído. Depois que ela ficou mais calma a levei de volta para o quarto e vendo a Nayara acordada ela subiu na cama e a abraçou com todo amor do mundo. Percebi que a Nayara se esforçou muito para não chorar, tanto que seus olhos ficaram vermelhos. Mesmo diante da filha ela continuou em silêncio e só ouviu a Gabi contar que eu tinha lhe prometido uma sala de ballet. Quando o horário de visita acabou a Gabriela se despediu sorrindo, com um semblante bem diferente do que chegou. Quem dera lidar com os sentimentos fosse fácil assim para os adultos. - Pedi para o Casillas trazê-la porque ela estava preocupada com você. Falei olhando para ela que me fitou por alguns segundos e depois se deitou e fechou os olhos. O silêncio dela estava me preocupando e machucando. Sentia que estava fazendo errado ao mantê-la naquele hospital, um ambiente que ela sempre detestou e depois do Davi detestava ainda mais. Queria levá-la para um lugar melhor, um que não fosse a nossa casa, talvez assim ela voltasse a falar comigo e nós duas poderíamos conversar, o que não conseguimos fazer desde que a médica nos aconselhou a aproveitar os últimos momentos com o Davi. Após três dias silenciosos deixamos o hospital e a Andréia nos levou de volta para casa. Assim que chegamos liguei para a Vitória, que era a antiga babá da Gabriela e que estava estudando enfermagem, para passar uns dias nos dando assistência e garantido que a Nayara tomasse os remédios e se alimentasse nos horários certos. Essa era a única forma de conseguir fazê-la comer, uma vez que ela começou a dar sinais de que estava disposta a me ignorar. Continuei esperando que ela desse um passo na minha direção ou que me desse espaço para chegar perto para abraçá-la, mas depois de algumas semanas o silêncio virou um isolamento. Ela não falava com ninguém e não ficava no mesmo ambiente com outras pessoas por mais que alguns minutos e algumas vezes ela sumia no meio da madrugada e eu a encontrava vagando pela casa ou sentada em algum canto olhando para o nada. Sabia que não tinha como convencê-la a procurar ajuda, então fiz o que estava fazendo antes do Davi partir. Fui à terapia e falei por uma hora o que senti em duas semanas de silêncio da Nayara. Abri meu coração, chorei e fiquei com muita raiva. Nessa seção mais uma vez falamos sobre as fases do luto. E pensando nisso eu percebi que o silêncio da Nayara era o sinal de que ela estava se negando a aceitar o único fato que ela precisava processar. Após a seção voltei para casa e pedi para a minha mãe sair com a Gabi e passar a noite fora. Depois do jantar, quando ela foi para o quarto se deitar, eu abri a porta do quarto do Davi e liguei algumas luzes. Olhei tudo ao redor e chorei pegando as roupinhas dele e sentindo o perfume nelas. Lembrei do quanto a Nayara e eu nos dedicamos na hora de organizar o quarto para ele, porque dessa vez escolhemos tudo juntas, cada detalhe desde as cores na parede ao enxoval. Tudo foi pensando por nós duas em um dos momentos mais felizes das nossas vidas. Era cedo demais para seguir em frente, pra desfazer o quarto dele, mas eu senti que precisava fazer isso ou a Nayara continuaria vagando pela casa todas as noites como se esperasse o Davi chorar para ir amamentá-lo. Senti que era necessário fazê-la seguir em frente, ainda que a minha iniciativa a deixasse com raiva.

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