Resquícios de amor - Tom Riddle I

Era uma noite fria de trinta e um de dezembro, boa parte dos alunos estavam em casa comemorando os feriados com suas famílias. Mas Tom comemorava poder ficar no castelo durante as festas, ele podia estudar em paz e descobrir novas passagens da escola sem correr o risco de ser pego. Hoje era um dia especial, estava completando os seus dezessete anos e finalmente poderia concluir os seus estudos, este ano havia sido conturbado para o rapaz, havia conseguido abrir a câmara secreta pela primeira vez e conseguido seguir os passos de seu ancestral Salazar Slytherin. Já tinha descoberto seu passado — algo que manteria em segredo, custe o que custar. — A morte da senhorita Warren fez com que o garoto tomasse atitudes precipitadas, mas ao menos era uma sangue-r**m a menos no mundo bruxo. Ele era o aluno mais brilhante de Hogwarts, quem suspeitaria do queridinho dos professores? “Idiotas" pensou sorrindo friamente. — Senhor Riddle? — Escutou a voz aproximar-se, reconheceria essa voz de qualquer lugar — Como está essa noite? — Boa noite, professor Slughorn. Estou ótimo e o senhor? — Estou bem, obrigado. — Sorriu fraco encarando o céu repleto de estrelas — Estava lhe procurando. — Posso te ajudar? — Não, eu sei que hoje é seu aniversário, queria lhe dar algo para se lembrar desta data, não foi um ano fácil para nenhum de nós. — Suspirou e entregou um pacote m*l embrulhado para o rapaz. — Tom com certeza era um de seus alunos preferidos, e Slughorn não fazia cerimônias para negar isso, ele sentia que estava diante de um dos maiores bruxos que pôde conhecer. — Não deveria ter se preocupado com isso, senhor. — Não faça cerimônias, abra — disse empolgado. O garoto sorriu fraco — Tom não era de sorrir muito, sequer mostrava sentimentos perto de outras pessoas. — Ele abriu a caixa lentamente e tirou o embrulho. Havia um broche de ouro dentro, o sonserino ficou boquiaberto, nunca havia ganhado presentes antes, ainda mais algo tão valioso. — Senhor me desculpe, mas eu não posso aceitar — disse Tom fechando a caixa. — Não aceitarei de volta, você merece o melhor Tom. — O professor pegou o broche da caixa e o prendeu ao peito do rapaz que não escondia seu sorriso — Lhe caiu muito bem. — Obrigado professor. — Um dia fará grandes coisas, senhor Riddle. A semana passou rapidamente, antes que pudesse perceber as aulas já haviam voltado e com elas os alunos, mas uma aluna em especial estava deixando os estudantes de Hogwarts curiosos, seu nome era Davina Wezen, a garota chamava a atenção de todos. — Olá, senhorita Wezen. — Professor Dumbledore cumprimentou a nova aluna da sonserina — Gostaria de vir aqui na frente apresentar-se aos alunos? — Ah, claro — respondeu com timidez. Todos os olhares da sala estavam em cima da garota, Davina não era do tipo que gostava dos olhares alheios — Eu me chamo Davina Segnus Wezen, morei por um tempo na França, mas por conta do trabalho dos meus pais eu precisava me mudar constantemente, então eles decidiram me deixar morar com meus tios até concluir meus estudos aqui em Hogwarts. — Muito obrigado, senhorita Wezen. Eu espero que goste de nossas acomodações. Vamos começar nossa aula. — Dumbledore sorriu carinhosamente para a garota e prosseguiu com sua aula. O almoço foi bastante animador para a senhorita Wezen, os alunos da sonserina a acolheram quase que imediatamente, perguntando sobre como eram as escolas que ela havia conhecido e se em todos os lugares a magia era igual. — Você morou no Brasil? — perguntou uma garota ruiva curiosa. — Morei um período por lá, mas fiquei apenas no primeiro período na escola CasteloBruxo. — Eu sempre quis conhecer outros lugares do mundo bruxo — disse um garoto de cabelos escuros. — Prazer te conhecer, eu me chamo Neil Lament. — O prazer é meu. — Sorriu. — Eu me chamo Winky Crockett. — A garota ruiva chamou sua atenção. Davina estava tão empolgada com os novos amigos que sequer notava os olhos negros do garoto que estava sentado ao final da mesa a secando, nenhuma outra garota havia chamado sua atenção, mas a senhorita Wezen tinha algo que intrigava Tom e ele faria questão de descobrir o que era. — Senhorita Wezen? — Professor Slughorn se aproximou. — Sim, senhor? — O diretor Dippet pediu para a senhorita ir até a sua sala, ele deseja conversar com você. — Obrigado, professor. Até mais tarde pessoal — disse se despedindo dos jovens. A garota caminhou pelos longos corredores da escola, com certeza Hogwarts era uma das escolas mais confusas que Davina teve o privilégio de conhecer. Haviam poucos alunos nos corredores, a maioria ainda estava almoçando. Logo atrás da moça, uma figura pálida de cabelos negros caminhava sorrateiramente a seguindo, parecia até mesmo uma cobra se preparando para dar o bote. Davina aproximou-se da grande estátua e a encarou, pensou por um tempo em como entraria na sala do diretor se não sabia a senha. — Com licença, eu preciso passar. — A voz firme chamou sua atenção, ela virou e analisou o sonserino dos pés à cabeça — Algum problema? — Ah, o diretor Dippet me pediu para vir até a sala dele, mas eu não sei a senha. — Se me permite. — O rapaz encarou seus olhos, seu olhar era penetrante mas não expressava sentimento algum, a jovem ficou totalmente desconfortável com sua presença. — Claro — respondeu desviando o seu olhar e deu espaço para ele se aproximar. — Sangue fervente — disse firme. Imediatamente a estátua deslocou-se revelando uma escadaria que parecia não ter fim. Tom fez um gesto para a garota passar e ela apenas subiu os degraus em silêncio enquanto o garoto a acompanhava lentamente. O sonserino ficou encarando o movimento da saia da garota, mesmo não demonstrando o que sentia, as garotas ainda o atraíam. — Com licença, diretor Dippet. — Tom bateu na porta e adentrou a sala. — Senhor Riddle! Que bom que veio. Presumo que você seja a senhorita Wezen? — Sim, senhor Dippet. É um prazer poder conhecê-lo. — Igualmente! Sentem-se, por favor. — Os dois obedeceram e esperaram ansiosos para saber o motivo pelo qual o diretor queria os ver. — Posso ajudá-lo de alguma maneira, senhor? — perguntou Tom Riddle demonstrando preocupação, algo que fazia com maestria na frente de qualquer autoridade que quisesse impressionar. — Sim, a senhorita Wezen chegou há pouco tempo em nossa escola, e como monitor chefe da sonserina, gostaria que o senhor a ajudasse a acompanhar as matérias e apresentar o castelo para ela. Posso contar com você? — Claro, será um prazer poder ajudar — respondeu sério. — Está de acordo senhorita Wezen? — Ah sim, sem problemas. — Ótimo! Espero que goste das nossas acomodações. — Obrigado, senhor. Os dois saíram em um completo silêncio da sala do diretor, Davina sentia seu pulmão parar de respirar perto do rapaz que a intimidava, mas Tom não deixava transparecer nada. — Posso mostrar o castelo quando estiver fazendo a monitoria, o que me diz? — perguntou a encarando sério. — Pode ser, desculpe qual o seu nome? — Me desculpe a falta de educação. — Jogou sua bolsa para o lado e estendeu a mão — Tom Riddle, é um prazer conhecê-la senhorita Wezen. — A garota retribuiu o gesto e sorriu sem mostrar os dentes. — Pode me chamar de Davina. — Claro. — Sorriu de lado — Nos vemos após o jantar. — Até logo. O sonserino deixou Davina sozinha no corredor enquanto caminhava calmamente pelos corredores, Tom Riddle gostava de manter a distância das garotas da escola, manter relações não era a sua principal ideia.