Paixão Egípcia

Aos seis anos de idade Mia Mendonça ganhou de seu pai seu primeiro telescópio. Era seu sonho de criança desde que assistiu uma apresentação teatral na escola em que um astronauta explorava a lua. Desde então a doce menina ruiva se imaginava sendo uma aventureira com a nave espacial. Sua casa era grande o suficiente para lhe oferecer asas a sua imaginação. Explorava cada cômodo como se flutuava no espaço. O telescópio chegou para dar ainda mais "gás" aos seus sonhos. Cada estrela que ela descobria era uma nova alegria, lhe dava um nome, sempre suas estrelas eram denominadas por nomes de pessoas especiais. O tempo passou tornando a fantasia de criança esquecida, dando lugar a magia do crescimento. Todos espantaram quando percebiam o quão bela havia se transformado aquela menina sardenta, de cabelos esvoaçante, vermelhos feito raios de sol ao amanhecer. Ela havia se tornando uma linda mulher, uma mulher incomum por ser ruiva, possuir fogo no rosto e nos cabelos. Sua presença era marcante, seus olhos da cor do céu eram belíssimos. Filha de país separados desde seu nascimento. Ela não aceitava que o amor pudesse ter fim e vivia magoada com o fato de conviver em duas casas ao mesmo tempo. Duas famílias. Era complexo mas amava a todos. Desde seus meios irmãos mais novos e seus padrastos. Mia era sempre otimista, tentava ver o lado bom da vida, mesmo Quando tudo parecia ser r**m. Sua mãe Jane era uma renomada arquiteta, muito dedicada ao trabalho, havia se divorciado de seu pai dois meses antes de seu nascimento. Jane lhe explica que cada vez mais seu pai se mostrava ciumento e controlador e a alertava para não se envolver com "esse tipo" de homem. Já a versão de seu pai o Importante advogado Pietro Fonseca que atuava na administração da prefeitura, contava a ela que sua mãe não queria estar casada, queria ir a festas sozinha e lhe dava motivos para desconfiança. Mia se entediava fácil de ouvir os dois lados da moeda. Quando ficava triste pela separação lembrava o quão chato eram os momentos em que eles se encontravam para discutir. Seus pais eram como o sol e a lua, brigavam por qualquer coisa, nunca se compreendam. Viviam se atacando, se ofendendo mesmo na frente da filha. Era cansativo os encontros em família, Mia sempre estava preparada para esses constrangimentos. Em função das brigas de seus pais fez o desejo no momento que assoprou a velas do seu aniversário de dezoito anos: "Desejo que minha alma gêmea seja como uma estrela, intensa, forte e que permaneça no firmamento para todo o sempre" Todas as vezes que olhava para o céu estrelado se lembrava do seu desejo. E tinha fé de que algum dia seria abençoada para viver um grande amor. Nessa espera ela se recusou se envolver, mesmo na intrigante fase da adolescência, em os hormônios falavam mais alto que a razão, Mia estava determinada a esperar. Sua espera era suave, lhe fazia sonhar com a realização dos seus sonhos. Misteriosamente um fenômeno começou a acontecer, talvez não havia nada de sobrenatural nisso, mas Mia ainda não compreendia o que acontecia. Passou a ter sonhos, e nesses sonhos se via caminhando pela areia do deserto subsaariana. O sol era escaldante, sua visão estava turva, embaçada mas não a impedia de ver a aproximação de um homem. Os raios do sol tocava sua pele e lhe revelava a pele escura, era um pele linda que brilhava ao sol, se iluminado a medida que se aproximava. Não conseguiu ver seu rosto, apenas os cabelos pretos, trancados, usava roupas coloridas, alegres. Ela sentia um ardente desejo de toca-lo, a presença daquele homem lhe proporcionou uma alegria indescritível. Acordou sobressaltada na cama, transpirando. Não compreendia a razão de ter aquele sonho. E o sonho misterioso se repetiu por mais vezes, sempre na véspera de seus aniversário, como se fosse um "presságio". Aquilo incomodou Mia, ela queria saber a razão de sonhar sonhos estratégicos, uma vez por ano, antes da data de seu nascimento. Buscou por respostas, pesquisou em livros, em sites e nada pode conter sua curiosidade. Precisava de uma explicação a cerca do que acontecia misteriosamente na sua vida. E se fosse uma premonição? Ela estava preparada para viver esse encontro, pois queria conhecer o rosto daquele que fazia tão feliz. Queria abraçar aquele corpo vindo na sua direção.