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|Gaby|
Me chamo Gabrielly Almeida, tenho 18 anos, moro com minha mãe Cristinna. Meu pai morreu quando eu era bem pequena, e depois de muitos anos, minha mãe decidiu se casar novamente. Se eu to feliz com isso ?
Tirando o fato de ter que me mudar para a casa do Bernardo, o tal marido dela, estou ótima. O Bernardo é bem legal, ele me adora e eu também gosto muito dele. Ele tem um filho chamado Rafael de 21 anos, mas nunca nos conhecemos, sempre tivemos uns desencontros, quando eu estava, ele não estava, e quando ele estava eu não estava. Mas também não faço nenhuma questão de conhece-lo .
- Vamos filha .- Minha mãe me grita da escada .
Observo meu quarto suspirando fundo .
- Temos mesmo que ir mãe ?.- Reclamo arrastando minhas malas escada a baixo .
- Vai mudar de idéia ao chegar lá .- Minha mãe diz me dando a mão, indo pro carro que o Bernardo tinha mandado pra nos buscar. Entramos no mesmo e fomos pra a tal casa nova. Eu espero mesmo que esse Rafael não seja um pé no saco, porque eu não tenho paciência com pessoas assim .
Minha mãe diz que eu sou do tipo patricinha, mas uma patricinha bem rebelde. Eu não levo desaforos pra casa. Tenho meus momentos de stresse e odeio pessoas que sejam chatas e abusadas, mesmo sabendo que às vezes quem é a chata sou eu .
- Chegamos .- Minha mãe diz animada olhando a casa e sorrindo.
Olho da janela, e minha nossa, a casa era enorme mesmo.
Saímos do carro e já tinha uns empregados nos esperando do lado de fora, logo nos cumprimentaram e pegaram nossas malas, já as minhas, vão ter que dar umas 10 voltas, só faltava eu trazer minha cama .
- Oi amor .- Bernardo diz sorrindo já abraçando minha mãe .- Que bom que chegaram .
Pego meu celular conectando novamente os fones de ouvido e os ignoro .
- Oi Gaby .- Bernardo diz tirando um fone meu, me dando um beijo na testa .
Entramos na casa e fiquei paralisada com o tamanho daquilo, era definitivamente maior que a minha .
- Onde é meu quarto ?.- Pergunto animada e Bernardo sorri .
- É em frente ao do Rafael, no final do corredor .- Diz me levando até o quarto .
Subimos as escadas e eu não parava de observar tudo. Chegamos em meu quarto e ele abriu a porta me dando espaço, entrei de olhos arregalados, era enorme, acho que minha casa toda, era do tamanho desse quarto .
- Então... Gostou ?.- Ele pergunta sorrindo.
- Eu amei .- Digo o abraçando e correndo pra cama me jogando na mesma .
- Eu não falei que você amaria ?.- Minha mãe diz abraçada ao Bernardo.
Segundos depois eles saíram, fui até o banheiro do quarto e me deparei com uma enorme banheira e sorri automaticamente. Aquilo era incrível.
●●●
Troquei de roupa vestindo uma sandália de dedo branca, um short jeans desfiado e uma regata preta, fazendo um coque no cabelo. Desci pra sala ouvindo o Bernardo no telefone, falando bem alto .
- Eu já falei e não vou repetir Rafael .- Diz irritado desligando o telefone na cara do mesmo .
O encaro sem graça e ele me olha também.
- Ah, oi querida, não te vi ai, me desculpe .- Diz sem jeito .
- Tudo bem .- Me sento no sofá que dava pra se perder nele .
Fiquei o tempo todo mandando mensagens para as minhas antigas colegas da escola. A noite logo chegou e fui chamada pro jantar pela empregada Lília que era super maneira. Me levantei indo até a cozinha e me sento ao lado da mamãe, que já estava lá com o Bernardo a sua frente, onde o tal Rafael estava ?
- E o Rafa ?.- Minha mãe pergunta.
- Já era pra ter chegado .- Ele diz respirando fundo, encarando o relógio em seu pulso .- Mas não vamos espera-lo, podem servir o jantar .- Diz sorrindo para os empregados.
O jantar foi ótimo, não só pela comida deliciosa, mas pelas conversar e risos na mesa. Acabei de comer, me levantantei pedindo licença e fui pro meu quarto, escovei os dentes e coloquei minha roupa de dormir me deitando na cama alta e macia, pegando no sono rápido.
[...]
Eu particularmente, tenho uma mania de me levantar as 3:00hrs da manhã pra tomar água, ou qualquer líquido que seja, e ali não poderia ser diferente né. Me levantei abrindo a porta do quarto e andando de fininho no assoalho do corredor, e logo desço as escadas indo pra cozinha.
Chego no mesmo acendendo as luzes e abrindo a geladeira pegando a jarra de água, ouvi um barulho de passos atrás de mim, me fazendo olhar pra trás lentamente. Havia um garoto todo tatuado e forte me encarando confuso e automaticamente dei um grito bem alto e agudo.
- Ahh!! .- Logo o tal cara colocou a mão na minha boca, na intenção de me calar.
- Cala essa boca, ta louca ?.- Diz nervoso.
- Me solta, eu vou chamar a polícia .- Digo me debatendo contra ele.
- Quem tinha que chamar a polícia sou eu, a casa é minha, oque faz aqui ?.- Diz me soltando e me encarando.
Ahhh, então ele é o tal Rafael ?
Nossa que Rafael hein, ele é lindo .
- Você é o tal Rafael não é ?.- Pergunto .
- Como sabe meu nome ?
- Sou a filha da nova esposa do seu pai, i*****l .- Digo fazendo o mesmo me encarar surpreso por eu ter o chamado de i*****l na cara dele .
- Achei que você fosse mais velha .- Diz decepcionado me fazendo bufar.
Odiava quando me chamavam de nova .
- Saiba que tenho 18 anos .- Digo com uma sombrancelha levantada.
- Grandes coisas .- Diz rindo irônico .
- Sabia que era um b****a .- Digo fechando a geladeira forte e passando por ele e o mesmo me encara por trás .- Perdeu alguma coisa ?.- Digo nervosa .
- Até que você é bem gostosinha .- Diz sorrindo de lado, oque me fez voltar e lhe dar um chute no meio de suas pernas, fazendo o mesmo reclamar de dor no chão .- Você é maluca ? .- Diz se contorcendo .
- Agora aprende a não me chamar assim, i****a .- Digo subindo as escadas correndo .
Entro em meu quarto trancando a porta e me deitando na cama pensando no que eu tinha acabado de fazer. Sério mesmo que dei um chute no filho do marido da minha mãe ?
Eu tenho mesmo que aprender a me controlar, mas bem que ele mereceu, então o problema é dele. Fechei os olhos e dormi novamente.
|Rafa|
Entrei em meu quarto ainda mancando, aquela peste, perece maluca. Entro no banho e saio sem roupa me deitando na cama como vim ao mundo, sim eu durmo pelado, não consigo dormir com nada me pinicando. Hoje o dia foi corrido lá no morro, o DJ não estava, então tive que ficar no comando de tudo. O DJ é o dono do morro, meu melhor amigo desde sempre, nos conhecemos na escola, mas teve uma hora que ele parou de frequentar a mesma e não nos víamos mais, então fui em um baile no morro depois de anos, e o encontrei lá, todo tatuado, e armado, ele tinha virado o dono do morro e me convenceu a ficar com ele. Meu pai não pode saber disto nem em sonho, ou ele é capaz de me botar pra fora de casa, eu tinha tudo, carro, moto, etc...mas parece que não é o bastante pra mim, eu quero mais .
(...)
- Rafa ? .- Meu pai me grita quase derrubando minha porta .
- Oque é pai ?.- Digo sem paciência ainda de olhos fechados .
- Vem tomar café !
- Não to com fome .- Digo me cobrindo novamente .
- Não estou pedindo, estou mandando .- Diz firme.
Respiro fundo e me levanto da cama me sentando na mesma, vou até meu banheiro e faço minhas higienes, visto uma bermuda moletom cinza, uma camiseta branca e desço as escadas .
Chego na cozinha vendo a Cristinna e meu pai na mesa .
- Bom dia Rafa .- Cristinna diz sorrindo pra mim .
- Fala ai .- Digo me sentando na mesa coçando os olhos .
- Cadê a Gaby ?.- Meu pai pergunta a Cristinna .
- Ela esta se arrumando pro café .- Diz sorrindo .
Affs, pra quê se arrumar pra tomar café ? É uma maluca mesmo. Ameaço pegar a torrada e meu pai me impede .
- Ue, eu to com fome .- Digo o encarando .
- Vamos esperar a Gaby, e você falou que não estava com fome, então pode esperar .- Diz sem me olhar e reviro os olhos me relachando na cadeira.
Depois de 5 minutos a peste desceu, estava vestindo um short jeans escuro curto e uma blusa de alça preta. Ela era uma gata, e tinha um corpo lindo, que só de olhar já me imaginava na cama com ela, a olhei de cima a baixo fazendo meu pai pigarrear chamando minha atenção e me viro pra frente sem graça .
- Bom dia .- Ela diz se sentando a mesa.
Todos respondem menos eu que estava de saco cheio de ter esperado esse tempo todo .
- Agora podemos comer .- Meu pai diz sorrindo .
Encarei a peste e revirei os olhos ao ver ela comer as panquecas com garfo e faca. Como eu sou chato e abusado, peguei as minhas com as mãos e as levei a boca com a testa franzida encarando ela deboxadamente, a fazendo me encarar com cara de nojo, gargalhei por dendro por isso.
Olhei pro relógio e já eram 08:55, larguei as coisas e me levantei da mesa .
- Onde vai ?.- Meu pai pergunta .
- Sair .- Digo sem o olhar .
- Hoje você não vai a lugar nenhum Rafael .- Ele diz sério fazendo elas na mesa nos olhar .
- Agora vai me prender em casa ?.- Digo nervoso .
- Hoje é domingo, dia de ficar com a familia .- Diz como se nós tivéssemos uma familia, elas não são minha familia .
- Familia ? Onde ?.- Digo irônico o fazendo bater na mesa com as duas mãos e se levantar na mesma hora .
- Peça já desculpas a elas .- Ele diz nervoso .
- Está tudo bem Bernardo .- A Cristinna diz também em pé tentando o acalmar, só por ela ser legal eu peço desculpas.
- Me desculpe Cris. - Digo normal .
- Não se preocupe, esta tudo bem querido, eu entendo .- Diz gentil .
- Então só você entende né mãe ?.- A peste fala me fazendo a encarar de olhos entre abertos. Ainda mato essa garota.
- Posso ir agora ?.- Digo já sem paciência.
Meu pai me olha e não me responde, e quando é assim eu entendo que posso ir, já que não me respondeu. Saio da cozinha falando um "Com licença" irônico e vou pra porta abrindo, indo pra garagem pegando minha moto vermelha, pego o capacete e ligo a moto indo pro morro, que era a minha segunda casa .
Minutos depois chego no mesmo estacionando em frente a boca, vendo os caras fumando. Desço da moto tirando o capacete e o pendurando na moto entrando na boca .
- Fala ai Rafa .- DJ diz com um cigarro de maconha na mão e o comprimento com toques de mão me sentando ao seu lado pegando seu cigarro e fumando .
Passei a manhã e a tarde toda lá no morro, só fui pra casa porque meu pai me ligou pedindo pra ir rápido, pois iria sair com a Cristinna .
Vocês podem estar pensando, que traficantezinho é esse que respeita o pai, sim eu o respeito e muito, até porque tudo que tenho devo a ele né, meu pai é chato quando quer, mas nem por isso eu não vou ama-lo .
Chego em casa e o vejo de terno e gravata na sala .
- Onde vai ?.- Pergunto curioso .
- Vou levar a Cristinna pra jantar, e por favor não mate a Gaby enquanto estivermos fora .- Diz me fazendo rir .
- Prometo tentar não mata-la .- Digo subindo as escadas vendo a Cristinna descer .- Ta linda Cris .- Digo sem parar de subir .
- Obrigada .- Diz descendo .
Vou até meu quarto pegando meu carregador e saio dele novamente passando pelo quarto da peste, a porta estava semi aberta, estendi a mão pra fecha-la, mas parei quando a vi com os fones de ouvido dublando uma música e tirando a blusa em frente ao espelho, sério que ela vai se despir agora?. Eu queria muito sair dali, mas meus pés não me obedeciam mais depois de vê-la tirar a blusa. Ela tinha s***s lindos, quando ela foi tirar o sutiã me viu do espelho. d***a !
- Oque acha que esta fazendo ?.- Diz nervosa se tapando com a blusa .
- Eu...eu ia fechar sua porta quando você olhou .- Digo e a mesma vem até a porta irritada .
- E acha mesmo que sou i****a ?.- Diz sabendo que eu estava mentindo .
- Isso eu tenho certeza que você é, mas é verdade sim, eu ia fechar a d***a da porta .- Digo nervoso voltando a andar no corredor .- E da próxima vez que for ficar nua, tranca essa m***a, ninguém é obrigado a te ver assim .- Digo alto .
- Vai pro inferno !.- Ela grita e ouço a porta bater forte e caio na gargalhada.
Desci indo pra sala e pegando meu celular na mesinha, e a Camili logo me liga se auto convidando pra vir aqui em casa, e como adoro isso, claro que deixei .
[...]
Ouço a campanhia e grito pra empregada que eu mesmo atenderia. Abro a porta e era ela, Camili Cabral, gata e perfeitinha .
- Oi ?.- Diz já entrelaçando seus braços em meu pescoço .
- Fala gata .- Digo a trazendo pra dentro e fechando a porta novamente, me sentando no sofá e a mesma se senta de perna aperta em meu colo me beijando .
A Camili era minha quando eu queria, a hora e o dia que eu quisesse ela estava sempre disponível pra mim, ela é a prima do DJ. Não gosto dela, só gosto do que ela me oferece e nada mais. Pra ela somos namorados, mas só pra ela mesmo, porque quando ela não ta na minha cama, com certeza tem outra em seu lugar .
|Gaby|
Não saí do quarto a noite toda, e nem consegui dormir esperando a minha mãe chegar, que jantar era esse que demorava tanto ?
Estava com fome, não de comida e sim de qualquer outra besteira, me levantei da cama abrindo a porta lentamente pra não fazer barulho algum pra não acordar o b****a do Rafael que dormia ao lado do meu quarto .
Desci olhando pro relógio na parede, eram 00:30, e minha mãe e o Bernardo não haviam chegado ainda, oque me preocupou. Peguei um pote de Nutella na geladeira e uma colher na gaveta e subi novamente. Eu já odiava aquele corredor de assoalho, mesmo eu tentando não fazer barulhos, o piso sempre insistia em estalar .
Entro no quarto e me sento na cama comendo o pode todo de Nutella em menos de 10 segundos. Novamente olho pras horas e já ficava cada vez mais nervosa com a demora deles, me levantei da cama e fui até o quarto do i****a, talvez ele possa ligar pro seu pai e saber onde eles estavam.
Bati na porta e nada dele atender, mas como sou chata, continuei ali batendo na porta sem parar, ouvi um barulho no quarto, então ele estaria vindo até a porta, ouço o barulho da porta destrancando e o mesmo aparece na porta com os cabelos bagunçados, oque o deixou ainda mais sexy do que ele já era.
- Oque você quer ?.- Diz sem paciência.
- Eu queria ...- Paro de falar ao ver que ele estava nú, sim ele estava tapando suas partes íntimas com uma almofada .- Meu Deus .- Digo tapando meus olhos .
- Oque é ?.- Ele pergunta e logo entende .- Ahh qual é, para de drama, vai dizer que nunca viu um...
- Cala essa boca .- Digo o interrompendo de olhos fechados ainda .
- Fala logo oque você quer peste .- Diz suspirando fundo .
- Eu...eu queria saber se você...sabe onde seu pai levou a minha mãe .- Digo sem parar de gaguejar .
- Eu sei lá, devem ter indo pra um motel .- Diz me fazendo tirar as mãos dos olhos .
- Oque ? .- Digo nervosa .
- Qual o problema nisso, eles são adultos .- Diz normal .
- Eu sei mas....- Não conseguia tirar os olhos da almofada que ele segurava.- Dá pra você....você vestir alguma coisa ?.- Digo sem graça .
Ele se olha sorrindo e logo me encara .
- Não estou nem um pouco incomodado .- Diz sorrindo de lado, oque me deixava super irritada .
- Mas eu estou .- digo firme sem parecer intimidada .
- Eu estou no meu quarto .- Diz me encarando deboxadamente .
Estava nervosa por estar ali, se minha mãe me visse aqui com o Rafael nesse estado, acho que ela morreria. Saí dali batendo os pés o fazendo rir e entrei em meu quarto trancando a porta com raiva .
Me deitei na cama e finalmente peguei no sono depois de alguns minutos .
(...)
- Gaby ?.- Ouço minha mãe bater na porta, me fazendo abrir os olhos lentamente .- Filha ?
- Já to indo .- Digo sonolenta me levantando da cama e indo até a porta.
- Porque trancou a porta ?.- Pergunta entrando .
- Porque sim .- Digo me sentando na cama .- E onde foram ontem ?
- Ah, fomos jantar .- Diz normal .
- Só isso mesmo ?.- Pergunto desconfiada .
- Oque é isso, que jeito de falar é esse Gabrielly ?.- Pergunta me encarando .
- Nenhum mãe, só achei que demoraram demais ontem .- Digo abrindo meu armário escolhendo uma roupa .
- Porque ficou acordada me esperando ?
- Porque estava preocupada né .- Digo entrando no banheiro .
- Te espero pro café .- Diz saindo .
Tomei um banho rápido e saí me vestindo. Me olhei pela última vez no espelho e saí do quarto dando de cara com o senhor b****a .
- Bom dia peste.- Ele diz rindo me fazendo revirar os olhos.
- Bom dia pra você também b****a .- Digo sorrindo irônica passando em sua frente .
- A vista daqui de trás é ótima sabia ?.- Diz se divertindo .
Estava bufando de raiva, esse garoto é um t****o só pode. Entramos na cozinha e me sentei ao lado da minha mãe como de costume e ele à frente do pai.
- Bom dia .- Bernardo diz sorrindo .
O respondemos e começamos a tomar o café .
Antes de vim pra cá eu já tinha terminado meus estudos, e por isso ficava no tédio agora sem fazer nada, além de assistir tv. Eu decidi não começar logo a faculdade, queria um ano de liberdade, sem cálculos na mente por uns tempos, assim descansaria minha mente, eu acho !
- Temos que ir agora, até mais tarde .- Bernardo diz saindo com minha mãe.
Ela agora estava trabalhando com ele.
O celular do Rafa toca e o mesmo atende, falando coisas breves e por último um "ok" se levantando da cadeira .
- Seu pai falou que quer você em casa .- digo fazendo o mesmo me olhar .
- E quem te perguntou ?
- Isso não é nada educado .- Digo irritada também em pé.
- Quer saber oque não é educado, uma menina metida a b***a querer se meter na minha vida .- Diz me encarando sério .- Então se liga na sua, jaé ? .- Diz pegando as chaves da sua moto na mesa .
Nossa, que gírias mais ridículas !
Como eu sou teimosa e não tenho medo de nada e muito menos dele, é claro que eu tinha que ver onde ele gostava tanto de ir, ao ponto de passar por cima das ordens de seu pai, eu aprendi a dirigir com meu primo, mas não tinha carteira ainda, mesmo assim esperei o mesmo ligar a moto e fui pegar o carro da mamãe, já que ela tinha ido com o Bernardo no dele .
Entrei no carro já o ligando esperando o b****a estar em uma distância boa pra poder segui-lo.
- Isso é loucura .- Digo a mim mesma .- Mas me da uma sensação ótima .- Digo arrancando com o carro atrás dele sem perde-lo de vista.
Dirigi por uns minutos atrás do mesmo até ele subir uma rampa enorme me fazendo parar com o carro em frente a mesma.
- Sério isso, um morro ?.- Digo revirando os olhos e finalmente subindo o tal morro .
Eu o tinha perdido no morro, mas continuei subindo, tinham várias pessoas encarando o carro confusos, me encaravam estranhos e até alguns caras me olhavam falando em um tipo de radinho, como se estivessem avisando de mim no morro.
Parei o carro em uma calçada e saí do mesmo fazendo quase o morro todo me olhar.
- Oi, você conhece um tal de Rafael ?.- Pergunto a uma menina morena que passava.
- Rafael ?.- Ela diz confusa. - O Rafinha ?.- Pergunta.
- Eu não sei como o chamam aqui .- Digo sem graça.
- Então com certeza deve ser ele .- diz sorrindo.
Ela não me parecia ser dessas garotas que me deixaria careca, então estava tranquila com isso .
- Ei novinha ?.- Um cara diz atrás de mim me fazendo o olhar .- Ta perdida é ?
Ele era enorme, seus braços eram tão fortes que um soco dele me desmontaria por completo, que nem um arquiteto me reconstruiria novamente.
- Não, eu...eu to .- Gaguejo .
- Ela ta atrás do Rafinha .- A menina diz logo .
- Oque quer com ele ?.- Pergunta desconfiado mostrando sua arma na cintura .
- Eu não quero nada .- Digo rápido.
Oque ele é aqui, um Deus ?
- Ahh Super homem, deixa de ser chato .- A garota diz.
Acho que o apelido dele se encaixou perfeitamente nele.
- Eu te levo lá, vem !
Ela me puxa morro acima e o tal super homem avisa que estávamos subindo. Eu não quero nem ver a cara do Rafa quando me ver aqui .
Chegamos em um lugar meio escuro mesmo sendo de manhã, e tinham uns 10 caras armados perto do tal lugar e outros vendendo coisas que eu não queria nem saber oque eram. Não acredito que o Rafael frequenta lugares assim .
- Oque você quer Julia ?.- Um cara pergunta impaciente.
- Quero falar com o Rafinha. - Diz sem medo .
- Ele não quer falar com você cara .
- Diz pra ele que a Gabrielly quer falar com ele .- Digo autoritária e o menino sorri .
- Marrentinha essa sua amiga hein .- Diz pra tal Julia .- Gosto assim .
Affs, ECA !
Ele entrou no lugar e saiu depois de uns segundos, não sozinho, e sim com o Rafael e um outro cara todo tatuado tanto quanto o Rafa. O Rafa me olha super assustado, cruzo meus braços e o encaro séria .
- Opa, carne nova no morro ?.- O cara tatuado diz rindo .
- Oque você ta fazendo aqui ?.- Rafa diz nervoso .
- Então é esse o lugar que você frequenta? .- Digo de braços cruzados.- Nossa você me surpreendeu .- Digo irônica .
- Quem é a novinha ?.- O cara com ele pergunta .
- Primeiro não me chame de novinha, ok ? .- Digo o encarando fazendo o mesmo rir .
Logo sou pega pelo braço brutalmente por Rafael sendo levada pra longe dali.
- Me solta ! .- Digo alto .
- Oque acha que você é pra me seguir até aqui ?.- Diz irritado.
- E você oque acha que é pra estar aqui ? .- Digo no mesmo tom .
- Vai embora agora! .- Diz bufando .
- Sim eu vou, e o seu pai vai ficar sabendo deste lugar que frequenta .- Digo me virando de costas e o mesmo me segura novamente me apertando bem forte me fazendo gritar de dor .
- Escuta aqui, se você contar qualquer coisa a respeito daqui, eu juro que vai se ver comigo .- Diz não me deixando nem um pouco assustada.
- Acha mesmo que me assusta ?.- Digo olhando em seus olhos .- Você não põe medo em ninguém, seu m***a .- Sinto meu rosto esquentar e minha cara virar para o lado rapidamente e ponho a mão no rosto de boca aberta o olhando.
Não estava acreditando naquilo, sério que ele me bateu ?
Ele parecia também não ter acreditado no que tinha feito, dei alguns passos pra trás com os olhos cheios d'água.
- Gaby foi m*l, eu...eu não queria !.- Diz nervoso .
- Não chega perto de mim .- Digo alto, saindo correndo dali até o carro, entro nele rapidamente e desço o morro voando.
Chego em casa em um pulo, deixo o carro no mesmo lugar e entro correndo pro meu quarto e me tranco no mesmo. A ficha não caia, eu não estava acreditando que ele fez mesmo isso comigo. Não estava chorando de dor e sim de raiva por não ter dado uns socos nele por isso.