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Sobre nosso caos

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intro-logo
Blurb

Grace alcançou algo que a muito tempo havia parado de desejar, uma família. Casada com um colega de profissão e esperando o primeiro fruto daquela relação, ela considerava-se sortuda. Mas sabemos que quando uma maré de sorte vem, posteriormente a de azar chega, causando estragos inimagináveis.

Diante a dor da perda, escolhas difíceis e seu total descontrole emocional, Grace se encontrará uma outra vez na pequena cidade de Lírius, onde relações conflituosas pedirá por soluções e, Kael seu namorado da adolescência encontra-se tão devastado quanto ela.

Dizem que quando duas pessoas machucadas se encontram e andam lado a lado, se faz uma receita perfeita para o caos, Grace e Kael seriam provas daquela verdade quase absoluta ou seriam a excessão a regra?

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Epígrafe + 0 • de volta onde tudo (re) começou
EPIGRAFE Pegue teus cacos, se reinvente, se remonte, se renove, e te prepara para se reconstruir quantas vezes for preciso, não se reforme, se refaça – Chelly Herreira 0 • DE VOLTA ONDE TUDO RECOMEÇOU Parada em frente à casa que jurei a mim mesma nunca mais por meus pés, deixo que um suspiro escape por entre meus lábios. Não queria estar aqui, para falar a verdade não sei se há algum lugar que eu queira estar nesse momento, enquanto minha cabeça parece pesar uma tonelada carregada pelos acontecimentos das últimas semanas, sinto que eles pouco a pouco me afogam em um mar emaranhado de emoções. Respirar, uma tarefa tão fácil e natural do ser humano, torna-se para mim uma batalha dolorosa, angustiante, manter-me em pé parece ser uma das coisas mais difíceis que já fiz em toda minha vida, e olha que foram muitas coisas. Algo em mim dói, dói muito, mas o mais assustador não é a dor em si, é eu não saber se ela vem do meu corpo ou algo mais afundo escondido dentro de mim. Tentando controlar minha respiração a fim de não perder o controle de mim. força meus pés a voltar a caminhar em direção ao pequeno portão que protege a propriedade e não demora muito para que eu passe por ele, seguindo em direção a entrada principal da casa, que tinha o mesmo modelo simples das demais do bairro, pareciam muito com as casinhas que geralmente quando crianças fazemos, antes que eu leve a mão na maçaneta da porta, ela é aberta bruscamente, levo minhas mãos no cós da minha calça onde uma arma deveria estar descansando, mas ela não está ali, a constatação me faz suspirar profundamente lembrando-me de que não foi apenas meu distintivo que foi tirado de mim temporariamente, um pouco mais frustrada e depressiva, me contento em dar passos para trás, e em seguida levanto meu olhar para a porta, onde uma versão mais velha de mim me olhava como se estivesse diante de uma assombração, e não é para menos, o nosso último encontro foi um pouco mais que desastroso, o que nos levou a ficar sem notícias uma da outra diretamente até agora, quase dois anos depois, e aparecer assim do nada, sem qualquer aviso ou conciliação, é confuso até mesmo para mim. Mas confuso ou não, queira eu ou não estar aqui, esse é o lugar que decretaram como minha morada temporária, mais uma vez. – Grace, o que faz aqui? – São suas primeiras palavras dirigidas a mim, eu não consigo responder, por um instante não consigo nem mesmo me mexer– Está me assustando, Grace – Ela puxa um pouco mais a porta para si, deixando-a um pouco mais aberta, me dando um pequeno vislumbre do cômodo atrás dela, algumas coisas parecem estar do mesmo jeito de quando eu ainda era uma menina. Eu abro a boca uma, duas, três vezes, mas nenhum som sai. Eu a quero abraçar, eu a quero pedir conforto, eu quero confessar a ela que dói, perguntar o que fazer para a dor ir embora, por que ela certamente sabe como fazer isso.... mas não consigo, algo em meu íntimo me bloqueia, porque no fundo minha consciência sabe que ela nunca esteve ali por mim, e se pergunta por que hoje seria um dia diferente. Desvio minha atenção para os meus pés, esperando que ela talvez me convide para entrar, mas isso não acontece de imediato, passamos bons minutos assim, em silêncio, como se estivéssemos esperando que uma discussão iminente ocorra. Me pergunto se ela tem essa mesma sensação estranha que tenho, que embora por nove meses estivemos ligadas uma à outra, hoje somos completamente desconhecidas. – Eva, está tudo bem aí? – Uma voz masculina ecoa dentro da casa, eu levanto a cabeça abruptamente, um misto de surpresa e curiosidade passam por mim. Um homem alto, na casa de seus cinquenta anos para atrás dela, parece íntimo. Meu estômago embrulha, não sei se é pelo fato de ter sido pega de surpresa ou por ter apenas uma vitamina h******l de aeroporto em meu organismo nas últimas horas de viagem. – Grace – A voz dela fraqueja, enquanto seu olhar ainda busca uma explicação da minha parte – Grace está aqui. – Ela se vira para trás, noto que uma conversa silenciosa acontece entres eles, meu estômago mais uma vez se contorce. – Oh, a Grace – A expressão dele se ilumina, indo de confusão a conhecimento, e isso é estranho, eu nunca o vi, nem se quer ouvi falar dele – É um prazer em te conhecer, Grace – Uma de suas mãos vem em minha direção, em um momento eu tento entender o que está acontecendo diante aos meus olhos embora a imagem seja clara e, no outro eu tento o cumprimentar, mas eu ainda não consigo me mexer, não consigo processar nada. Recolhendo sua mão, um pouco envergonhado, seu olhar encontra o dela uma última vez, antes de murmurar algo indecifrável para mim e se afastar. – Isso foi grosseiro, Grace – Ela resmunga virando-se para mim – Vai continuar muda? Me ignorou nos últimos dezoito meses para aparecer aqui e não falar nada? – Sua expressão é impaciente. Um nó angustiante se forma em minha garganta. – Você nunca tentou entrar em contato, para que tivesse a ignorado, mãe. – Eu consigo finalmente encontrar minha voz perdida. – Claro, você saiu daqui como uma criança mimada! – Ela cruza os braços. – Eu não quero brigar – Levo minha mão sobre minha barriga por mais uma vez sentir meu estômago revirar. – Você nunca quer brigar, Grace, mas é inevitável, essa é você – Sinto uma pontada aguda em meu peito. Tenho um déjà-vu de catorze anos atrás, baseados em críticas atrás de críticas, sem qualquer brecha para um elogio ou quem sabe acolhimento. Agatha está complemente enganada, vir para cá definitivamente é um erro, se não podemos passar um final de semana sem brigar, como será doze meses? E ainda tem toda minha bagagem que não se resume a malas. — É um erro... — Eu murmuro, deixando que um sorriso de pesar estique meus lábios rachados. — O que que é um erro, Grace? — O tom de sua voz é impaciente como sempre. — Achar que poderíamos algum dia ter uma boa relação, achar que eu teria seu apoio. — Uma risada estranha escapa por entre meus lábios, por que estou rindo quando tudo que mais quero é chorar, desmoronar? — Não se faça de vítima aqui, Grace! Você nunca me pediu apoio, você mesma sempre esfrega na minha cara o quão bem sucedida é, e que não precisou de mim para isso! — Seu dedo indicador me aponta em acusação. — Porque é verdade! Se eu cheguei aonde estou não foi com a sua ajuda! — Elevo minha voz, mas pouco a pouco ela vai se perdendo. Eu cheguei longe, muito mais longe do que um dia planejei, mas com tudo que aconteceu, de alguma maneira sinto que perdi o rumo, sinto como se o mundo que construí tijolo por tijolo tivesse desabado, tirando meu chão, deixando-me cair em um perpétuo buraco n***o. Então já não tem mais sentido falar das minhas conquistas passadas da maneira que fiz agora. — Eu nunca a ajudaria entrar em algo que o tirou de nós... — A sua voz altiva torna-se sombria. Meu estômago contorce pela enésima vez, uma preensão em meu peito me faz procurar o apoio do batente da porta... — Era o meu sonho... — Sussurro mais para mim do que para ela — Você não foi capaz de me apoiar quando eu mais precisei de você... Quando eu mais preciso — As lágrimas que tenho me forçado a segurar desde que entrei no avião descem rebeldemente pela minha face... — Você... — Sua voz cessa por um instante — Grace, o que está acontecendo? — Sinto suas mãos tocarem meus ombros, seu toque é suave, quase como se temesse me tocar, meu olhar marejado encontra o seu confuso, eu abro a boca uma, duas, três, vezes, mas nenhuma palavra escapa — Grace... — Sinto um tipo de apreensão no tom de sua voz. As lágrimas em minha face descem cada vez mais, e quando dou por mim estou aos prantos, estou de joelhos sendo amparada por minha mãe. Quanto mais eu choro, mais eu quero chorar, e cada vez que grito desesperadamente nos braços de minha mãe, mais o oco dentro de mim se abre. Minha cabeça dói, meu corpo dói, tudo dói por centésimos de segundos, mas então sinto tudo se esvaindo, não há dor, não há choro, há apenas algo confuso, obscuro tomando minha sanidade, minha consciência.

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