Capítulo 18

796 Palavras
Fim de Semana em Busca da Descoberta ​O aroma de pão de alho e ervas finas, que geralmente acalmava Alicia enquanto ela liderava a cozinha do hotel, foi completamente substituído pela tensão doce e nauseante em seu estômago. O carro seguia pela estrada sinuosa em direção à chalé, e Alicia m*l conseguia manter as mãos firmes no volante. ​Ela não era de ter muitos amigos; sua vida se resumia à pressão das panelas, aos pedidos de sua chefe e à segurança da solidão em seu apartamento. Mas, em algum momento, Alex e Alan tinham invadido essa rotina, trazendo consigo o caos e a promessa de algo novo. ​Alex, o delegado, era uma força tranquila. Imponente e direto, ele a desarmava com um olhar de quem compreendia segredos não ditos. Alan, o médico, era o oposto: romântico, atencioso, com uma leveza que prometia curar traumas antigos. Ambos, ela sabia, eram experientes na arte de amar. E ela era virgem. ​O pensamento de seu ex-namorado, que havia tentado a forçá-la a ir para a cama, ainda a assombrava como um fantasma. Aquele fim de semana não era apenas sobre escolher um dos dois, mas sobre curar essa ferida e reivindicar sua primeira vez — uma que seria mágica, especial e totalmente baseada em seu tempo e consentimento. ​Ela estacionou o carro e respirou fundo. A casa de campo era charmosa, cercada por árvores. Alex e Alan a esperavam na varanda. ​Alex estava encostado na coluna, vestindo uma camisa de tricô escura. Seus braços cruzados destacavam a postura de autoridade, mas seu sorriso era gentil, quase um convite para que ela corresse para ele. Alan, mais formal mesmo no campo, estava com um suéter claro e se apressou para pegar as malas de Alicia. ​"Você demorou, Chef," Alex provocou, a voz grave fazendo o ar vibrar. ​"O trânsito da saída da cidade estava infernal, Delegado," ela respondeu, tentando parecer profissional, mas sentindo o rubor nas bochechas. ​"Eu te disse que deveríamos ter saído mais cedo, Alex," repreendeu Alan, com seu toque de médico responsável. Ele se virou para Alicia, os olhos cheios de preocupação. "Tudo bem com você? Quer um chá ou um vinho para relaxar?" ​"Um vinho parece ótimo, Dr. Alan," ela concordou, aliviada pela sugestão prática. ​Enquanto Alan levava as malas, Liz aproveitou para conversar com Alex. ​"Alan já sabe o combinado, certo?" ela perguntou em voz baixa. ​Alex acenou. "Ele reservou o quarto menor e mais isolado para você. E estamos no quarto principal. O nosso 'pacto de responsabilidade' está de pé. Conversas profundas. Nada de pressão." ​O coração de Alicia se acalmou um pouco. O fato de Alan ter sido o responsável por garantir essa separação física era um sinal de respeito que a tocava profundamente. ​O primeiro jantar foi simples, preparado pelos três juntos. Alicia observava a dinâmica deles: Alex, prático e objetivo, focado no sabor; Alan, artístico e cuidadoso, preocupado com a apresentação. ​Após o jantar, sentaram-se perto da lareira, o vinho ajudando a afrouxar os nós da ansiedade. Era o momento das "descobertas". ​"Eu queria conversar com vocês sobre o que realmente nos trouxe até aqui," Alicia começou, a voz ainda trêmula. "Não é só sobre a atração. É sobre conhecer quem vocês são, seus medos, seus sonhos. Eu não tive sorte no passado... em ser respeitada." ​Alex e Alan trocaram um olhar sério. ​"Nós sabemos de sua história, Alicia," disse Alan, sua voz suave, como a de um terapeuta. "E eu prometo, não faremos nada que você não queira. Nem um toque." ​Alex, mais direto, pegou a mão dela. O calor de sua palma era elétrico. "Eu sou o Delegado. Eu prezo pela lei, Alicia. E sua vontade é lei. Eu só quero que você saiba... estou curioso para descobrir o que será o seu primeiro beijo comigo. Se esse for o seu desejo." ​O corpo de Alicia estremeceu com a audácia sutil. O primeiro beijo. Ela o imaginara mil vezes. Seria com a calma protetora de Alan ou com a intensidade irresistível de Alex? ​Ela puxou a mão de volta, sorrindo timidamente. "Ainda não chegamos lá. Amanhã teremos o dia inteiro. Por enquanto, só quero conversar." ​Os três continuaram ali, as palavras fluindo, o tempo se alongando. Quando o relógio marcou meia-noite, Alicia se levantou. ​"Obrigada pela honestidade, rapazes," ela disse. "Eu vou para o meu quarto. Preciso dormir sozinha. Amanhã é o dia da verdade." ​Ao passar pela porta do quarto principal, onde Alex e Alan dormiriam juntos, ela sentiu a intensidade da escolha que a aguardava. Ela estava a apenas alguns metros de distância, mas, ao mesmo tempo, a um universo de descobertas.
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