Mas minha vida só começou a mudar quando dois nomes entraram nela: Matheus Vila e Cíntia Vila. Eles eram amigos antigos dos meus pais. Um casal conhecido no país inteiro. Ambos médicos cirurgiões, brilhantes, requisitados, respeitados. Donos do Hospital Vila aonde eu fiquei internada, um dos hospitais mais famosos do Rio de Janeiro, referência em medicina privada e também em projetos comunitários de atendimento a famílias de baixa renda. Apareciam em entrevistas, palestras internacionais, congressos, livros académicos. Eram o tipo de pessoas que meu pai e a minha mãe admiravam, não porque eram bons, mas porque eram importantes. Eu lembro do jantar na minha casa com uma clareza quase dolorosa. A mesa grande, os pratos alinhados, as taças de cristal, as risadas altas que cortavam o salão c

