São oito horas da noite quando chego em meu apartamento, exausta, mas satisfeita por conseguir organizar algumas pendências que estavam em minha mesa. Apesar do trabalho cansativo que tive durante a tarde toda e que se estendeu até a noite, não consegui tirar Josh em nenhum momento da minha cabeça. O nosso reencontro persistia em perturbar meus pensamentos mais vezes do que eu gostaria.
Sentada à mesa de jantar, após a refeição, bebericando uma taça de vinho, puxo o notebook para verificar meus e-mails e analisar umas petições que redigi no final de semana, quando uma ideia surge em minha cabeça, pesquisar sobre a vida de Josh Kent. Eu não sabia que ele era um famoso advogado daqui de Boston, porque decidi tirá-lo da minha vida e esquecer dele totalmente depois de nossa única noite em seu quarto da fraternidade, ali em sua cama, na manhã seguinte quando percebi que para ele o que fizemos não significou nada, quando pra mim foi o meu mundo todo, decidi seguir em frente e deixar o amor que eu sentia por ele morrer. Foi a decisão mais difícil da minha vida, mas assim o fiz, porém não foi tão fácil como pensei que seria, eu não conseguia me envolver com ninguém, tentei várias vezes namorar outros garotos na faculdade, até ia bem, mas quando a relação evoluía para algo mais íntimo eu pulava fora, não conseguia me entregar, travava e desistia do namoro, até que deixei de tentar e estava muito bem até Josh voltar para minha vida de novo.
Entro na internet e dígito seu nome completo na barra de busca. Aparece várias notícias sobre ele, algumas sobre casos importantes de pessoas famosas, algumas notícias sobre eventos sociais ao qual ele participou e em cada notícia ele aparecia com uma mulher diferente, até aí não me surpreendeu, porque ele sempre foi lindo e atraía um número considerável de mulheres na faculdade, tinha certeza de que na vida adulta não seria diferente, mas o que mais me chamou a atenção foi uma notícia de uns quinze dias atrás, era de um site de fofocas anunciando seu noivado com a socialite, Kelly Spencer, a loira e eterna namorada dele, filha de um famoso empresário de Boston, podre de rica assim como Josh. Esse anúncio me abalou tão profundamente que fechei o computador imediatamente, com meu coração apertadinho. Mas foi bom assim porque dessa forma, quem sabe, eu não consigo deixar de amá-lo e assim eu me permita amar outra pessoa e ser feliz com alguém. Maldita hora em que eu pus meus olhos de menina em cima dele. Maldita hora que me apaixonei por Josh Kent!
Lavo a louça do jantar, escovo os dentes e vou me deitar. Fico rolando de um lado pra outro na cama, com o dia de hoje martelando em minha cabeça e a maldita notícia do seu noivado também, sinceramente não sei porque estou tão triste com essa notícia até porque o casamento dos dois era mais do que previsível, tendo em vista que suas famílias eram amigas de longa data e de que seus pais eram mais do que favoráveis com essa união, me admira que eles já não tivessem casados, creio que por falta de vontade da parte dele, pois tenho certeza absoluta que por ela os dois já estariam casados há muito tempo. Jogo o travesseiro no meu rosto e grito.
─ Ai que ódio! Eu quero que você, Josh Kent, morra! Que morra e me deixe viver, porque isso que eu sinto não é amor é doença e eu quero me curar e ser feliz nem que seja um pouquinho. -Termino já aos prantos e maldizendo até a quinta geração da família Kent. Choro até cair no sono.
***
Acordo no susto com o alarme do despertador no criado mudo. Eu sempre acordo antes do alarme, mas como dormi m*l noite passada é compreensível o motivo do cansaço matinal. Levanto-me aos tropeços e vou para o banheiro, tenho um susto ao me deparar com meu reflexo no espelho. Eu estou péssima! Com olheiras enormes e os olhos vermelhos por causa do meu choro ontem à noite. Resignada tiro a camisola e entro debaixo do chuveiro.
Vinte minutos depois estou sentada a mesa, tomando meu café e comendo minhas panquecas, sem muita vontade, é verdade, mas tenho que erguer minha cabeça e não deixar me abalar, estou decidida a me curar desse amor e talvez o destino nos colocou no caminho um do outro novamente para colocar um ponto final nessa história e matar de vez qualquer resquício de sentimento dentro de mim, porque tenho absoluta noção de que o sentimento é totalmente unilateral. Termino o café da manhã e me arrasto até o closet, amaldiçoando mentalmente por ter que ir para o escritório de Josh agora de manhã, porém eu vou sim, mas vou linda não vou me abater, nem muito menos me sentir inferior a nenhum deles, pois sei o meu valor e o quanto lutei para conseguir chegar aonde estou, na eminência de me tornar sócia de um dos maiores escritórios de advocacia de Boston. Entro no closet e pego minha saia favorita, uma cinza, modelo risca de giz, pego uma blusa de seda branca com rendas e de mangas cumpridas, coloco o meu body em renda branca e visto, em seguida a saia e por último a blusa com uma leve transparência mostra a parte superior do body, mas não deixa a roupa vulgar, calço meu Louboutin vermelho, faço uma maquiagem caprichada, por causa das olheiras e coloco um batom nude para quebrar um pouco o excesso de maquiagem, resolvo deixar os cabelos soltos. Dou uma olhada no resultado final do visual e fico imensamente feliz, pois estou linda. Pego minha bolsa, pasta e rumo em direção à saída. Já dentro do carro e a caminho do escritório de Josh, penso em como a vida é engraçada, quis tanto ser notada por ele, lembro que ficava sonhando que um dia ele iria me notar e ficar apaixonado por mim, que iríamos namorar e depois casar, doce ilusão de menina tola. Agora tudo que quero é que esse processo termine logo, que eu consiga minha sociedade e que nunca mais precise olhar na cara dele. Você pode querer enganar todo mundo Aly, mas não a você mesma, porque você ainda é completamente apaixonada por ele. Minha consciência intrometida zomba de mim.
Chego em frente ao edifício do seu escritório, estaciono e desço. Caminho até a recepção e subo até o seu andar.
Chegando lá, informo a sua secretária que tenho uma reunião com o seu chefe e que estou sendo aguardada por ele. Ela interfona para sua sala enquanto aguardo.
- O senhor Kent, irá atendê-la agora, por aqui, por favor. ─A sigo até a porta da sala, percebendo como é bonita a secretária dele, com certeza ele deve ter ido para cama com ela. Ela abre a porta, me anuncia e pede que eu entre. Eu me preparo mentalmente para vê-lo mais uma vez, respiro fundo e entro. Ele está em pé à frente da sua mesa com o quadril encostado nela e os braços cruzados, assim que eu adentro a sua sala ele fica ereto e me olha de cima abaixo com um sorriso discreto nos lábios, como se estivesse apreciando minha imagem. Eu instintivamente faço a mesma coisa, aprecio sua imagem como um cego que volta a enxergar após anos na escuridão. Bebo sua imagem com apreciação. Josh está vestido com um terno de três peças na cor preta, camisa branca e gravata vermelha. Simplesmente lindo!
─ Bom dia Alycia! -Me estende a mão em cumprimento e eu hesito por um instante, com medo da reação do meu corpo toda vez que nos tocamos, mas imediatamente afasto esse pensamento para longe e o cumprimento também.
─ Bom dia, Josh. Como vai? - Apertamos as mãos e a velha descarga elétrica me assola. Me pergunto se ele sente a mesma sensação ou se é só o meu corpo i****a reagindo ao seu objeto de desejo.
─ Vou bem. Sente- se. Deseja beber alguma coisa? Água, café? ─Ele fala ainda perto demais e segurando minha mão. Me afasto e sigo em direção a cadeira em frente à sua mesa.
─ Café seria ótimo, obrigada. ─Sinto seu olhar sobre meu corpo, mas mantenho a postura e minha convicção de exterminar esse sentimento por ele a todo custo.
─ Um café saindo. ─Caminha até sua mesa, senta- se e pega o telefone, para fazer o pedido do café a sua secretária.
─ Creio que seria melhor nos acomodar na mesa de reunião, até porque precisamos discutir estratégias de defesa, além de analisar os fatos que nos foi relatado ontem por Thompson.
─ Acho ótimo.
─ Então me siga, por favor.
Levantamos e eu o sigo para a mesa de reunião, mas antes de chegarmos lá alguém bate na porta.
─ Pode entrar. -Após a autorização a porta é aberta e surge o rapaz loiro, parceiro de Josh, que estava ontem conosco no almoço.
─ Desculpe interromper Josh, eu não sabia que estava acompanhado, iria pedir para ser anunciado, mas como sua secretária não estava em sua mesa resolvi bater.
─ Tudo bem, Scott. Lembra-se da senhorita Hernández do almoço de ontem? ─ Scott direciona seu olhar para mim sem conseguir disfarçar seu interesse, assim como ontem no restaurante.
─ Lembro sim. Como vai, senhorita Hernández? ─Ele vem até mim com a mão estendida para me cumprimentar.
─ Eu vou bem senhor..., desculpe eu não me recordo do seu nome. ─Aperto sua mão em retribuição ao cumprimento, corando furiosamente por minha gafe.
─ Sem problemas. Me chamo Scott Ryan, mas pode me chamar apenas de Scott. ─Ele fala com um belo sorriso nos lábios.
─ Tudo bem, Scott. Pode me chamar de Alycia então. ─Falo retribuindo seu sorriso.
─ Bom, se vocês já terminaram, você pode dizer o que deseja, Scott, e nos deixar a sós, porque iríamos começar uma reunião no exato momento em que você chegou. -Josh fala de uma forma um pouco rude.
─ Perdão pela intromissão, Josh. Bem, como fiquei de trazer os documentos que você havia me solicitado pela manhã, aqui estão. ─Entrega os documentos a Josh e desvia seu olhar para mim mais uma vez.
─ Agora vou deixá-los sozinhos. Foi um enorme prazer revê-la, Alycia.
─ Igualmente, Scott. -Ele segue até a porta e sai.
─ Parece que você conseguiu mais um admirador, Alycia. ─Olho para ele estranhando o “mais” empregado na frase.
─ Não sei ao que se refere. -O questiono.
─ Refiro-me ao Scott, ele claramente está caidinho por você. ─Ele fala com um pouco de rigidez na voz.
─ Impressão sua, ele apenas é gentil comigo.
─Se não consegue enxergar o nítido interesse dele, e o meu, com relação a você é porque ainda não percebeu a mulher linda que é. -Fico paralisada encarando-o. Ele não pode ter dito o que disse para mim. Ou pode?
─ Não acho que este assunto seja pertinente de ser tratado em uma reunião de trabalho. ─Tento soar altiva, mas tendo a noção de que minha voz não saiu lá tão convincente assim.
─ Tudo bem, então vamos começar a reunião. -Sentamos à mesa, tiro meu notebook e começamos a discutir planos de defesa. Só paramos para bebericar um pouco o café que sua secretária nos trouxe e continuamos a trabalhar.
─ Nossa! Já está na hora do almoço! Nem vi o tempo passar. ─ Constato que já era hora de ir embora após ver a hora na tela do computador.
─ Realmente, nos concentramos muito no trabalho e nem vimos o tempo passar. Na verdade, formamos uma dupla e tanto, não acha? -Fico feito uma tola na hora em que ele sorri para mim assim tão descontraído. Mas, me recomponho rapidamente já catando minhas coisas para ir embora para o meu trabalho.
─ Preciso ir, tenho uns assuntos para resolver no trabalho. ─Levanto pegando minha bolsa, quando sou surpreendida pela proximidade de Josh.
─ Que tal se almoçássemos juntos e depois você volta para cá comigo e trabalhamos mais um pouco?
─ E...Eu preciso realmente ir. ─Gaguejo tentando soar convincente.
─ Eu sei que você vai ter que almoçar e porque não fazemos isso juntos, já que eu também terei que almoçar? ─Ele se aproxima cada vez mais, e eu tento raciocinar, falhando miseravelmente, com seu perfume e sua presença imponente sobre mim.
─ Por favor, me dê a honra de almoçar com a mulher mais linda que já vi em toda minha vida. -Ele sussurra bem perto do meu rosto me seduzindo. E eu me vejo sendo enredada pelo seu charme.
─ E ... es ...está bem, eu aceito. -Me perco no mar azul dos seus olhos, porque por mais que eu me faça de convicta e irredutível, sei que sou uma viciada e ele é a minha droga.
─ Ótimo! Deixe seu computador aí e vamos almoçar. -Eu só faço assentir.
Fiz o que ele me disse e fui conduzida até a porta, andamos lado a lado em direção ao elevador, paramos e ele aperta o botão para chamar o elevador, eu só faço olhar para frente sem ter forças para encará-lo, porém sinto sua presença e o seu olhar sobre mim. As portas do elevador abrem e sou conduzida para dentro por sua mão na base da minha coluna. O ambiente está relativamente cheio, mas conseguimos nos acomodar no fundo do elevador, ficamos um pouco próximos devido à demanda de pessoas no ambiente.
-Eu não me canso de olhar pra você sabia?-Ele sussurra no meu ouvido, enlaçando minha cintura.
─ Você é tão linda. E essa lingerie que está usando tá me deixando louco de t***o, tive que me controlara manhã inteira para não te tomar e te f***r na minha mesa de reunião, porque tudo o que eu imaginava era, rasgar suas roupas, te lamber todinha e te comer até não ter mais forças pra sequer ficar em pé. Eu sei que você sente o mesmo t***o que eu sinto, porque eu vejo como seu corpo reage a cada toque meu na sua pele, sei que você me quer assim como eu te quero.
─ E..Eu não posso. Nós não podemos nos envolver, Josh. ─As palavras saem da minha boca como um gemido.
─ Eu quero você. ─ Ele aperta ainda mais o braço em minha cintura e desliza a língua em meu ouvido me fazendo gemer, chamando a atenção dos demais ocupantes do elevador eu ajeito a postura tentando me recompor.
─ Me solta, por favor. ─ Tento me afastar do seu agarre.
─ Vou soltar porque estamos chamando a atenção e eu não quero isso, porque quando eu te tomar, os seus gemidos e o seu prazer serão só meus. ─Dizendo isso ele libera a minha cintura se afastando um pouco.
O elevador chega no térreo e todos saímos.
─ Venha comigo. -Sou guiada por sua mão em minhas costas e seguimos para fora do edifício, onde o manobrista se encontra no meio fio com as chaves do carro de Josh e a porta do passageiro aberta. Entro, me acomodo e fico olhando ele dar a volta no carro e entrar pela porta do motorista me olhando intensamente assim que se senta atrás do volante.
─ Nossa conversa ainda não terminou, Alycia.
─ Olha Josh, isso não vai acontecer, nós não podemos nos envolver, eu ainda sou praticamente uma recém- advogada formada e ainda estou galgando o meu espaço no mercado e, este caso em que estamos trabalhando é a minha oportunidade de virar sócia em um dos mais renomados escritórios de Boston, ou seja, é a minha chance de ouro e eu não posso e nem quero desperdiçá-la por causa de uma atração física que resultará em um caso passageiro e que consequentemente só irá durar o tempo em que o processo em que estamos trabalhando durar, porque convenhamos que, você jamais irá trocar sua noiva por uma caso passageiro. -Desabafo tudo de uma vez, antes que a coragem me abandone.
Ele me olha por um breve momento, assente e dá a partida do carro saindo em direção ao trânsito caótico da hora do almoço.
Após alguns minutos dirigindo, paramos em frente a um belíssimo restaurante na zona da Union Whart.
─ Espero que goste de frutos do mar. ─Ele me olha ainda com o semblante fechado.
─ Eu amo frutos do mar.-Falo totalmente deslumbrada, pois a vista panorâmica daqui é linda. Dá para apreciar a baixa bostoniana e as fachadas centenárias e de tijolos vermelhos de North End, além da brisa fresca que sopra do Atlântico.
─ Que bom que acertei, porque eu também adoro frutos do mar e a vista deste lugar. Venha!
Saímos do carro e entramos no restaurante bastante aconchegante e sofisticado, somos direcionados a uma mesa ao lado de uma janela de vidro que dá direto para bela vista do Atlântico. Nós nos acomodados, eu em uma cadeira de frente para Josh, para colocar o máximo de distância possível entre nós, pois tenho medo de sucumbir ao seu charme e ouvir meu t**o coração.
─ Nossa é tudo tão lindo daqui!
─ É verdade, este restaurante é bonito sim, mas nada comparado ao que vejo agora em minha frente. ─Ele fala me encarando e com o semblante sério, como se estivesse constatando um fato. Tento não corar com sua declaração.
─Não sei o que vou pedir. ─Mudo de assunto, enfiando o cardápio na minha frente, tentando desviar o foco para outra direção.
─ Boa Tarde, senhor Kent e senhora. ─O garçom nos cumprimenta ao se aproximar com um bloquinho na mão para anotar nossos pedidos.
─ Boa Tarde, Juan.
─ Boa Tarde. –Respondo ao garçom.
─ Já escolheram o que vão pedir?
Informamos os nossos pedidos e o garçom se retira após colocar uma garrafa de Sauvignon Blanc sobre a mesa e servir nossas taças. Nem tinha percebido o momento em que Josh havia feito o pedido do vinho.
─ Não vi você fazer o pedido da bebida. ─Comento.
─ Eu não o pedi.
─ Mas, como o garçom o trouxe sem você fazer o pedido? E a propósito, o vinho é delicioso. -Constato após experimentar do vinho delicioso, com um leve sabor trufado. Divino!
─ O Juan o trouxe, porque ele conhece os meus gostos para vinho e toda vez que venho neste restaurante, o que é quase sempre, ele que me serve. Por tanto, conhece todas as minhas preferências.
─ Ah! Isso explica o fato dele saber o seu nome e você o dele.
─ Pois é. Então, Alycia Hernández, conte-me mais sobre você.
─Prefiro deixar a minha vida pessoal fora dos assuntos que iremos tratar se não se importa.-Falo de modo ríspido, não me contendo em constatar que eu, ou a pessoa que fui antes, não significava nada para ele.
─ Olha, Alycia eu realmente quero te conhecer melhor e esse “conhecer melhor” envolve mais do que assuntos de trabalho.
─ Por que você quer me conhecer melhor? Eu não entendo, somos apenas colegas de profissão que têm que trabalhar juntos em prol de um caso em comum, só isso.
─ Você sabe muito bem que não é só isso, há algo entre nós, algo forte e que nos puxa um para o outro como ímã. Sei que você sente isso, porque está estampado em seu rosto toda vez que me aproximo de você, quando te toco ou quando simplesmente estamos perto um do outro. E para constar, não acredite em tudo o que lê nesses sites de fofoca.- Ele pisca para mim com o semblante fechado.
─Olha Josh, não vou negar que sinto uma forte atração por você, porém, não me culpo por sentir isso, até porque você é um dos homens mais bonitos e másculos que já vi em toda minha vida, mas não podemos nos envolver, pelos motivos que já te expliquei anteriormente. Não duvido de que não esteja noivo, porém pode até não estar noivo, mas sei que aquela moça da foto é sua namorada de longa data e sinceramente, minha vida já é complicada demais para querer me meter no relacionamento de outras pessoas.
─ Não n**o que ela e eu temos um envolvimento de anos, mas não chega a ser relacionamento, porque já deixei bem claro para Kelly que não somos namorados e de que sou livre para sair com quem eu quiser e ela também.
─ Então você quer me dizer que ela fica bem com isso? Que aceita numa boa, ver o cara que ela gosta com outras pessoas? ─Pergunto horrorizada com o nível de desprendimento da parte dela. Mas, se antes eu não queria me envolver com ele, agora menos ainda, pois não aguentaria ter que participar desse relacionamento louco ao qual esses dois estão acostumados e muito menos me sentiria bem em ter que dividi-lo com qualquer outra, meu coração não aguentaria. Melhor sair disso antes que seja tarde. Penso.
─ Nós nos entendemos e tem dado certo até agora. - Ele diz, simplesmente, tomando um gole do seu vinho, como se estivesse falando sobre o tempo e não sobre a sua vida amorosa. O garçom chega com nossos pedidos e eu dou graças a Deus, porque só assim não tenho mais que presenciar a forma fria com que ele lida com os sentimentos alheios.