Suspeito

1364 Palavras
Hillary está na enfermaria ao lado de Collyn, que só estava dormindo e se recuperando devagar. Até que Collyn abre os olhos, e acorda um pouco assustada e se debatendo, Hillary segura ela e a acalma: - Calma Collyn, você tá segura agora, fica calma e respira. Collyn se acalmou e olhou bem para ela. - Hillary? - É, sou eu. - O que você... onde estou? O COFRE! - Eu sei, eu sei. Tente não se mexer muito, você ainda tá com muitos pontos. Ela respirou devagar e olhou em volta. - Receberam nosso chamado de socorro? - Não, eu e um... parceiro, passamos por acaso pelo Cofre enquanto vínhamos pra cá, e encontramos o lugar todo arrasado. Collyn põe a mão na cabeça, e ela começa a se lembrar aos poucos. - Foi o Willard Piwbrins, ele ainda tá vivo, ele era um lobisomem gigante! - Willard? - Lutamos com tudo que tínhamos, mas ele nos massacrou. Ele levou alguma coisa do Cofre? - Levou o Peso Vermelho. Collyn ficou muito preocupada. - A situação é complicada, a Diretora decretou estado de emergência por toda a região. - Toda a região? Ela deveria ter alertado o mundo todo, aquela a**a pode acabar com a vida no planeta! - Eu sei... Collyn reparou que Hillary parecia bem desconfortável com alguma coisa. - Fala, qual a sua ideia? - perguntou Collyn. Hillary fechou a cortina do quarto de Collyn e se sentou perto dela. - Acho que alguém ajudou Willard a roubar o Peso. - Hillary falou cochichando. - Quem? Hillary ficou pensando e perguntou: - Há quanto tempo você trabalha no Cofre, Collyn? - Já tem três anos. Por que? - Quantas vezes algum inimigo já descobriu a localização do Cofre? - Nenhuma. - Já ouviu falar de algum relato de alguém que tenha descoberto? - Não. - Eu sei que o Cofre muda de lugar de tempos em tempos, mas com que frequência? - A cada três semanas. - E quando foi a última mudança? - Ontem. Nós tínhamos acabado de chegar, m*l tínhamos arrumado as coisas. Hillary e Collyn se entreolham. - Não, n******e ser, isso é mentira. - disse Collyn. - É a única possível suspeita. - Ela nunca faria isso. - Será mesmo? Ninguém dentro da C.I.R.C.E sabe de tudo a não ser a própria Sombra. E a última mudança do Cofre foi bem recente, ainda não deu tempo suficiente pro resto dos agentes saberem da localização dele. Isso só deixa dois suspeitos: a sua equipe de agentes que estava trabalhando no Cofre ou a própria Sombra, e como toda a sua equipe do Cofre morreu, então... - Por que você não desconfia de mim? Eu sou a única sobrevivente. - Foi você? - Não. Hillary fez um sinal com a cabeça, mostrando o medidor dos batimentos do coração de Collyn, e os batimentos dela não se alteraram em momento nenhum. - Se fosse você, seus batimentos estariam acelerados acima do normal. - Tinha esquecido o quanto você é sinistra. Hillary ri, então Collyn pergunta: - Por que você está desconfiando da Sombra? - A Diretora é a única aqui que sabe exatamente por onde o Cofre anda, e o caminho que eu e meu parceiro encontramos era linear. Quando Willard atacou, ele não fez rodeios, ele foi direto até a fonte, ele sabia exatamente onde o Peso estava. Collyn estava ficando incrédula. - Acredita mesmo que a Molly cometeria uma traição desse nível? - Eu sei que tô a um tempo fora, mas as coisas aqui mudaram até demais. Ela tem agido estranho, assim que cheguei aqui e contei sobre o que aconteceu no Cofre, ela não se importou muito com isso, mesmo sabendo que isso é um problema de nível mundial. - Como se tudo tivesse ocorrido conforme o plano. - Exato. Fora que, ela concedeu anistia ao Wade Burch, o maior capanga da Hassan. - Deixa eu adivinhar, ela quer arrancar informações dele? - Pois é, mas não fez isso até agora. Ao invés, está concedendo tratamento médico de primeira pra ele, já que ele ficou muito m*l com um ácido que eu derramei na cara dele a dois anos atrás. Aparentemente aquilo era um composto químico perigoso, mas quem se importa com isso quando o seu maior inimigo está tentando te m***r, né? - Eu não vejo problema nisso, Hill. O sujeito tem que estar em boas condições para poder ser interrogado, se não todas as informações podem ser errôneas e a vida do prisioneiro pode ser perdida. Não adiantaria de nada no final. - Sei de tudo isso, Collyn. Mas Wade já está aqui há dois anos e nenhum agente se quer tem permissão para tocar nele, porque a Sombra não quer. Pra início de conversa, ele nem deveria estar aqui, e sim na balsa como um prisioneiro qualquer. Aliás, ele traiu a organização, ele deveria é estar morto. - Mas isso é... - As leis da Corporação. A C.I.R.C.E pode intervir em assuntos governamentais porém com um certo limite. Isso poderia até mesmo ser obstrução da justiça. Collyn começa a refletir e percebe que tudo faz sentido. - Quando tentei confrontar ela sobre esse assunto, ela tentou desviar minha atenção me "desbanindo" e dizendo que queria que eu fosse a próxima Sombra, mas eu não engoli essa. - Você como Sombra? Isso seria incrível. - Não dê o braço a torcer, ela tá tramando alguma coisa. Minha intuição dispara que nem um alarme toda vez que penso nisso. - disse Hillary. - Mas o que ela poderia querer arrumando essa bagunça toda? - Eu ainda não sei, mas vou descobrir. - Pra quem mais você contou sobre suas suspeitas? - Só você. - Bom. Não conte pra mais ninguém. - Nem precisa dizer. Collyn sente sede e tenta alcançar um jarro de água mas estava meio longe pra ela pegar, então Hillary se levantou e pegou o jarro para ela, porém ela percebeu que a água no jarro estava se agitando, como se estivesse acontecendo um terremoto. - Hill, o que foi? Hillary abriu a cortina e olhou pela janela, vendo umas bombas caindo. - TODOS PRO CHÃO! Hillary se debruçou sobre Collyn, protegendo sua amiga das pedrinhas que atingiram a enfermaria no impacto das bombas, e um alerta começou a tocar pela base: - AVISO! ALERTA VERMELHO, ESTAMOS SOB ATAQUE! Imediatamente Hillary pegou uma cadeira de rodas no corredor e pôs próximo a cama de Collyn. - Vamos, temos que tirar você daqui! Collyn se segurou em Hillary, que suspendeu ela em seus braços e colocou sua amiga na cadeira de rodas, então saiu com ela do quarto e foi empurrando Collyn pelo corredor. Os agentes estavam desorientados, tentando proteger os pacientes enquanto o teto caía aos poucos. - LEVEM TODOS PARA O SUBSOLO! - ordenou Hillary. Os agentes acataram as ordens. Hillary chegou num elevador de carga e abriu a porta puxando ela de baixo pra cima, então os agentes começaram a colocar os pacientes em macas e foram colocados um por um no elevador. Hillary pôs Collyn no elevador e saiu. - Com que ameaça estamos lidando?! - perguntou Collyn. - Ainda não sei. Fique lá embaixo, não saia até alguém mandar e não faça nada que eu faria. - disse Hillary. Depois ela e mais um agente fecharam o portão puxando ele de cima para baixo, e então Hillary apertou um botão na parede, e o elevador desceu. Hillary foi correndo pelo corredor e pôs um comunicador na sua orelha, e tentou contato: - Alguém na escuta? - Agente Berlusconi na escuta. - Alvaro respondeu. - Alvaro, qual a situação? Quantos alvos são?! - Não estamos dando conta, é só um... é só um alvo! - O que?! Hillary subiu numa escada de emergência e foi para o telhado, onde ela viu um monte de terras destruídas por causa de bombas e vários agentes mortos. Alvaro encontra ela no telhado e oferece um binóculos a ela: - Veja com seus próprios olhos. Hillary põe o óculos e tenta enxergar a ameaça, que estava se aproximando do portão principal, e vê alguém familiar: - Aquele é o Henry Bowers?!
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