Capítulo Um

1420 Palavras
Olá, meu nome é Lya Sanger. Tenho 17 anos e estou no último ano do ensino médio. Estudo na escola municipal Bordon. Tenho cabelo castanho avermelhado, olhos castanhos escuros, e média altura, 1.50. Eu moro com meu pai aqui em Middletown. Perdi minha mãe com 9 anos de idade. Ela faleceu devido a um acidente de carro. Meu pai se culpa até hoje por isso. Ele estava dirigindo. Nós levamos uma vida tranquila, Deus tem nos ajudado muito, nos dando força e ânimo.  Eu não estou frequentando a igreja sempre. Vou várias vezes, mas minha agenda não me deixa muito tempo livre. Sei que não é desculpa, mas sempre que tem uma brecha eu to na casa de Deus. Meu pai diz que tenho uma fé inabalável. Eu creio muito em Deus! Tenho fé que tudo que ele faz é perfeito. Ele sabe o que faz, como faz e qual o melhor para nós.  Deus sempre tem o melhor para nós! Pela manhã, levantei, fiz as necessidades matinais e desci para tomar café. Meu pai já havia saído. Ele é professor de música em uma escola na cidade vizinha. Um saxofonista brilhante que encanta a todos com esse dom. Peguei uma torrada, passei geléia de uva e sai comendo. Estava atrasada, novamente. Eu não moro muito longe da escola, na verdade ela fica a uma quadra daqui. Vou a pé mesmo. Minha casa não é tão grande, pois não somos ricos, mas é aconchegante e suficiente para meu pai e eu. Enquanto caminho para a escola, é inevitável não lembrar de meu contrato, pois o causador do meu choro passa dirigindo sua caminhonete azul vibrante, a música é alta e a lata de bebida alcoólica lançada pela janela é comum. Eu tinha 12 anos quando conheci o Liam O'Jill. O cara mais popular e bonito do colégio. O tipo certo de encrenca. Até hoje ele é assim! Já ficou com todas do colégio, menos a que era apaixonada por ele. O conheci quando veio morar aqui, nossas famílias se conheciam desde que éramos crianças e acabaram retornando a Bordon. Sempre ficava de olho nele, prestando atenção em tudo o que ele fazia. Principalmente nas burradas que ele fazia. Já perdi as contas de quantas vezes ele já foi suspenso, diferente do normal, nunca é expulso. Um dia, na aula de Educação física, sou boa em todas as matérias menos essa, ele me derrubou durante uma corrida. Ele pediu desculpa e todo fofo me ajudou a levantar. Estava só nós dois, pois todos estavam correndo lá na frente. Segurei seu pulso para que não fosse embora e contei que gostava dele, que estava apaixonada. Acho que acreditei que era o melhor momento para contar. Bom, ele gritou para que todos pudessem ouvir: — Ficou louca? Acha mesmo que teria algo com você? Vai procurar outro crente igual a você. Eu nunca namoraria uma garota que acredita em um tal "Deus". Não era um bom momento eu suponho. Isso doeu, e muito. Todos ouviram e fui motivo de chacota por muito tempo. Até hoje as pessoas lembram e tiram sarro da minha cara. Fiquei conhecida como a crente rejeitada. Bem feito pra mim. Fui buscar lá fora o que está dentro da igreja. Fiquei com tanta raiva que prometi pra Deus, e pra mim, que nunca, nunca mais iria expressar meus sentimentos. Nunca iria beijar ou me permitir apaixonar novamente. Fiz um contrato com Deus em minha oração. “ Senhor, altíssimo Deus! Pai de infinito amor e bondade. Me perdoe pelas minhas fraquezas! Me perdoe pelos erros que tenho cometido. Senhor! Estou tão triste. Meu coração está partido. Hoje sofri mais uma vez. Porque senhor ele não gosta de mim? Por que? Faço um contrato Contigo hoje senhor. Não permita que eu me apaixone por ninguém e nem me deixe levar pela vaidade de chegar perto de um homem. Quero apenas beijar aquele que será meu marido. Que me amará, me respeitará. Que me fará feliz. Sendo meu amigo como tu tens sido. Senhor! Aceite esse contrato e me dê forças para suplantar todo m*l e tentações que viram. Isso te peço em nome de teu filho que vive e reina para sempre. Amém! ” Atravessei a rua, passei na calçada e no gramado em frente ao prédio de 2 andares da escola Bordon. Havia muitos alunos conversando, rindo e brincando. Correndo uns atrás do outros. Daqui a pouco começam as provas e eles estão aí, falando do jogo de ontem, da briga no meio do campo. Animadoras de torcida exibem sua maquiagem excessiva às sete da manhã. Coisa habitual. Entro na escola e vou em direção ao meu armário, n° 3. Ele fica bem perto da porta de entrada. Vejo Liam e sua turma entrar. Muitas garotas já ficam todas nervosas com sua presença. Gritos, pulos e balançar de cabelo na tentativa desnecessária de um olhar dele: Agem como se ele fosse o rei. Uma das garotas, uma morena muito bonita, e bem popular, chega perto dele e fala algo em seu ouvido. Em resposta ele aperta sua b***a e a beija. Nojo! Apenas o que sinto. Não sei como gostei desse cara. Ele é tudo o que eu abomino. Sabe, meus pais tiveram um casamento cristão. Foi lindo! Ele se guardou para ela e ela para ele. Oraram, buscaram resposta da palavra dEle para confirmar sua união e Deus confirmou. E aí estou eu aqui. Meu pai diz que minha mãe e eu somos o maior presente de Deus para ele, apesar dela já não se encontrar em vida. Pego o livro de física dentro do armário e espero a turma dele passar e é inevitável não sentir a mistura de perfumes que dá náusea. Liam é parado na porta por uma loira, que não sei o nome, mas sei sua fama.  — Com licença! - digo em tom baixo mas ele escuta. — Claro Lya! - diz movimentando um dos braços como um cavalheiro.  — Obrigada! - agradeço. A loira não movimenta um músculo para sair da frente. Tudo bem que eu pedi a ele mas poxa. Seja educada!  Logo sento na minha cadeira, a penúltima do canto direito. Liam e os amigos sentam no fundo. Últimas cadeiras do canto esquerdo. Professora Alexandra entra e inicia a aula. Logo a primeira hora e meia passa e vem o próximo professor. Aula de artes. Aula rápida apenas 40 minutos. Terminada a aula, junto minhas coisas e saio da sala. Vou até o armário pegar meu livro de inglês. 2 horas de inglês e 1 hora de literatura inglesa, com a mesma professora. Apesar de gostar da matéria, eu não gosto da professora. Talvez seja por que Liam e ela já tiveram algo. Bom, é o que todos dizem. Ela sempre facilita as coisas para ele. Da respostas de questionários que ela passa, e sinto um leve arrepio ao ver o seu decote; Dá pra ver o pé dela através dele. Terminando a aula, saímos para almoçar. Saio da sala e vou para o refeitório. Enfrento uma fila enorme, e se torna maior ainda com a turma do time de futebol americano passando na frente e respectivamente as suas namoradas, peguetes, chamem do que quiser, pois elas não são fixas, as animadoras de torcida. Quando está quase chegando a minha vez, vejo a Kita, minha melhor amiga.  Ela está no terceiro ano e eu no quarto ano. Ela tem cabelos pretos e é branca com algumas pintinhas sobre seu corpo e rosto, olhos verdes e é mais alta do que eu. — Oi! Ainda vai comer? - pergunta surpresa. Sou a última da fila. - Sim! O time de futebol e as meninas animadoras de torcida, passaram na frente e acabei ficando por último. - disse pegando meu prato. — Eita! Vou lá na sua casa hoje, pode?  — Claro! Tenho uma música pra te mostrar. - sorri me sentando em uma mesa quase vazia. — Ah, que bom! Tô doida pra ouvir. Mas eu tenho uma novidade. Importante! - disse um tanto animada, quase saltitante. — Está bem! Te espero mais tarde. — OK! Bom almoço! - ela diz e o sinal toca. Demorei tanto pra pegar o almoço que já terminou o intervalo de 30 minutos. — Eita, vai chegar atrasada para a última aula. — Não tem problema. Sr Thompson já sabe o porquê do meu atraso. Já está até acostumado. - Rimos. Ela saiu e finalmente consegui a comida e um lugar vazio para me sentar.
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