- Alana. _ Diana disse ao chegar perto da irmã que ainda observava a amiga cantar a última música.
- Ei, Di. Pensei que você não viesse.
- Eu estou acompanhada hoje. Uma morena que, Deus do céu!
- Sem detalhes, Diana, sem detalhes. Nossos pais ainda estão esperando a sua visita. Desde que você chegou de viagem estão aguardando.
- Eu prometo que nessa semana irei. Mas eu realmente estou atolada de trabalho. A Gonzale’z é muito exigente, eu tenho que estar sempre à disposição.
- Eu entendo. Só não demore.
- Mas outro assunto me trouxe aqui. Você conhece essa cantora? _ Ela fala olhando para a mulher no palco. O que foi bom, pois não percebeu a feição preocupada da irmã.
- Não. Mas ela é ótima. _ Faz o melhor que pode para não demonstrar nervosismo.
- Certo. Quero te pedir um favor. Sei que você é amiga dos Benson e tem liberdade aqui. Tenho uma amiga que quer conhecê-la e queria saber se tem como você conseguir um encontro delas.
- Isso... Eu não sei, Diana.
- Vamos, mana. Eu nunca colocaria a mulher em risco. A minha amiga só quer saber quem é a cantora mascarada.
- E se ela não quiser ser conhecida? Se ela usa a máscara deve ter um motivo.
- Que seja. Mas elas que se resolvam. Isso me dará uma capa de revista e um final de semana em uma maravilhosa casa de praia.
- Você não presta. Mas espera, essa sua amiga é aquela que estava comendo a cantora com os olhos, não é?
- Você viu? Ela está caidinha por ela. Quem diria ver Camile Gonzalez aos pés de uma mulher.
- Espera. A sua patroa? Eu sabia que a conhecia de algum lugar. _ Alana disse, surpresa.
- Ela mesmo. Mas, e então?
- Tudo bem. Mas eu ficarei do lado de fora. Se sua amiga tentar alguma gracinha eu a matarei.
- Certo.
- A traga aqui. Eu a levarei para o camarim e ela espera lá. Seja o que Deus quiser.
Diana concorda e sai. Ela estava feliz, sua morena estava feliz, e com certeza sua patroa ficaria feliz. Alana ficou receosa, mas conhece a amiga o suficiente para saber que ela iria gostar disso. E ainda poderia não se mostrar, ao entrar no camarim estaria de máscara, ela decidiria o que fazer. A loira só esperava estar fazendo o certo. Minutos depois Camile volta com Diana e elas se encaminham ao camarim. Ninguém desconfiou de nada, Alana já era quase da família.
- Fique aqui e não faça barulho. Ela vem daqui a pouco e não faça nenhuma besteira, estarei aqui fora o tempo todo.
- Certo. _ Camile concorda e se senta no pequeno sofá.
As duas irmãs saem. Diana volta para a sua morena e Alana espera por sua amiga. Agora literalmente, seja o que Deus quiser.
- Você viu? Oh, meu Deus, eles amaram. Eles aplaudiram. Eles...
- Ei. Calma aí. Eu e te disse que iriam adorar. Estou feliz por você.
Elas se encaminhavam para o camarim. Lisa fora abraçada por seus pais que foram depois resolver algumas coisas do lugar. O que deixou Alana aliviada. Quando foram chegando perto do camarim a loira puxa a amiga fazendo ela parar de andar.
- Lisa, fale baixo agora.
- Porque?
- Olha, eu espero que não me odeie. Tem alguém esperando você lá dentro. Então não tire a sua máscara. Eu estarei aqui fora, se acontecer algo, grite.
- Você está me assustando.
- Não fique. Acredito que você vai gostar, mas... Só entre.
- Certo, Lana, vou confiar em você.
A loira apenas assente e reza para que não aconteça nenhuma besteira. Lisa segue para a porta com cuidado, estava com medo, mas curiosa. Coloca sua mão na maçaneta e abre a porta com cuidado. Ela poderia imaginar muitas coisas, muitas pessoas, mas não ela. A mulher que conseguiu tudo de si com apenas um olhar. A mulher que aflorou todos os seus desejos com apenas um sorriso. E agora estava ali, em sua frente. Podendo tocá-la e ser tocada por aquelas mãos maravilhosas.
- Você... _ Foi tudo que ela conseguiu dizer antes de empurrar a porta atrás de si.
Camile prende a sua respiração por alguns segundos. Ela era mais linda de perto. Aquele corpo, aquela roupa preta que a deixava sexy, aqueles olhos verdes que lhe tirava o sossego, e aqueles lábios que deveriam ser deliciosos.
- Oi. Eu sou Camile, Camile Gonzalez. _ Ela diz com segurança na voz, mas sem se mover. Lisa também estava estática, mas no caso dela, era apenas insegurança.
- Eu... Michelle. _ A morena diz fraco, o que deixa o corpo de Camile mais quente, então ela arrisca se aproximar, ficando frente a frente com a morena.
- Michelle. Seu nome é lindo, igual a você.
- Obrigada. _ Ela diz muito tímida e abaixa o olhar.
- Não faça isso. Estou tentando ter controle aqui, mas se você continuar se comportando como uma presa preste a ser devorada, eu farei questão de ser uma predadora para devorá-la. _ Camile diz ao se aproximar, o que faz Lisa ir indo para trás, até encostar na porta.
- Eu... Me desculpe. _ A cantora fala encolhendo-se mais perto da porta. Camile em um movimento rápido coloca suas duas mãos espalmadas na madeira uma de cada lado da cabeça de Lisa.
- Michelle. Você me enlouqueceu naquele palco. Você me tem. Eu não sei quem é você e gostaria de te conhecer. Eu preciso te conhecer. Eu necessito te ter. Estou quente só por ouvir a sua voz, estou faminta por você, Michelle. Desejo, paixão, t***o, p******o. Você conseguiu isso tudo e muito mais de mim. Eu quero você. _ Ela fala encostando mais ao corpo na morena, levando uma de suas mãos para a máscara.
- Não! _ Lisa diz fraco. – Não faça isso. Por favor. _ A latina retira logo a mão.
- Ah, Michelle. _ A mais velha coloca a mão na cintura da mulher. – Você está me deixando louca. _ Os lábios estavam muito próximos. – Eu preciso fazer isso ou enlouquecerei. _ Fala, apertando a cintura de Lisa.
- Faça. _ A cantora disse de olhos fechados e com a respiração ofegante.
Camile apenas sorri. Lisa estava entregue. Poderia ser loucura, mas a verdade era que a partir daquela noite ela não se pertencia mais. Ela nunca diria “não” para aquela mulher. Era algo que não tinha explicação. Ninguém poderia decifrar o que as duas estavam sentindo, mas se pudessem poderia ser definido em “Almas Gêmeas”. Clichê? Poderia até ser, mas quem iria discordar de um clichê envolvendo Camile Gonzalez e Lisa Benson? Pois é, ninguém.
- Não resista. Apenas me deixe te mostrar o quanto quero você.
Camile sussurra antes de tomar os lábios de Lisa para si. Colando ainda mais os corpos ao pressioná-la na parede. Não era calmo, era urgente, era viciante, era necessário, era sedutor, e o melhor, Lisa estava adorando. Era a segunda pessoa que ela beijava, não era nada comparável ao primeiro. Brad foi bruto, Camile era selvagem, mas era delicada. Seus lábios eram doces. A morena sentiu a língua da latina pedindo passagem, nunca diria “não” a ela. Sugou-a, lambeu, sentiu, deliciou-se com a mulher. Ela a tinha por completo, nunca diria não a ela.
Camile estava desesperada por aquele toque. Ela precisava sentir os lábios de Michelle, tinha que provar que elas se pertenciam, agora mais que antes, ela tinha certeza disso. A cantora era sua dona, assim como ela pertencia a latina. Aos poucos o toque das bocas foi se acalmando. Camile encosta sua testa na de Lisa e controla a sua respiração para então de manifestar.
- Você se tornou o meu vício.
- E você se tornou a minha dona. _ Lisa diz baixo.
Nada mais precisava ser dito. Elas se pertenciam e ponto final. Camile Gonzalez e Lisa Benson. Duas vidas totalmente diferentes. Elas acabaram de descobrir que destino existe e o delas sempre esteve ligado. Para toda a eternidade.