— Que tipo de segurança existe nessas instalações? Ela pergunta, e quando eu olho para ela mais de perto agora, posso ver a preocupação nos seus olhos.
Imagine voar por horas olhando para seu pai assim.
— Ele estará sob vigilância vinte e quatro horas por dia. Ninguém sem identificação poderá entrar ou sair. Nada e ninguém vai chegar até ele aqui, você não precisa se preocupar, Melodie.
Se algo acontecesse, o meu pai ficaria muito desapontada. E eu realmente preferiria que ele atirasse em mim do que ele se dececionasse comigo.
— Você sabe quem fez isso?
Eu não tinha obtido muitas informações e a nossa atenção estava bastante focado na preparação da ajuda médica.
— Os Stidda. Ela me responde com um silvo mordaz. — Eles tentaram me sequestrar e acho que eles pensam que mataram o meu pai. Estávamos em paz, então deve haver algo mais por trás de tudo isso. Guido conseguiu nos tirar, mas Maximo era o único na casa que podia ajudar o meu pai e, bem, a sua habilidade não era exatamente o que ele precisava naquele momento, mas era o que tinha.
É um milagre que o seu pai estivesse vivo, pois o homem é um médico cavalo. — Nós vamos cuidar dele, eu prometo. Eu coloco minha mão no seu ombro e ela se afasta.
A minha afeição é inútil para ela, e Melodie olha para mim. O momento constrangedor termina quando o seu pai é retirado do avião numa maca. Os paramédicos passaram por nós e o colocaram na ambulância.
— Você pode vir comigo. Eu digo a ela. — Deixe eles fazerem o trabalho deles. Eu a interrompo quando ela tenta correr atrás deles.
Abro a porta do carona do meu mercedes para ele entrar, nos preparamos e esperamos a ambulância se afastar, então seguimos logo atrás deles. A segurança nos segue e em comboio seguimos pela cidade até o pequeno hospital particular que cuida da saúde da nossa família e dos ocasionais buracos de bala que não queremos que a polícia saiba. Celebridades e mafiosos, são os únicos tipos de pacientes aqui.
Além disso, o meu irmão mais novo, Samuel, é médico residente aqui. Toda família precisa de um médico nela.
Melodie permanece em silêncio, os seus olhos na ambulância à nossa frente, nem mesmo piscando com aqueles grandes olhos castanhos deslumbrantes. As suas mãos estão fechadas em pequenos punhos no colo, e percebo que ela está mordendo o canto do lábio inferior. Ela está nervosa, até assustada. A linguagem corporal é mais forte que as palavras, se você olhar para uma pessoa, ela vai te contar tudo sem dizer uma frase.
Entramos no estacionamento subterrâneo. Eles já estão esperando por nós na entrada de emergência do centro médico. Assim que paro o carro, Melodie salta e vai para o lado do pai. Ela põe a mãozinha sobre a dele e os segue para dentro.
Apenas cerca de dez passos de distância, eu ligo para o meu pai.
— Chegamos. Digo a ele quando ele atende. — O velho não está nada bem.
Eu poderia dizer isso pelos rostos dos médicos que nos receberam na porta. Um olhar severo de Samuel é tudo que eu precisava para saber o quão r**m estava. — Samuel entrou com eles.
— Vito, esse homem não pode morrer sob os nossos cuidados. Você não tem ideia do que isso significaria.
A sua voz está rouca de sono, sei que o acordei. — Como está Melodie? Ela está ferida? Ele pergunta como uma reflexão tardia.
— Ela está assustada, mas ilesa. Respondo. — Ela disse forma os Stidda, pensei que havia paz. Deve haver algo mais, eles não atacariam os Calderones sem um bom motivo.
— Conversamos mais tarde, certifique-se de que ele está seguro. Uma vez que esteja, traga ela para casa.
A minha ligação termina e portas de vaivém se fecham na frente de Melodie e de mim. Eles levam o pai dela direto para a sala de cirurgia, então esperamos. Ela se afasta de mim para enxugar as lágrimas, porque não quer que eu a veja chorar.
— Vamos. Vou pegar um café para você. Eu digo a ela, pegando a sua mão na minha.
E desta vez ele não se afasta.
Quando Luigi deixou a sala de cirurgia e, é transferido para uma sala onde Melodie pudesse vê-lo, o sol já havia nascido.
Ela só dormiu um pouco sentada na cadeira da sala de espera, mas nós dois estamos exaustos. Luigi ainda está inconsciente e eles não têm esperança de que ele acorde logo, ele perdeu muito sangue e vários órgãos foram danificados. Os próximos dias serão críticos e a sua recuperação será longa.
— Não há nada que possamos fazer aqui agora, Melodie. Digo a ela em voz baixa. — Deixe-me levá-la para casa para que você coma e descanse, podemos voltar esta tarde. Eles vão nos ligar se houver alguma mudança, o meu irmão Sam é médico aqui.
Ela se afasta da cabeceira da cama e olha para mim.
— Tem razão, também estou muito cansada.
A maneira como ela beija a bochecha do pai é como se ela nunca fosse vê-lo novamente, e isso toca o meu coração. Por cuja alegada falta sou conhecido. Família, afinal, é tudo o que temos. Se ele fosse meu pai, eu também não iria querer deixá-lo.
Marco e o meu pai nos recebem em casa, ansiosos por notícias. No momento, elas não são boas e isso é tudo que tenho para eles.
— Ciao, Melodie. O meu pai a beija no rosto, e a abraça. — Você não é mais a Bambina de que me lembro desde a sua última visita à minha casa. Ele olha para o rosto dela. — Estou impressionado, os meus três filhos ficaram grandes e feios, por outro lado, você ficou alta e bonita.
Ela ri da sua tentativa de aliviar o clima. — Entre, vamos comer.
É assim que as famílias italianas resolvem as suas crises: com comida, discussões e brigas. Mas, primeiro é a comida, sempre.
Todos nos sentamos à mesa de jantar de teca maciça, que, mesmo com convidados, não ocupa nem um quarto dos assentos.
— Obrigada. Melodie responde, enquanto a nossa governanta trazem a comida para a mesa.
Vejo o meu irmão olhar para ela de um jeito que me deixou nervoso. As mulheres são brinquedos para ele e ela é uma mulher com quem ele não pode brincar. Nenhum de nós pode, está fora dos limites. Ela se casará em algum momento para fortalecer o seu clã. E Marco não tem alcance para fornecer essa força, então está fora dos limites para ele. Todos nós já ouvimos uma palestra antes dela chegar aqui.
— Vito? Como ele esta? Estou muito ocupada olhando para Melodie para responder pela primeira vez.
— Samuel diz que está estável. Eu respondo. — Mas o estado dele ainda é crítico. Levará dias até que eles saibam a gravidade dos danos a longo prazo.
Melodie olha para mim com os seus olhos tristes.
— Há algo suspeito. Diz o meu pai, olhando entre Marco e eu. — Os Stiddas não quebrariam uma trégua como esta. Deve ser outro clã, alguém que tem algo a ganhar com a morte de Luigi. Ou por que eles tentariam levar Melodie? É apenas uma garota.
— Pode ser luta de clãs ou luta interna, ou talvez eles tenham contratado o Stidda, ele tem razão.
— Duzentas milhões de razões. Melodie entra na conversa e o meu pai olha para ela, porque as mulheres não podem participar de conversas como essa.
E ela não foi convidada a fazê-lo.