Depois do almoço com Amanda, dirigi sem pressa pela cidade. O sol da tarde esquentava o asfalto, e o ronco do motor do Audi preenchia o silêncio ao meu redor. Eu tentava não pensar em Leila, tentava afastar da minha mente a expressão que ela fez na noite passada quando admitiu que sempre teve medo, quando perguntou se eu tinha cansado. Mas era impossível. O problema de amar alguém por tanto tempo é que, mesmo quando a gente quer se desligar, o amor continua ali, persistente, teimoso, cravado na pele como uma cicatriz que nunca some. Quando percebi, já estava indo para a Aurora. Entrei no prédio e caminhei pelo corredor em direção à minha sala. Meus passos ecoavam no piso frio, e a cada passada, eu sentia o peso daquele lugar, das lembranças, das decisões que fiz ali dentro. Ao virar o

