THOMAZ PARKER
Como é a vida, um dia você está em um paraíso Tropical com duas mulheres lindíssimas dançando a dança do ventre só para você, tomando drinks exóticos e tudo que se tem direito, e no outro dia, você está no seu inferno pessoal, em uma empresa trancafiado cheio de trabalhos e pessoas estranhas.
Sinceramente, eu sabia que esse dia iria chegar, só não pensei que seria tão rápido, e para falar a verdade eu nem odeio o trabalho, porque no final das contas ele vai me render dinheiro. Mas, casamento? O que de proveitoso eu poderia tirar de um casamento? Meu pai deve estar ficando louco se pensa que vou abrir mão da minha liberdade. Eu amo ser solteiro, entenderam? amo me sentir livre, para que vou querer uma mulher me enchendo o saco, se posso ter quantas eu quiser e não precisar dar satisfações no dia seguinte?
Por isso, eu não sei como, mas vou dar um jeito de tirar essa ideiade casamento e netos da cabeça do Senhor James, eu não sei o porquê de ele estar tão empenhado em querer que eu tenha minha família, quando ele não é nenhuma referência nisso, meu pai é o pior canalha de todos os tempos, largou minha mãe, que é a única mulher que o amava de verdade para fugir com uma dançarina de boate. Uma mulher qualquer, minha mãe se dedicou a vida inteira por um homem que a trocou por uma mulher que se encontraria em qualquer esquina, e ela até adoeceu por isso, entrou em uma depressão profunda. Eu tive quer ser muito forte por ela, e se hoje eu ainda o suporto é porquê minha mãe insistiu para não perder a afeição por ele, mas é difícil quando você presenciou o quanto a fez sofrer. E tudo em nome desse amor? Que droga de amor é esse? que foi capaz de destruir uma família? O que essa mulher tinha que as outras não tivesse, ou melhor, que minha mãe não lhe proporcionaria? Uma mulher fina e elegante como ela, mas não!senhor James preferiu uma pobretona que não tinha aonde cair morta.
Depois do meu pai me apresentar todos os funcionários, inclusive a louca da desenvolvedora de aplicativos, Isabella o nome? Ela não é meu tipo, quero dizer aqueles ternos formais e óculos de grau, seu jeito desengonçado, embora tem algo ousado nela, como quando me amarrou no elevador, confesso que aquilo foi excitante, sempre me interessei por mulheres sensuais e quentes, mas de alguma forma mesmo ela não sendo meu tipo ideal, confesso que me sinto atraído por ela, mas não no sentindo físico, quero dizer, a alguma coisa estranha nela que me faz deseja-la, será seu perfume picante? Ou o fato dela ser uma graça, e parecer me detestar.
Não, eu não vou desvirtuar minha funcionária, eu nunca tirei a virgindade de ninguém, e certeza que essa garota é virgem, e se não for, ela não está acostumada com quem eu sou e poderá se apaixonar por mim. Eu sou canalha sim, mas tenho limites, as mulheres com quem eu saio, sabem muito bem o que vão ter de mim e uma aliança no dedo está fora de cogitação.
___Eu só queria saber que tipo de jogo está tramando, ao me colocar em uma disputa com o Adam papai? - comentei me apoiando na mesa casualmente.
___Isso é um teste, você sempre teve tudo de mão beijada, e as coisas só tem valor quando se tem esforço para alcança-las.
___Pelo visto você não se esforçou nada para conquistar minha madrasta. - Sorri de lado e senti um tapa ser desferido no meu rosto, o olhei com olhos cheios de perplexidade.
___Eu já falei para respeita-la Thomaz! - me olhou magoado, meu sangue ferveu, como ele podia ser tão sínico?
___ E você por acaso respeitou a mamãe! Quando colocou sua amante para dentro da nossa casa?! Que merda de homem você é? Eu era apenas uma criança! - Avancei por cima da mesa e o segurei pela gravata levantando o punho, minhas veias saltaram, e minhas mãos tremiam com tanta fúria que carregava dentro de mim. Ele permanecia neutro, sem demonstrar qualquer sentimento, e isso só aumentava minha raiva.
___Você tem todo o direito de me odiar, mas sua mãe não. Ela continuou na casa porque quis, eu nunca a trai Thomaz, eu sempre fui sincero, sua mãe que não quis aceitar que não a amava mais. - Dou uma risada histérica o soltando.
__ Claro! Porque para ela era simples aceitar que da noite para o dia, o homem que casou e teve um filho deixou de ama-la, porque se apaixonou por outra, e agora você quer que eu me case sem amor, para cumprir seus caprichos? Você quer ser avó, mas você nunca soube o que é ser um pai, ficava trancafiado nessa empresa ou viajando com sua amante. Eu não vou ter um filho para amaciar sua culpa, não conte comigo.
___Eu não quero que case sem amor, eu jamais te pedi isso, eu quero que se de a oportunidade de amar, é diferente, não é porque eu e sua mãe não demos certo, que vai acontecer o mesmo com você. Toda história tem dois lados, e talvez na versão do lobo mau, ele não seja tão r**m como você pensa. - Cruzei os braços levantando a sobrancelha.
__Vamos. Me conte sua versão da história?
___Eu não posso Thomaz, eu prometi a sua mãe. Que um dia ela mesmo te conte se tiver coragem.
___Sabe o que vocês não podem? Continuar me tratando como um i****a! Tudo bem, já que não querem me contar a verdade, que se dane! eu vou continuar te odiando da mesma forma. - O encarei com firmeza.
Era sempre assim, quando começávamos uma conversa sobre o passado, meu pai jogava para minha mãe, e quando eu ia questiona-la, ela passava m*l, e começava a chorar compulsivamente, cheguei à conclusão que eu nunca vou saber o que de fato aconteceu com eles dois, mas de uma coisa eu tinha certeza, meu pai era o errado da história, trazer a amante para morar junto com a esposa não tem cabimento algum.
Comecei a organizar minha sala de acordo com meu gosto pessoal, obviamente que Adam não iria pegar leve, ele sonha em ser o CEO dessa empresa, e eu nem sei para quem ele puxou porque meu tio não tem interesse algum nesse ramo, meu tio ama a natureza e a tranquilidade, enquanto meu tio cuidava dos gados do meu avô, meu pai estudava incansavelmente para se tornar o que é hoje.
Para variar, eu ainda tinha que descobrir de quem era a peruca daquela mascarada misteriosa, e eu sei o que estão pensando, eu julguei meu pai por trocar minha mãe por uma dançarina de boate e estou obcecado por uma, mas não é bem assim, não vamos generalizar, existem pontos que devemos levar em conta, o primeiro; eu só quero passar a noite com ela, nada de mais, eu sei muito bem o que é mulher de uma noite, e embora ela tenha parecido ofendida com minha proposta sei que isso é apenas charme, porque na verdade ela deseja que eu retorne lá. Segundo, eu estou solteiro, não tenho obrigação alguma de ser fiel, e terceiro e não menos importante, fazia tempo que uma mulher não me deixava empolgado com um simples beijo, se é que me entende. Nunca marcar um encontro por aplicativo me saiu tão bem, e a mulher em questão nem era a do meu encontro. E apesar de eu ter aparecido nas capas de revistas, sei que agora não é bom ter um escândalo por causa da empresa, e ter algo sobre ela apenas de garantia séra primordial nesse momento. Sabe para o acaso das situação fugir do Controle, nunca se sabe o que se pode esperar desse Tipo de mulher.
Me levantei da mesa, e resolvi ir atrás da loirinha á procura de novas informações, passei pela sala principal e todos que estavam conversando animadamente, de repente ficaram sérios, e arrumaram suas posturas, era até engraçado o temor que eu causava neles.
Obviamente que hoje eu iria pegar leve, já que é o primeiro dia, mas amanhã, eu realmente quero começar a trabalhar firme nessa empresa, como meu pai disse, eu sou obstinado quando quero algo, e agora ganhar do Adam para mim é questão de honra.
___Não se preocupem comigo, hoje eu não estou aqui para mandar em nada, mas a partir de amanhã, será diferente. - Varri a sala com o olhar procurando a maluca.
___Cadê a Isabella? - questionei com as mãos no bolso.
___Ela foi ao banheiro, quer que eu a chame? - um rapaz se pronunciou.
__Não, tudo bem, preciso falar algo com a Carol, ela está na sala dela certo?
__Sim – dizem em uníssono.
Atravesso a sala em passos firmes, indo para o corredor e entro na sala da Carol, dou duas batidas na porta, como ninguém responde, giro a maçaneta abrindo de uma única vez. A imagem que eu me deparo é um tanto quanto intrigante, me encosto no batente da porta com o indicador nos lábios. Isabella está revirando todos os armários presentes na sala parecendo aflita, inclino a cabeça curioso e decido ir até ela, a qual não consegue notar minha presença, vejo que ela visualiza a minha sacola de papelão em cima do armário e estica a mão para pegar, seus dedos raspam na sacola, mas não consegue pegar por causa da sua altura, dou um sorriso de lado, me aproximo cautelosamente atrás dela enquanto tenta pular a todo custo para se apoderar do objeto, seus dedos enroscam na alcinha da sacola a qual vira, derrubando a peruca.
___AaaaH! Consegui! venha cá belezinha - ela dá um grito comemorando, e antes dela puxar, encosto meu corpo no seu a encurralando e agarro a peruca a deixando suspensa no ar, ela se afastar confusa, mas seu corpo se choca com o meu.
___Posso saber, porque faz tanta questão de ter isso? - falei com a voz próximo ao seu ouvido, e ela girou o pescoço me encarando com o queixo quase no chão.