CAPÍTULO 18

1202 Palavras
Matteo me convidou para passar a noite na sua casa de novo (sem segundas intenções por trás disso. Obviamente), mas pra falar a verdade, eu acho que não estou no clima hoje, apesar de ter certeza absoluta de que ele não iria me pressionar ou sequer tocar em qualquer assunto relacionado à s**o. Eu bato na porta de Dean, querendo passar um tempo com meu irmão e... Sei lá, conversar sobre a vida. Confesso que não estou bem por ainda não termos encontrando o maldito chantagista, que parece ter uma obsessão por mim. Já até considerei realmente t*****r com esse desgraçado só pra acabar logo com isso, mas tenho certeza que não adiantaria. Quem garante que ele apagaria o vídeo depois disso? E outra, eu não posso simplesmente fazer isso e continuar como se nada tivesse acontecido. É tão... Sujo. — Oi. — Dean abre a porta, vestindo uma camisa velha e uma calça de pijama vermelha e xadrez (acho que todo mundo nesse país tem uma idêntica). — Oi. Cê tá... Sozinho? — Olho por cima do seu ombro, quase esperando ver o seu cara seminu no sofá ou algo assim. — Tô. Entra logo. — Ele revira os olhos cinza claros, abrindo um pequeno sorriso enquanto me puxa para dentro. — Sério. Se você tiver com seu namorado, eu posso voltar outra hora. — Murmuro baixinho, encolhendo levemente os ombros, embora esteja tentando não deixar tão na cara o meu desânimo. — Ele me deixou aqui agora pouco, Dean. — Ele revira os olhos e me puxa pela mão em direção ao sofá. O seu toque é quente e reconfortante. Quase igual o de Matteo, embora o sentimento que ambos provocam em mim sejam completamente diferentes. Dean é meu irmão, meu amigo, e Matteo é... Não explicar direito o que ele é, mas é alguma coisa. — Quer comer alguma coisa? — Acho que não tô com tanta assim. — Respondo, esfregando as minhas mãos uma na outra, porque o apartamento dele é absurdamente frio. Eu não estou com fome porque Matteo e eu passamos na lanchonete da faculdade depois que saímos de lá, mas a minha súbita recusa faz Dean levantar uma das sobrancelhas. — Você tá estranho. Aconteceu alguma coisa, irmão? — Nada com que você deva se preocupar. — Abro um sorriso amarelo e bagunço o seu cabelo branco, não querendo continuar nesse assunto. Não posso jogar o peso disso nos ombros do meu irmão, então é melhor ficar calado. — Que tal uma noite dos irmãos, então? — Ele pula em cima de mim e me abraça com força, arrancando uma risada engraçada de mim. Só esse i****a pra me deixar tão feliz assim depois de tudo. [•••] Meia hora depois, nós dois estamos enfiados debaixo do cobertor quentinho, esparramados na sua cama e curtindo a maciez dela. Dean tentou me convencer a assistir teem Wolf no seu notebook, mas depois do primeiro episódio, eu o fiz desligar (porque não sou tão fã quando ele, e prefiro ficar apenas conversando e curtindo a noite calma mesmo). — Conte-me como andam as coisas com o seu Cara. — Sussurro, puxando meu irmão para mais perto, até que ele esteja com o rosto pressionado no meu peito e um dos meus braços esteja por debaixo da sua cabeça. Ambos estamos obviamente vestidos, seguindo a regra silenciosa entre os irmãos Thompson de não ficar pelados juntos, principalmente na mesma cama (não que haja algum movimento s****l aqui. Isso seria absurdamente estranho). — Ele é... Perfeito. — Dean solta um suspiro apaixonado e cora levemente, enquanto provavelmente estar lembrando do seu gostosão lá. — Ele te trata bem? — Claro que sim! Ele é atencioso, carinhoso... Eu amo tudo nele. — Meu irmão continua, praticamente se derretendo ao meu lado de tanta melosidade. Mas isso me faz abrir um sorriso involuntário. Vê-lo assim é satisfatório pra caramba. — Que bom, Dean. Tô feliz por você. Cê merece alguém assim. — Queria que vocês dois interagissem também, Sean. Vocês são as pessoas que eu mais adoro nesse mundo, e até agora não trocaram mais do que algumas palavras. Tenho certeza absoluta que vocês serão amigos! — Ele exclama, e pra falar a verdade, o cara é realmente bastante simpático e atencioso, mas eu estou tão ocupado e distante esses tempos que não dei margem pra conversa em momento algum. — Prometo que vou conversar com o seu namoradinho quando tiver a oportunidade. — Afirmo, fazendo um cafuné no seu cabelo branco e quase igual ao meu, exceto pelo fato de que é maior. — As férias começam em menos de um mês. Eu quero levá-lo pra conhecer a mamãe. Você deveria vir conosco também. — Dean continua, me fazendo quase pular da cama quando realmente constato que as férias estão próximas pra c*****o. COMO EU SÓ PERCEBI ISSO AGORA?! — Talvez eu vá com vocês. Se tiver resolvido uns assuntos aqui na Yale, quem sabe. — Dou de ombros, pensativo. Se Matteo e eu tivermos resolvido a questão do chantagista, acho que não seria tão r**m passar dois meses na minha antiga casa, para aliviar a cabeça. Além disso, daria tudo pra ver a minha mãe saltitando de alegria ao conhecer o genro, principalmente vindo do irmão que nunca tinha namorado antes (tenho quase certeza de que ela vai mostrar todas as fotos possíveis de Dean quando criança para Hunter, e contar história que farão meu irmão querer sumir da face da terra). — Aliás. Você tem uma carteirinha da biblioteca né? Pode me emprestar? Nunca fiz cadastro lá. — pergunto, fazendo-o erguer o rosto para me encarar. — Você? Entrando numa biblioteca por livre e espontânea vontade? Que bicho te mordeu, irmão? — Hahaha. Engraçadinho. — Belisco o seu pescoço, fazendo-o soltar um gritinho nada masculino. — Claro que te empresto. Mas por que cê precisa? — preciso de um livro pra ajudar um amigo. E tô com muita preguiça de procurar um PDF, porque é bem mais fácil fazer anotações copiando de um livro físico. — explico, então Dean me encara por longos segundos, abrindo um sorriso diabólico. — Um amigo, ein? Que tipo de amigo faz o meu irmãozinho entrar no cenário dos piores pesadelos dele só pra ajuda-lo? — O sorriso do desgraçado cresce ainda mais, me fazendo ter que resistir ao máximo para não puxar o seu cabelo e arrancar logo um tufo. — S-só um amigo, okay? — Explico rapidamente, sentindo as minhas bochechas arderem. MAS QUE p***a TÁ ACONTECENDO COMIGO?! — Amigos com atributos à mais? Tipo... s**o? — Dean continua provocando, e isso é o suficiente para me fazer soltar um rosnado e rolar até a extremidade oposta da cama, me enrolando no cobertor para não conseguir fazer contato visual com ele. — Ele é só um amigo. — Digo por fim, mas gargalhada de Dean indica que o desgraçado não acredita em mim. — Continue dizendo isso para se mesmo, irmão. Quem diria, ein? Sean, o pegador, corando enquanto fala do seu "amiguinho" misterioso. — Eu te odeio. E só vou dormir aqui porque tô com preguiça de ir embora. — Rosno, sentindo o meu rosto pegando fogo.
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