Lívia Narrando Quando meu pai entrou na sala, acompanhado do André, meu coração já deu um estalo: não vi o Gabriel e isso só podia significar problema. Eu tava sentada no sofá, meio ansiosa, o olhar grudado na porta, esperando os dois voltarem com o Gabriel atrás. Mas não. Só vejo o rosto do André, com a boca sangrando, e meu pai com cara de quem acabou de apartar uma briga. Soltei o ar, levantando rápido: — Cadê o Gabriel? — perguntei, sentindo meu peito apertar. — E o que aconteceu com a sua cara, André? André, todo engomado e metido a cavaleiro, fez um muxoxo, limpando o sangue que escorria do canto da boca. Meu pai deu um suspiro: — Ele foi embora, filha. — Embora? — repeti, subindo o tom. — Como assim? Por que ele foi embora sem nem falar comigo? Meu pai ergueu as sobrancelhas,

