Leticia Narrando Peguei o primeiro moto taxi que passou na minha frente aqui na rua e ele me levou ate ali proximo. A rua do Vidigal ali, cheia de gente, música num barzinho ao fundo. Eu nem me importei com os olhares, já sabia pra onde ia: o boteco encardido onde o Guga e o Arcanjo costumam ficar quando não tão na base. Subi a ladeira estreita, desviando de uns moleques com rádio na mão e uns moradores sentados na calçada. Segui o cheiro de fritura e cerveja derramada, atravessando a porta do bar, que consistia em quatro mesas plásticas e um balcão improvisado. E lá estavam eles: Guga de boné virado, bebendo uma cerveja, rindo com dois caras, e o Arcanjo afundado na cadeira, com aquela cara de funeral, fumando um baseado. — Aê, amor! Calma aí, cê subiu apé? — Guga levantou a mão, meio

