Cap.195
Nate havia avisado a Cassius que o menino estava com medo da cirurgia e que estava pedindo para vê-lo, mesmo que estivesse inseguro, não era de costume ele pedir para ver Cassius já que tinha medo dele.
Nate tinha levado ele para uma de suas clínicas particulares onde trabalhava formalmente, o menino agora estava em um quarto hospitalar sozinho, ele estava diferente da ultima vez que Cassius o viu, apesar de muito magro, já não parecia mais apático, sua pele estava com um bom aspecto, seu cabelo e corpos bem limpo e cuidados.
— Ei, garoto! — Chama com a sua voz habitual, porém parecia tão assustador que o menino encarou a porta com os olhos arregalados. — Tem medo de mim? Isso é bom, parece que agora você tem vontade de viver, por que me quer aqui?
— Eu… — Suas mãos tremem enquanto mantêm o olhar baixo até Cassius segurar as mechas do topo de sua cabeça erguendo sua face ao puxar os fios fazendo o menino protestar de dor.
— Não fique agindo que nem uma garotinha… não, as garotinhas me enfrentam, me encare como um homem, me olhe nos olhos e diga que merda eu vim fazer aqui! — Rosna indiferente.
— Eu estou com medo! — Confessa quando Cassius solta seu cabelo.
— Normalmente, as chances de você ir parar em uma cadeira de rodas é grande, mas a vantagem é que você ainda vai ser bem útil.
— Então se está com medo de ficar para sempre em uma cadeira de rodas…
— Se eu ficar… então eu vou merecer esse destino, não é? — Pergunta então Cassius o encara por alguns segundos.
— Exatamente isso.
— Mas se eu ficar bom?
— Eu conto com isso, assim eu mesmo vou te punir da minha forma, eu não me importo que você só é um garotinho.
— Porque não me deixou morrer! Deveria ter me matado. — Começa a lamentar.
— Bom… — Sorri Cassius de forma leviana. — Você vai crescer da forma que eu quero e não da forma que você cresceria lá fora, e eu nunca vou matar crianças, eu espero elas ficarem de maior então eu aperto o gatilho bem no meio do crânio, a depender de como você vai crescer, você pode não continuar vivo. — Conta com naturalidade.
— Você age como se fosse um deus da morte.
— Eu sou! — Murmura com a voz rouca. — Gostei desse nome, é bem melhor que herói. — Ei eu já te disse seu novo nome?
— Novo nome? — Pergunta curioso.
— Sim, você tem novos dados, aquele mane aleijado está morto, achei um nome bem gay para você, filipe, gosta?
— Isso não é um nome gay.
— É um nome gay, para mim, enfim… relaxa, estarei aqui até você passar pelo procedimento e quando acordar estarei aqui quando você abrir os olhos, e meu gatilho estará apontado para seu crânio se esse negócio der errado.
— Faça isso, por favor então. — Diz indiferente se deitando na cama voltando a relaxar.
— Que merda em… — Murmura Cassius cético. — O que você diz sobre o caso dele? — Pergunta ele a Nate ao sair da sala.
— As chances dele sair andando… seria um milagre. — Comenta apreensivo.
— Então é isso? Você já tem o resultado definido antes dele passar pela cirurgia?
— Não, posso dizer que… tenhamos cinco por cento de cem.
— Então faça esses cinco por cento virar cem, eu quero ele bem, mesmo que saia com algumas sequelas.
— Cassius, é impossível ele conseguir andar sem ter nenhuma consequência e se conseguir, ele vai sempre sentir dor, a bactéria que estava alojada em seu joelho, que está, não foi combatida com quase nada, todos os medicamentos que seu irmão dava a ele sem levar para um tratamento adequado acabou ajudando a transmutar a bactéria que ficou resistente a maioria dos antibióticos.
— Tudo bem, dê seu melhor, não vou exigir um milagre, mas sei que ele vai conseguir alguma coisa boa disso tudo. — Finaliza Cassius.
— Você está bem apegado a ele, você nem conhece o menino. — Comentou Nate com curiosidade.
— Só achei ele útil, o garoto é bem inteligente, você sabe que… akin e akan nunca foram da máfia, apenas meus parceiros de trabalho, e esse menino tem conhecimentos acima da média quero saber o que posso aproveitar disso, ele será obrigado a ser fiel a mim é por isso que quero ele.
— Cassius e suas maquiagens, pelo pouco que te conhecemos, você esconde tudo que quer por traz de negócios e manipulação, foi assim com Ramis por anos, quando treinava ele para te suceder, quando na verdade fazia isso como pai dele.
— Vai cuidar da sua vida, além disso parece que você faz o mesmo, não é?
— Do que está falando?
— Do meu filho Calisto, ele anda demais na sua casa e agora até mesmo pensa em seguir seus passos sendo médico.
— Ah… isso? Não é bem assim, eles sempre vão lá em casa atrás de meus filhos, além disso isso foi escolha dele e de Nayara, você deveria estar feliz.
— Não disse que estou triste, seria mesquinho demais querer que ele siga meus passos, ele tem direito em escolher seu caminho, mas ele ainda é meu filho, ele parece admirar mais você do que a mim.
— Isso porque você ainda não se aproximou de Nathaniel, ele admira você e nem tem motivos para isso, mas a sua filha Anabel simplesmente fez lavagem cerebral na cabeça dele, assim como Nayara fez lavagem na cabeça do seu.
— Ah… entendo, ainda assim… que seja. -diz impaciente.
— Eu vou cuidar do paciente agora, então espere aí e fique até que tudo acabe, vamos transferir ele para a sala de cirurgia.
Cassius permanece na clínica e por longas horas o menino filipe é submetido a um tratamento para tentar recuperar seus ligamentos e retirada de toda a parte comprometida.
Como prometido Cassius estava lá quando ele saiu da sala de cirurgia, Filipe foi levado novamente para seu quarto, mas Nate ainda não sabia dizer se os resultados seriam positivos.
Cassius se sentou em uma poltrona de frente a maca do menino que ainda estava dormindo sob efeito de sedativos, mandou uma mensagem a Laysa avisando onde estava logo após se pôs a esperar que o menino acordasse para então partir para casa, porém acabou adormecendo, mas no período de duas horas filipe finalmente abriu os olhos, sentindo um pouco de dor nos joelhos, ainda assim feliz por Cassius ter cumprido sua palavra, por mais que se sentisse sozinho e sem ninguém no mundo Cassius lhe trazia uma sensação de que ainda havia alguém para alguém que ainda estava no início de uma caminhada pela vida.
Lilith por sua vez ficou na casa de Brady, ela e Liz se reuniram na sala, colocaram o colchão no chão e ficaram as duas assistindo filmes enquanto Brady estava deitado no sofá acompanhando elas.
— Vocês ainda não casaram, não é estranho estarem morando juntos? — Pergunta Lilith atraindo a atenção de Liz e Brady.
— Não, afinal moramos juntos desde que nos conhecemos, mas ele diz tanto que te ama e ainda não se casaram… — Comenta indiferente enquanto Liz encara Brady insegura.
— Ramis também te ama, mas em vez de casar com você como deveria ser o correto ele simplesmente te profanou.
— Eu profanei Ramis, ninguém me profana.
— Lilith… além disso eu e Liz breve vamos nos casar, você deveria focar no seu relacionamento com Ramis.
— Claro que eu faço, amanhã eu vou arrancar todas as entranhas dele.
— Não pode, deveria tentar ser menos agressiva.
— Estou tentando, por isso venho buscar sua ajuda, amanhã a carreira de modelo daquelas meninas chega ao fim.
— E não duvide disso, elas vomitarão, a pele vai ficar manchada além dos caroços que podem aparecer. — Comenta Brady ansioso.
— Vocês são tão cruéis… — Murmura Liz.
— Sim, não é incrível? — Pergunta Lilith achando isso um elogio.
Brady segura o riso enquanto Liz encara os dois em meio a incredulidade, não demorou muito para o sono vir e Lilith cair no sono, assim que ela caiu em sono profundo Liz a deixou dormir confortável em meios aos travesseiros e foi dormir ao lado de Brady, ela fazia questão de se manter perto de Lilith.