Capítulo 236
Ramis e os meninos seguem de moto, floresta adentro até a pista de pouso no centro de um campo.
— Merda! — rosna ramis irritado ao descer da moto. — Como ele se atreve a ir embora deixar a gente para trás? — Pergunta indignado
— Vocês estão achando r**m? Pergunta Brady indignado. — E eu que sou filho de um deles? E eu? Meu pai me largou para trás!
— Senta no banco com o restante e chora, eu vou dá baixa na casa de Cassius e pegar minha esposa! — Rosna enfurecido enquanto os meninos ficam sem reação.
— Serio que ele e Cassius ainda brigam por causa disso? Pensei que ele já tinha superado. — Comenta Ayrlon.
— Você é doido? O tio acabou de exilar Ramis e ele tá voltando para buscar Lilith, esses dois estão longe de acabar com essa briga. — Explica Brady.
— Às vezes eu só agradeço pelo meu surto de paixão por Lilith ter passado, falando nisso… ah… que bom que estamos voltando, preciso ver minha querida dama. — Suspira Ayrlon assim como os outros quatro meninos.
— Vocês não estão chateados com Cassius? — Pergunta Brady à Samir, e Sandres.
— Por quê? Isso é figurinha repetida, até um dia desses os dois pareciam pai e filho, não há nada de errado nessa briga desenfreada. — Comenta Samir o irmão do meio demonstrando indiferença.
Cassius levou todos até o Al-stone onde seguiram para casa de carro, enquanto ele seguia para casa em seu jato, com Lilith ainda dormindo, assim que chegou, a levou em seus braços até seu quarto onde a colocou.
Obviamente estranhou que ela estava dormindo demais, mas se recordou que ela dormiria muito por alguns dias por causa do resíduo do veneno com a mistura que Ayrlon aplicou e o antídoto misturado.
— Por que você a trouxe assim? — Pergunta Laysa enquanto o esperava a colocar no quarto, mas assim que ele sai a aperta ansioso em seus braços, suspirando aliviado.
— É tá bom está em casa… ainda bem que tudo acabou bem, não quero ficar nem mais um dia longe, quero saber tudo que está acontecendo.
— Bom… — Sorri sem jeito abaixando a cabeça. — Eu fiz alguns exames esses dias que você esteve fora, acredito que seja a hora de conversamos um pouco.
Eles seguem para o quarto, para Cassius a cada passo que dava e se aproximava do quarto deles, seu peito apertava como se quisesse parar, uma pontada forte lhe consumia em dor demonstrando seu medo interno.
Laysa indicou para que ele se sentasse na cama, seguiu até a gaveta pegando mais folhas levou até ele enquanto ele percebe a mesma um pouco apática.
A cada linha que ele lia, suas mãos tremiam e sua cabeça dava voltas e mais voltas ao mesmo tempo que ela mantinha se sentada ao seu lado com a mão sobre o ombro dele como um modo de lhe consolar.
— Isso… — Murmura Cassius levando as mãos a cabeça. — Seu corpo quase rejeitou o coração e você não me disse nada? — Pergunta com a voz falha.
— Bom… eu tive o início de uma infecção respiratória como você sabe, mas isso nem é o mais grave, já que mesmo após anos eu descobrir que o meu corpo pode rejeitar o coração, então… — Ela tenta falar, mas seus lábios tremem.
Cassius apenas a pega em seus braços caindo sobre a cama com o rosto escondido em seus s***s.
— Que inferno… — Lamenta inaudível.
— Está tudo bem… — Suspira ela com os dedos entre os fios de cabelo dele o acariciando.
— Não, Laysa, não está tudo bem… — Lamenta tentando se manter forte.
— É algo que já poderia ser esperado, você sabe, eu já tinha um caso delicado e…
— A culpa é minha por não encontrar algo um coração cem por cento compatível, eu deveria… eu vou continuar buscando. — Diz ansioso a apertando ainda mais com os braços em volta de sua cintura, Laysa sorri apreensiva, não pelo abraço, mas por sentir sua angústia.
— Eu… a última coisa que quero, é que as pessoas sofra por minha causa.
— Você tem pessoas que te amam, não existe uma pessoa nessa terra que possa morrer sem que alguém sofra a sua perda, ninguém… e você… tem pessoas que te amam demais e pessoas que não vão ver isso acontecer sem fazer nada.
— Cassius… não ha nada para fazer. — Resmunga deixando as lágrimas caírem deliberadamente. — Preciso me cuidar até onde eu conseguir e me manter ao lado de vocês o quanto conseguir, não era nada que eu já não esperasse.
Eles permanecem em meio a melancolia deitados na cama consolando mutualmente, até finalmente ele se levantar e tentar se animar arrastando Laysa até a cozinha a obrigando a se alimentar, até um grito estridente ecoar pela mansão.
— Eu sabia que isso iria acontecer, como pode trazer ela dormindo? Ela surtou por dormir em um lugar e acordar em outro.
— Mãe! Pai! — Chama calisto ao entrar na cozinha com Anabel.. — Espera… pai? Mas já voltou? — Pergunta surpreso indo o abraçar.
— Estamos, tive que trazer a fujona de volta.
— E ela está surtando la em cima! — Avisa Anabel assustada.
— Como? Você! — Rosna Lilith após voar escada abaixo e entrando na cozinha de forma agressiva. — Como se atreve a me sequestrar, qual o seu problema? Eu… eu pensei que estava em algum lugar perigoso! — Resmunga encarando Cassius que a ignora.
— Sim, esqueci de te falar, Laysa, a sua filha, essa ruiva depravada ela… você não tem ideia, mas parece que estava planejando a nossas costas, quer se casar com aquele vadio e parece que já estão com data marcada.
— Isso é sério? — Pergunta Laysa dando passos recuo se apoiando na pia.
— Mãe… eu já estava para contar. — Murmura Lilith encarando o pai.
— Ah… Cassius, mas não é nada novo, eles já deveriam estar casados, desde que eles… bom… ela não é mais virgem, então ele tem que honrá-la.
— Laysa… — Cassius a encara sem reação. — A sua filha só tem dezoito anos.
— Ah… agora eu sou filha só dela é? — Resmunga indignada.
— Tem uma expressão que aprendi com luna… qual é mesmo? Ah! Fale com minha mão! — Rosna ignorando Lilith.
— É sério isso? Seu infantil! Presunçoso, quadrado! — Rosna se retirando da cozinha.
Anabel, Laysa e calisto ficaram se palavras enquanto o silêncio voltava a pairar, apenas se sentaram na mesa e trataram aquilo como algo cotidiano e se puseram a tomar seus cafés da manha, assim também fez Cassius.
— Hum… até parece, ela não vai sair tao cedo. — Resmunga enquanto mastiga agressivamente as torradas.
Lilith por sua vez volta ao seu quarto, até ouvir o celular de seu pai tocando então sai do quarto e segue pelo corredor até o quarto de seus pais.
Sua atenção é desviada de seu celular quando ver os papéis sobre a cama, curiosa ela os pegou e começa a ler os exames.
— Mãe… — Sua expressão indecifrável, seus olhos petrificados ao ler cada página. — Mãe… — Ela leva uma das mãos até a garganta deslizando pela pele como se quisesse desembargar a voz enquanto as lagrimas caiam em constância, era a única coisa que conseguia fazer após uma descoberta tão delicada e dolorosa.
Sem forças ela deixa os papéis sobre a cama e segue pausadamente para fora do quarto, suas pernas tremem enquanto suas mãos estão juntas sobre o peito.
Capítulo 237
Lilith desceu a escada e seguiu novamente para a cozinha onde encontrou os quatro arrumando a louça e limpando a mesa.
— Querida… — Suspira Laysa indo até ela, apertando suas bochechas, — Está mais calma? Seu café da manha está na mesa, sabia que iria voltar para comer. — Comenta gentilmente até perceber as lágrimas e os lábios trêmulos. — O que aconteceu?
— Mãe! — Resmunga a abraçando com aflição.
— Cassius… — Murmura o encarando em acusação.
— Nada do que fiz era motivo para esse choro, você sabe, eu já fiz coisa pior. — Diz com segurança.
— Mãe… por quê? Por quê? — Lamenta em lágrimas.
— Filha… o que foi? — Pergunta preocupada enquanto Lilith m*l consegue expressar seu choro e lágrimas da forma que queria, enquanto choramingava externamente, por dentro gritava desesperada.
— Vocês… eu não quero que você se vá! Eu não quero! Mãe! — Grita aflita levando as mãos a cabeça.
Cassius tentava entender, mas em poucos segundos ele pode compreender.
— Lilith, se acalme! — Pede Cassius indo até ela tentando a segurar.
— Como? Como quer que eu me acalme? Minha mãe tá morrendo! Isso não é um segredo para se guardar! — Grita caindo em lágrimas cada vez mais desesperada enquanto Laysa recua sem reação.
— Ela foi ao nosso quarto… — Murmura ela.
— Se acalme, filha, por favor… — Pede Cassius aflita tentando a abraçar enquanto os gêmeos os observa sem entender.
— Pai, o que está acontecendo? — Pergunta Anabel.
— Eles… eles não nos contaram, a mãe está morrendo… — Conta com a voz trêmula e arrastada.
— Lilith… não diga isso, eu não vou morrer. — Laysa engole em seco indo em sua direção, suas mãos trêmulas tenta toca a face da filha que a encara com os olhos marejados. — Aquilo… são exames normais, você está fazendo tanto alarde e assustando seus irmãos… são exames rotineiros.
— Mentira! Ali diz… que o seu corpo está rejeitando coração, eu não sou burra, mãe! Eu não sou burra! Eu não sou! — Grita histérica.
— Lili… por favor, o que está acontecendo? — Pergunta calisto.
— Não, a irma de vocês está confusa! — Avisa Cassius temeroso com o olhar aflito sobre Lilith, mas ela balança a cabeça negativamente após entender o que seu pai pedia.
— Não é justo… somos uma família, se alguém está… se ela está m*l, devemos saber e se apoiar, a mãe está morrendo, não é algo para se esconder, pai… isso não, olha! — Pede aflita indo até ele, percebendo que ele estava se contendo enquanto sentia o peito arder. — Nos todos… nos somos uma família, podemos apoiar um aos outros, até o fim, não no fim. — Súplica em lágrimas.
— Você está certa. — Sorri sem jeito. — Família se apoia até o fim e não no fim.
— E não vai chegar ao fim dessa forma, certo? — Pergunta a ele então Laysa se aproxima de Cassius parando ao seu lado, enquanto seus filhos estão agora um ao lado do outro, Lilith finalmente se calou enquanto as lagrimas insistiam em cair.
— Ninguém quer que esse seja o fim… — Sussurra Cassius.
— E não vai ser! — Diz Lilith com força demonstrando determinação. — Ela precisa de um coração novo se esse está dando sinais de que pode ser rejeitado.
— Não! — Anuncia Laysa. — Não é tão simples assim, além do sangue da nossa família ser extremamente raro, além disso… já que sabem, saibam que eu vou passar por um procedimento cirúrgico.
— Eu sei, arriscado também, pode ser que saia viva ou não, daqui a uma semana e meia, eles estão te avaliando para saber se está em condição, por quê? — Pergunta irritada. — Por que deixou chegar a esse ponto enquanto pensávamos que estava tudo bem? — Enquanto ele insisti em perguntar seus irmãos m*l conseguem dizer qualquer palavra enquanto são tomados pelo choro e medo.
— Venham aqui. — Pede Cassius com o olhar cabisbaixo. — Não vão ajudar se ficarem chorando, pensando bem agora que vocês sabem, ajudem sua mãe no que ela precisar, assim como eu vou fazer o possível e o impossível para a manter viva.
— Cassius… — Lamenta Laysa o abraçando em conjunto com seus filhos. — Mesmo que tudo não vá de acordo com que queremos, eu sei que vivi uma vida incrível e tive tudo que poderia amar, então… se for o momento.
— Não! — Grita Lilith desesperada.
— Cassius! — Grita Ramis ao se aproximar da porta da cozinha, mas Lilith passa por ele sem nem mesmo lhe direcionar o olhar e segue escada acima.
— O que há de errado? Você brigou com ela? — Pergunta Ramis em seguida percebendo a tensão que estava ali. — Aconteceu alguma coisa grave?
— Coisas de família, você não precisa saber, mas recomendo deixar Lilith sozinha agora. — Avisa tentando disfarçar, mas Ramis percebeu seu desconforto.
— O jato que ela comprou está em sua pista de pouso, eu vou para casa agora.
— Por favor! — Suspira Cassius aliviado.
— Mas… se quiser conversar, você sabe, seus problemas, são meus problemas.
— E seus problemas são meus problemas. — Completa Cassius, em seguida Ramis se retira da cozinha indo embora.
— Realmente… você tem razão, não dá para levar a sério quando eles brigam. — Comenta Ayrlon baixinho.
— Literalmente, é igual a mim e meu pai. — Comenta Brady pensativo enquanto Cassius sobe a escada levando Laysa ao seu lado.
Os meninos seguiram para suas casas, naquele momento estava obvio que eram um momento delicado para todos, Lilith se trancou em seu quarto, por horas se manteve petrificada sentada em frente ao computador sem nada pesquisar, apenas batendo o dedo sobre a mesa se mantendo inquieta com mil pensamentos, tentando encontrar entre eles alguma solução.
— Daqui a uma semana e meia ela opera, até la… se tudo dê errado, ela precisa de um coração novo. — Sussurra inquieta. — Ela precisa de um coração, alguém compatível… — Seus lábios tremem e as lágrimas caem incessantemente. — Mãe… eu vou encontrar, eu juro!