Capítulo 243
Todos os herdeiros que fizeram parte da busca estavam ansiosos e frustrados com medo de ter que enfrentar o pior, mas Lilith ainda não tinha dado o braço a torcer.
Assim que os meninos acordaram não entenderam nada do que havia acontecido, os papéis não estavam mais ali e o sistema havia sido bloqueado no notebook de Brady, não tinha mais como ele acessar.
— Bom… eu fiz algumas anotações. — comentou Brady antes de todos irem embora, mas demonstra estar preocupado ao encarar Lilith.
— O que quer dizer? Que anotações?
— Tem… bom… — Balbuciou inseguro hesitando. — Uma família RH nulo.
— Como assim? Podemos pegar um coração? — Perguntou Lilith ansiosa.
Brady já esperava a sua reação.
— Somos mafiosos, não somos? — Perguntou Brady desconcertado engolindo em seco, assim como todos os herdeiros os encaram sem reação a notícia parece boa, mas com alguma pegadinha.
— Somos e fazemos o que for pela família! — Enfatizou Lilith. — Qual endereço?
Brady entrega o papel a ela e rapidamente ela lê curiosa.
— É menos de dez horas para chegar! — Anunciou a menina ansiosa.
— O que está pensando? — Perguntou Brady.
— Essa família no Chile, é quantas pessoas?
— Quatro.
— Ótimo, ainda haverá três. — Contou com convicção como se fosse algo muito comum.
— Lili… — Suspira Brady desconfortável. — Eu vou até lá, nós vamos juntos! — Anunciou sem esperar a resposta dos outros ela segue para sua casa.
Cassius por sua vez estava em seu escritório, o ambiente trazia um ar de mistério enquanto ele estava ao telefone com uma expressão de seriedade.
/ Então você viu as anotações que eles fizeram? — Perguntou Ramis.
/ Sim, eles encontraram a única família que têm mais próximo da gente com RH nulo, sei que Lilith vai querer ir atrás. — Explicou Cassius imparcial.
/ Vamos a impedir?
/ Não.
/ Cassius… como pode fazer isso, está tão desesperado em salvar Laysa? Sabe que ainda que faça o transplante pode arriscar contaminar o outro coração, Laysa tem que vencer a infecção!
/ Eu sei! Por que acha que eu não fui atrás daquela família?
/ Você não foi atrás porque sabe o quanto seria injusto, mas e Lilith? E se ela for atrás do RH nulo daquela família? — Perguntou Ethan imparcial.
/ Pelo menos vai mantê-la distraída.
/ Cassius… Lilith é impulsiva.
/ Você quer se casar com ela e não conhece ela tão bem, eu sei claramente os caminhos que ela tomará, mas eu não posso a impedir.
/ Você acha que ela vai querer voar até lá?
/ Ela vai, eu sei que vai.
/ Interditei o jato dela, ela não vai a lugar nenhum! — Vociferou irritado, mas a risada de Cassius ecoou pela sala.
/ Não conhece a Lilith? Eu não te digo mais nada, mas se ela for atrás do jato, apenas o entregue, pelo menos isso vai a distrair um pouco, melhor do que a gente fica preocupado com ela trancada no quarto.
/ O que você acha que ela fará?
/ O que você acha?
/ Bom… — Suspirou pensativo. — Pelo que conheço dela, ela vai até o fim com o que quer, mas…
/ Sim, está certo até certo ponto, o que mais?
/ Ela não fará nada, certo?
/ Certo! — Sua voz soou firme em seguida encerrando a ligação.
Os herdeiros estavam prontos para a viagem, destino Chile, mas não sabiam como iriam, Lilith nem tinha ideia de onde estava seu jato até Brady lhe contar, mas sugeriu que fossem da forma convencional, mas a menina sugeriu que deixasse ela pedir a cave a Ramis primeiro.
E como esperado, mesmo que ele não estivesse certo do que acreditava, Lilith entrou em seu apartamento.
Al-stone.
Ela esbaforiu ansiosa, mas ele nem mesmo a encarou, por dentro ele tremia com receio do que ela faria e de como as coisas seriam no futuro, como ela levaria a vida com a sua decisão.
— Como sabia?
— Não vamos te impedir, porque você já é bem grandinha, mas fique ciente que sabemos cada passo que você dá, mas não só disso, fique ciente das consequências da sua ação.
— Sei o que estou fazendo, eu buscarei um coração novo para a minha mãe, não há nada de errado nisso. — Resmunga com determinação pegando a chave.
Imediatamente ela deixa o apartamento de Ramis e segue viagem até o apartamento de Brady, os rapazes permanecem sérios ao mesmo tempo, inseguros, mas Cassius havia ligado para eles e ordenado que não desse muitos detalhes sobre a família RH nulo que estava em santiago no chile.
Os rapazes estavam dispostos a ir com ela, mas não sabiam o que fazer se de alguma forma as coisas fossem por um caminho inesperado.
Lilith organizou a viagem e naquele mesmo dia seguiram viagem, Cassius se mantinha informado de tudo a cada passo que eles davam até o jato sair do Brasil.
Naquele momento era momento de tensão tanto para Cassius quanto para Ramis que mesmo com suas opiniões sobre a menina tinham medo que ela fizesse ao contrário.
Os quatro herdeiros finalmente estavam no território chileno, Brady tinha o endereço exato, então pegaram um táxi e seguiram até um bairro simples em Santiago.
— Interessante, como é um bairro um pouco simples, será ainda mais fácil, com certeza, é alguém que ninguém dá nada e nem perceberá sua ausência. — Comentou a menina demonstrando frieza.
— Como você fará? — Perguntou Brady.
— É fácil, Ayrlon trouxe uma substância que não vai apagar a pessoa, mas vai deixá-la vulnerável e podemos levá-la a qualquer lugar, só não temos informações se é mulher ou homem, hum… que seja, eu só preciso de um deles. — Resmunga seguindo em frente deixando os meninos para trás.
— Isso não está certo e se ela tentar fazer algo? Lilith está muito esperançosa. — Comentou Ayrlon.
— Cassius deu ordem apenas para permanecemos lhe dando apoio não importa o que ela fizer. — Declarou indiferente, mas todos ali estavam tensos, brendo, Ayrlon e Brady
Capítulo 244
Cassius por sua vez nem mesmo saiu de casa, havia passado alguns minutos no escritório, logo após seguiu para o quarto.
— Onde ela está? — Perguntou Laysa com a voz fraca.
Ela está deitada na cama, aparência apática sem conseguir nem mesmo manter os olhos abertos.
— A mandei para longe… — Cassius respondeu apertando os olhos ao ver a mancha de sangue no chão.
Mesmo sentindo dor, ela sorriu gentilmente, demonstrando alívio.
— Não quero que ela me veja assim.
— Eu também não queria te ver assim. — Resmungou seguindo até o banheiro em seguida trazendo um pano, voltando a mancha de sangue a limpando.
Após limpas, pega Laysa com cuidado em seus braços e a leva para o carro, seguiram para o hospital.
— Quantos dias ela ficará fora? — Perguntou enquanto os médicos a examinaram.
Cassius não sai do seu lado nem por um segundo.
— Não sei, um a três dias, enquanto isso, você ficará bem logo. — Diz esperançoso segurando a sua mão na intenção de a consolar.
Ela de repente começa a rir discretamente.
— Do que está rindo?
— m*l de comida, lembra?
Cassius sorriu involuntariamente.
— Criança i****a, você era a pior criança que já havia cruzado meu caminho, mas eu realmente me senti culpado
— Doí muito.
— Mas você não pode desistir, eu sei que é o que você quer, mas não me deixe sozinho com ela de novo. Eu sempre estive à frente da criação dela por você sempre se culpar por ela nascer especial, mas ela sempre precisou mais de você do que de mim, eu não faria tantas loucuras por mim, como faria por você, então por esse motivo, sei que você vencerá isso e sobreviverá.
— Senhor, precisamos que você saia da sala nesse momento. — Pediu o médico.
— O que acontecerá? — Perguntou Cassius, ansioso.
— Por hora, alguns exames e se tudo estiver bem, daqui a três dias ela fará a cirurgia.
Cassius suspirou pesadamente, desabou internamente em meio ao medo, mas conteve suas emoções tentando se manter forte próximo a Laysa.
— Espere lá fora, por favor. — Insistiu o médico.
Enquanto isso Lilith e os rapazes estavam espreitando a casa de uma mulher simples, a casa também não era muito grande, tinha em tudo de três cômodos.
— O que acha que devemos fazer? — Perguntou Brady.
— Vamos entrar! — Resmungou Lilith seguindo até a porta, batendo à porta, uma mulher atendeu.
Estranhou que aqueles jovens estivessem ali.
— Estamos perdidos, pode nos ajudar? — Perguntou Lilith.
A mulher olha furtivamente para a rua simples com cautela, como se estivesse procurando algo, em seguida os puxa para dentro.
— O que vocês fazem aqui? — Perguntou em espanhol latino.
Não foi difícil para os meninos se comunicarem já que eles tinham fluência em espanhol também, assim como outros idiomas.
— Estamos perdidos. — Respondeu Lilith fingindo lamento.
Ela os analisa de cima a baixo demonstrando desconfiança.
— São só meninos, pelo menos quase todos… — Murmurou encarando Ayrlon com desconfiança.
— Daqui a pouco ela achará que estou aliciando vocês. — Comentou Ayrlon segurando o riso.
— Tia, por favor… — Pediu Lilith com a voz lamentosa. — Não sabemos onde estamos, estamos famintos e com sede, poderia nos ajudar? — Perguntou esperançosa segurando a mão da jovem mulher de aparência simples, ela parecia não ter nem quarenta anos ainda, porém já aparentava estar tão cansada.
— Tudo bem, sente-se aqui, é verdade que é hora da janta, mas… — Sua voz falha demonstrando insegurança. — Tenho que ir buscar comida, mas antes, eu farei um suco para vocês.
Eles concordam e a seguem, a humilde casa era aconchegante, mas muito simples, os móveis antigos e desgastados. Foi o lugar mais simples que os cinco já chegaram a pisar, considerando a vida de luxo que eles têm, Lilith não tinha ideia do quanto o dinheiro que ela gastava poderia fazer uma grande diferença ali.
— Esse lugar, nunca vi nada mais asqueroso. — comentou ao observar a cômoda sustentada por um pedaço de tijolo para não cair.
— Bem-vinda a realidade, dona de um jato particular.
— Aquilo não vale tanto assim, aposto que ela também pode comprar. — comentou indiferente.
Os três encaram Lilith boquiabertos em seguida disfarçando e rindo céticos.
A mulher retorna e coloca a jarra de suco sobre a mesa, suas mãos estão trêmulas, ela nem mesmo parece bem de saúde.
— Se quiserem, podem se servir com esse suco, eu tenho que sair para comprar algumas coisas. — Avisa pegando no bolso algumas poucas moedas.
— Tudo bem, tia, obrigada, vamos te esperar aqui. — Lilith forçou um sorriso tentando
— Bom… será essa mesma, minha mãe precisa do coração. — comentou Lilith ansiosa tirando o frasco do bolso e pingando as gotas em um dos copos. — Quando ela voltar é só oferecer esse copo de suco e teremos uma marionete.
Os meninos se encaram receosos ao mesmo tempo que olham a casa parecem buscar algo, mas a casa está tão silenciosa que os faz ficar confusos.
— Você tem certeza que matará uma mulher inocente?
— Ela parece miserável para mim, até a jarra plástica de suco é tão… — Resmunga fazendo cara de nojo.
— Qual é, nem todo mundo vive uma vida luxuosa e com cartões livres que nem você. — protesta Ayrlon.
— Errado, mau mente eu só tenho comida, mas não estou me importando, Ramis e meu pai parecem estar de complô, até mesmo o dinheiro que ganhei com meu suor eles estão trancando.
— Que dinheiro você está usando?
— O da minha mãe e também o da mesada de Anabel, ela disse que nunca precisou. Ela me emprestou o cartão, mas tenho que pagar a minha mãe tudo que usar, mas para pagar a ela, primeiro tenho que arrumar esse coração, mas vocês disseram serem quatro pessoas, por que eu só vejo essa mulher? — Perguntou confusa.
— Isso porque… — Murmurou Ayrlon analisando a hora de seu relógio. — Eles ainda devem estar acordando…
— Mamãe…
— Ah… acordaram. — Anunciou Ayrlon suspirando aliviado enquanto Lilith olha curiosa em direção a porta esperando o autor da voz fina e suave.
Capítulo 245
Um menino pequeno, cabelos negros e desgrenhando, com um pijama tao grande que cobria seus pés e mãos minúsculos, magrinho, porém tinha formosura de um anjo.
— O que é isso? — Perguntou Lilith encarando os meninos. Sem reação.
— Um dos Rh nulo. — Explicou Brendo olhando fixamente a criança que coçava os olhos e bocejava.
— Mãe? — Eles ouvem outra voz e aparecem mais duas crianças.
— E essas? — Perguntou ela novamente.
— Os outros dois Rh nulo, então agora temos quatro.
— Quarto? — Sua voz tremeu. — É uma mulher e três crianças?
— Sim, ela é a mãe deles, vivem só, do jeito que dá para viver, você está certa, são pessoas simples, bem humildes, m*l tem o que comer, não seria má ideia matar eles. — comentou Ayrlon demonstrando frieza ao perceber que a determinação de Lilith havia sido desarmada.
— Ah… claro… uma mãe… — Tentou falar, mas balbuciou.
— Vocês são amigos da
Mamãe? — Perguntou o menino de cinco anos.
O mais novo, que foi o primeiro a sair do quarto onde dividiam a mesma cama, tinha apenas três anos, o do meio cinco anos e a mais velha tem 8 anos.
— Sim, somos amigos da mamãe, e… vamos levá-la para passear daqui a pouco. — Contou Ayrlon, Lilith a encarou com os olhos esbugalhados, mas não conseguiu pronunciar nada.
— Passear?
— Sim, ela visitará um lugar muito bonito. — Explicou em tom gentil.
— Sério? — Perguntou a menina esticando um sorriso.
— Sim, é um lugar tão lindo que pode ser comparado ao céu. — Completou Brendo.
— Já que eles estão aqui. — Sussurrou Brady para Lilith sentada ao seu lado. — Vamos colocá-los para dormir e levar a mulher. — Sugeriu enquanto Lilith mantém seu olhar fixo nas crianças. — Certo Lilith? — Perguntou novamente, mas não obteve resposta.
— Tio, eu tenho fome! — Resmunga uma das crianças, a de cinco anos.
— Tudo bem, pequeno! — Brady chamou o menor que se aproximou dele. — Você quer um pouco de suco? — Perguntou enquanto Ayrlon se levanta e segue até a cozinha.
— Sim!
— Sente fome? — Perguntou oferecendo o copo com a droga.
— Não! — Lilith vociferou tomando o copo da mão de Brady. — Não!
— Mas é a sua única chance.
— Já disse que não!
— É isso, pessoal, não tem nada na cozinha. Na verdade, não tem nada na casa que seja comestível, só esse suco…
— Como eles podem viver em uma situação tão degradante? — Perguntou Brendo.
— Normalmente, nem todos têm a mesma sorte.
— Cheguei, trouxe alguns pães! — Anunciou a mulher demonstrando alegria.
— Não queremos! — Anunciou Lilith em alto tom. — Estamos indo agora.
— O que aconteceu? — Perguntou indo preocupada até as crianças averiguando se elas estavam bem.
— Só… só não queremos ficar, além disso, não estamos com fome, só queríamos descansar um pouco, e… — Suspirou sentindo um embrulho na barriga. — Essa é a sua recompensa por emprestar a sua casa a esses pobres miseráveis, use como quiser. — Discorreu ao pegar no bolso da calça um cartão entregando a mulher. — Faça bom uso!
Ela sai da casa e os rapazes a seguem com cautela, Lilith parou a alguns centímetros após sair da casa e as lágrimas caíram involuntariamente.
— Eles são tão miseráveis, não é? — Sua voz falha discorre com dor as palavras.
— Não pense demais sobre isso, você os ajudou bastante.
— Mas… eles não são mais miseráveis que eu e meus irmãos e meu pai… mas… eu não posso tirar a mãe deles para ter a minha vida miserável, feliz novamente, mas não posso causar neles a mesma dor que estou sentindo.
Suas lágrimas silenciosas se transformam em um choro audível e cheio de lamento.
— Cassius é um filho da p**a covarde, nos deu a missão mais complicada. — Resmunga Ayrlon a envolvendo em seus braços tentando acolhê-la.
— Lili, vamos para casa, ok? — Pediu Brady demonstrando desânimo.
Eles caminham com ela até conseguir pegar o táxi e finalmente seguem viagem.
Cassius recebeu a notícia dos meninos e assim que eles pousaram em Rowland novamente na manhã seguinte, Cassius já estava em casa, pronto para receber a menina.
Ele a esperou no corredor do andar de cima.
Brady a deixou em frente ao portão e seguiu para casa, a sensação de frustração era a única que se fazia presente em seu peito e foi ainda pior quando encontrou seu pai a esperando. Pausadamente ela seguiu até ele que se mantinha a observando a cada passo.
— Senhor… senhor Don! — Balbucia deixando as lágrimas caírem novamente. — Essa é a primeira missão que sua filha não vai poder cumprir. — Confessou com os lábios tremendo e olhar de lamento.
— Antes de você falhar, eu também falhei, por isso estou orgulhoso de você. — Assevera a apertando com força em seus braços e mais uma vez ambos estavam desabando.
A primeira coisa que Lilith tentou fazer foi visitar a mãe em seu quarto onde pensava que ela estava. Mesmo que não quisesse, Cassius teve que contar a ela sobre a internação de Laysa.
Após visitar a mãe ela ficou ainda mais transtornada, Laysa nem mesmo estava acordada e parece que seu estado havia piorado.
— Lilith, mantenha a calma, por favor! — Pede Cassius ao arrastar ela para fora do quarto de Laysa.
— Pai, ela morrerá! Quero salvar a minha mãe! — Gritava em pânico.
— Lilith… ela não morrerá, ok? Ela passará por uma cirurgia e ficará bem, eu te garanto!
— Mentira! Ela está indo! Eu não sou boba, eu já te disse, a nossa mãe morrerá. — Chora inconsolável.
— Não… não é assim… — Lamenta Cassius perdendo as forças.
— Pai! — Ela de repente se mostra empolgada. — Tive uma ideia, eu pensei muito sobre isso e ela precisa de um coração, ela pode ter o meu a nossa família… ela tem tantos do mesmo sangue.
— Lilith! Você está ficando louca! — Rosnou Cassius a encarando cético. — O que está dizendo? Acha mesmo que aceitarei um disparate desse?
— Eu só quero que minha mãe viva! — Grita estridentemente.
Não demorou muito para que Diego Orlov, Layla e Layane ouvisse os gritos da menina no corredor, eles estavam na recepção, até então correrem em direção ao caos.
Cassius segurando Lilith enquanto ela se debate e grita.
— Tragam os enfermeiros! — Rosna Cassius.
— Não, por favor, pai, pense, ela pode viver, eu dou o meu! — Insiste enquanto Cassius a segura tentando pensar que aquilo é um pesadelo.
— Como você pode querer que eu perca você também, as chances disso dar certo são quase nulas! — Rangeu os dentes, apertando os olhos.
— Mas eu não morrerei, eu viverei… estarei dentro dela, fazendo ela viver, eu não quero, eu não consigo aceitar que ela se vá, minha mãe não. — continua a chorar em cólera.
— Para com isso… o que eu faço? — Suplicou Cassius com os braços trêmulos sentindo medo.
Os enfermeiros tiveram que lhe dopar, Lilith ainda não havia dormido desde que viajou para o Chile e voltou.
— Ela ficará bem. — Murmura Diego Orlov para Cassius que agora estava sentado no chão, disperso e com o olhar petrificado para o nada.
— Não se Laysa morrer. — Lamenta com a voz indiferente.
Lilith dormiu até a noite, Cassius ordenou que ficassem vigiando o quarto dela para que ela não fizesse nenhuma besteira.
Assim que ela acordou se recordou do que havia acontecido.
— Não quero que a deixem sair, Lilith não pode ficar sozinha. — Ela ouviu a voz de Cassius ordenar a alguém. — Laysa vai passar por uma cirurgia daqui após amanhã, até lá, ela não sairá daqui.
— Você pretende deixá-la dopada por todos esses dias? — Perguntou Diego Orlov cético.
— Você acha que ela está apta a ficar solta por aí? É provável que ela se mate só para tentar salvar a mãe!
— Ela não é tão louca assim! — Protestou Orlov.
— Ela é. E é minha filha, o que um avô babaca que passou anos longe pode saber? — Vociferou enfurecido.
Lilith voltou a se deitar e finge ainda estar sob efeito do remédio, a sua única intenção era conseguir fugir, mesmo que estivessem vigiando a sua porta.
Após perceber que estava tudo calmo, ela averiguou se havia alguém do lado de fora e Cassius havia colado muitos seguranças para a vigiar, mas ele não contava com a janela. Mesmo com seu corpo ainda mole por causa do efeito do calmante, ela conseguiu escalar o segundo andar e descer facilmente.
— Ele não me conhece tão bem! Resmunga correndo o mais rápido que conseguia até pegar um táxi, seu destino era para onde ninguém poderia imaginar.