Capítulo 7 - Impossível.

989 Palavras
Eu gritei por dentro, o que será que ele queria dizer com aquilo?  Respirei fundo e peguei mais uma batata, eu estava um pouco constrangida, mas a fome falava mais alto.  - Como isso aconteceu? - Falou se sentando na cadeira ao meu lado.  - Meu Deus, Caio, estou tão linda assim? - Falei sorrindo ao perceber o seu semblante sério.  - Seu pai mandou eu ficar de olho em você, antes eu não me preocupava, agora eu devo. - Falou passando a mão pelos cabelos de novo.  Soltei uma gargalhada e disse: - Eu nem sei o porquê de estar falando comigo em público, não tem medo da sua reputação? - O encarei séria ao lembrar de suas amargas palavras de ontem.  - Eu não ligo. - Falou como se fosse óbvio.  - Você é mesmo um i****a, menino. - Falei me levantando e pegando o meu lanche. - Não fale comigo, por favor, foi escolha sua.  Me direcionei para o outro lado da praça de alimentação e me sentei encarando a Bia que ainda estava imóvel na cadeira dela.  Quando ela se tocou, veio até a minha mesa e se sentiu juntamente comigo dizendo: - Ai meu Deus, você viu só como ele te olhou, Jennifer?  - Normal, ué. - Me fiz de sonsa.  - Normal?! Normal?! Como assim normal? Os olhos acinzentados dele ficaram quase pretos quando ele te olhou, isso não é normal, amiga, alguma coisa tem, 'tô achando que tem cheirinho de amor no ar. - Disse sorrindo.  - Ai, que nojo, Beatriz, que amor o que, muito menos com o Caio, jamais! - Falei com toda a certeza do mundo.  - Amiga, está bem estampado na cara dos dois, aliás.  - Está vendo coisas, sério. - Falei ficando um pouco irritada com aquilo.  - Uhum, vamos ver então. - Falou como se algo sinistro fosse me acontecer.  Revirei os olhos e terminei de comer o meu lanche.  Já em casa, não havia nenhum sinal do Caio, constava 23:00 horas e a Bia se disponibilizou em me ajudar a arrumar o meu guarda-roupa, que por sinal, estava uma bagunça.  Joguei muitas no cestinho de doação e coloquei as novas em ação.  Bia me deu algumas dicas e disse que era pra eu seguir ela, falou também pra eu nunca mais colocar aquele óculos e usar os meus cabelos presos.  Concordei com ela e logo em seguida, a mesma foi embora.  Mesmo sabendo que no dia seguinte era quarta e teria aula, decidi assistir um filme, peguei um saco de cheetos e me sentei no sofá focada na televisão.  Não sei como e nem quando, mas tudo se escureceu, só me lembro de me sentir sendo carregada, mas mesmo assim, permaneci de olhos fechados, eu estava cansada demais para reagir.  Senti a minha cama e logo em seguida o cobertor, aquilo estava estranho, abri os meus olhos forçadamente e me deparei com o Caio, sentado na cama me olhando.  - O que é? - Falei parecendo uma bêbada e quase sem voz por conta do sono.  - Meu Deus, garota, até dormindo você é marrenta. - Ele disse com um pequeno sorriso em seu rosto.  - Não sou marrenta. - Falei no mesmo tom de antes. - Me deixe dormir, seu chato. - Falei me virando de costas para ele e fechando os meus olhos.  - Ou, eu não sou chato. - Falou me cutucando. - Sou super legal, até te carreguei, pô. - Falou num tom divertido.  Foi nesse instante que a minha ficha caiu, o Caio havia me carregado até a minha cama e ainda havia colocado uma coberta por cima de mim.  Esse garoto me deixa um tanto confusa.  Me virei para ele que permanecia no mesmo lugar e disse: - Obrigada por me carregar, Caio, fico te devendo uma, agora já pode ir. - Falei o expulsando descaradamente.  - De nada, aliás, eu irei cobrar, em. - Falou brincalhão.  Dei um pequeno sorriso e ele logo disse: - Você ficou... - Pausou. - Ficou... - Pausou de novo.  Me sentei na cama e o encarei.  - Do que está falando? - Me fiz de desentendida.  - Nada... - Ficou mudo e sério repentinamente. - Boa noite, Jennifer. - Falou e saiu do meu quarto.  Me deitei com tudo e gritei no meu travesseiro.  Como ele ousa me deixar confusa assim? Por que diabos está me tratando tão bem de novo? Ele não disse ontem que eu era a "Nerd f**a"?  Bufei e senti uma pontada de raiva por ele me deixar naquele estado.  Sozinha e confusa.  No dia seguinte, acordei com alguém me cutucando.  Abri os meus olhos e me deparei com o Caio segurando um balde e sorrindo.  - O que você... - Antes de eu terminar de falar, fui recebida com um baita balde de água na cara.  Fiquei sem ar por alguns minutos, me levantei da cama e gritei: - CAIO EU VOU TE m***r. - O mesmo saiu correndo e dando risada, nem parece que essa desgraça tem 18 anos. - Bufei.  Corri pela casa, mesmo molhada, atrás dele.  - Volte aqui, seu i****a. - Falei Enquanto tentava pegar ele pela gola da blusa.  - Estava bom o banho? - Perguntou tirando sarro.  Pulei por trás dele e me agarrei em suas costa, fazendo com que o mesmo parasse de correr.  - Desce. - Ele falou ainda gargalhando.  - Não! Tu vai ficar molhado junto comigo, sua peste.  - Ou tu desce, ou vai se arrepender. - Falou num tom de ameaça.  - Não vou descer! - Falei firme.  O mesmo começou a correr comigo pendurada em suas costas, eu gritava e ria ao mesmo tempo, era divertido, mas eu pressenti que iríamos Cair a qualquer momento ali.  - CAIOO, NÃOOO. - Falei ao ver que ele estava correndo demais.  - Eu avisei, baixinha. - Falou gargalhando.  Já estávamos no gramado perto da piscina nos fundos da minha casa, quando ele foi com tudo para o chão.  Caímos na risada e eu estava cheia de lama, pelo fato de estar molhada.  - Eu te odeio, olha o meu estado, estou parecendo uma mendiga, Caio. - Falei fingindo irritação.  Ele deu mais risada ainda e eu o enchi de tapas.  - Ai, ai, ai. - Ele falava a cada t**a dado.  - Seu abusado. - Falei já me levantando. - Meu Deus, vamos nos atrasar, Caio. - Falei indo até a cozinha e olhando no relógio que já constava 6:30.
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