Capítulo Três

2234 Palavras
P.O.V. Matthew Acordei com meu celular tocando. Olhei as horas e reparei que eu estava super atrasado. Eu não deveria ficar a noite inteira resolvendo problemas no cassino. __ Oi Samantha - toda vez que ela ligava para mim, era um problema diferente. __ O que você está fazendo? __ Como assim? - me levantei e procurei um bom terno. __ Estou falando do motivo, de você ainda não ter comprado a p***a do terreno. __ Não é tão fácil assim. Tem pessoas morando lá. __ Papai está enchendo a minha cabeça com isso. __ Vou ter uma reunião com o Jackson hoje. __ Eu vou também, não quero que você atrase ainda mais com isso. Incompetente! - gritou antes de desligar. __ Desligou na minha cara - revirei os olhos. Joguei o celular na cama e fui tomar um banho. Eu não sei o que meu pai quer com esse terreno, mas seja lá o que for, está me dando um p**a dor de cabeça. Os Lancellotti, tem uma forma diferente de agir, se você recebeu um serviço, faça rápido, ou é incompetente, e se não fizer, é punido por isso. Odeio essas malditas regras. Você nunca se livra da família, não importa o que aconteça. Nem que se case, ou que troque seu nome. Jackson é um exemplo disso. Mudou o nome, se casou e mesmo assim tem que trabalhar para a família, não existe descanso. Uma das regras, é que até os trinta, você tem que aparecer com um herdeiro, não importa se você é homem ou mulher, não importa se a criança é menino ou menina, ela só precisa ser uma Lancellotti. Foi assim desde sempre, quando meu tataravô fundou esse negócio. Ele sempre teve medo de que não tivesse membros o suficiente na família quando começasse uma guerra, é ele tinha razão, nossa família já entrou em muitas guerras. Polícias, gangues, e até com outras mafias rivais, e saímos de todas elas vencedores, porque nunca erramos nos serviços que nos eram concedidos. Eu acabei de receber um do meu pai, de conseguir esse terreno custe o que custar. Jackson está trabalhando nessa comigo. Só que ele não pode mais ser punido, porque já tem sua herdeira, e já foi casado. Essa merda de casamento arranjado é um saco. Você não é completamente obrigado, mas se até os 30 não consegue um herdeiro, a família consegue uma esposa ou marido para você, se você não consegue terminar um serviço, uma das punições é um casamento forçado. Ai você perde tudo, mulheres, bebidas e uma vida livre. Se tem uma coisa que a família Lancellotti jamais perdoa é uma traição. Respeite suas mulheres e seus maridos, você os escolheu, e se não escolheu, foi punido por sua burrice. Meu pai não obedeceu essa regra, por isso acabou com um bastardo. Ele não foi punido por simplesmente ser o chefe da família, mas Luca não é tratado com tanto respeito quanto eu e meus irmãos. Eu só tenho mais dois anos para conseguir um herdeiro, e mais três meses para conseguir fechar esse negócio. Meu pai já tem a noiva perfeita para mim, mas eu não quero casar sem amor, não quero passar a vida toda morando ao lado de uma estranha. Coloquei meu terno e peguei minha maleta. Sai sem comer nada mesmo, não estava com a mínima fome naquele momento. Sai do meu carro e joguei a chave para o manobrista. Tirei meu celular do bolso assim que ele tocou. __ Andrew? Porque está me ligando? Você nunca me liga! - franzi o cenho. Meu irmão era o tipo de pessoa que só aparecia quando alguém está prestes a morrer, pelo visto hoje é um desses dias. __ Bom dia para você também. Quer dizer, boa tarde! __ Fala logo - olhei as horas no meu relógio. Eu estava atrasado. __ Reunião de família daqui a um mês. __ Odeio reuniões de família - andei até entrar no prédio. __ Eu sei, também odeio. A vovó fica nos dizendo o quanto somos incompetentes, e que... - parei de ouvir ele falar, quando passei do lado de uma mulher. Ela era linda pra c*****o. O que estava fazendo aqui? Ela não trabalha aqui, eu reconheceria. Nossos olhares se encontraram por míseros segundos, mas o suficiente para me perder no seu olhar. Eu não sei porque, mais meu coração começou a bater mais rápido. __ Está me ouvindo? - balancei minha cabeça para tentar tirar a imagem da minha cabeça. __ Eu tenho uma reunião agora, a gente se fala depois. __ Espera, eu... - desliguei antes que ele falasse mais alguma coisa. Entrei no elevador e usei o cartão de acesso que leva até o andar do meu escritório, todo cuidado é pouco. __ Bom dia senhor Lancellotti - minha secretária me saudou, pegando minha pasta e meu paletó - o senhor Cooper está o aguardando no seu escritório. __ Faz muito tempo? __ O suficiente para ele dizer que vai lhe matar - sorri de lado. __ A cara do Jackson. Cancela todas as reuniões que eu tiver hoje, preciso resolver um assunto urgente. __ Como o senhor desejar. __ Sempre competente Carly - ela sorriu agradecida. Abri a porta do meu escritório e andei até a minha mesa. Me sentei e encarei meu querido primo. Jackson é a personificação, da raiva e da falta de paciência, mas ele é importante na família. Minha vó, meu pai, Samantha, eu, Andrew e Jackson, todos importantes nessa ordem. __ Você demorou. Odeio ficar esperando - ele pegou uma caneta do pote e começou a mexer nela - você sabe disso. __ Eu fiquei a noite inteira no cassino. __ Seu irmão precisa aprender a se virar sozinho. __ Luca está aprendendo, e não ajuda que as pessoas não confiem nele apenas por ele ser filho do meu pai com outra mulher - afrouxei minha gravata - tem novidades para mim? __ Algumas pessoas podem ser realmente teimosas. Algumas pessoas ainda não querem deixar suas casas, três famílias para ser mais exato. __ Não sei mais o que fazer - passei minhas mãos no rosto - Ofereça mais dinhero. __ Os princípios deles não os deixam aceitar - ele continuava mexendo com a caneta - Mate-os! __ O que? Não! As vezes eu me assustava com o quão insensível Jackson podia ser. Ele não se importava com nada e nem ninguém a não ser, com sua filha. __ Então qual é a sua ideia? __ Estou pensando em... __ Cheguei! - sorri ai ver Samantha entrar. __ Me desculpe senhor, ela entrou... __ Está tudo bem Carly, pode voltar a trabalhar - ela assentiu fechando a porta. __ Oi Jack - Samantha sorriu para ele que não se moveu. __ Odeio que me chamem de Jack. __ Porque você acha que eu uso o apelido? __ Para me irritar! - ele apertou o botão da caneta fazendo ela ir direto para Samantha, que pegou antes que acertasse sua jugular. Ele conseguiu fazer a parte de dentro da minha caneta voar até minha irmã? Poderia ter machucado ela, a ponta e extremamente fina. __ Boa manobra. __ Boa pegada! - ele sorriu de lado - você fica bem de vermelho. __ Eu fico bem com qualquer cor. __ Vamos falar de negócios ou não? Eu tenho mais o que fazer - Samantha se sentou de frente para mim e ao lado de Jackson. __ Papai está furioso com vocês. __ f**a-se, não devo nada a ele, nem meu pai é - Jackson falou dando de ombros - essa merda já está levando a minha paciência. __ Bebidas grátis na minha boate, para fazer seu estresse desaparecer - Samantha passou a mão no ombro dele. __ Preciso arranjar uma forma de fazer eles cederem - coloquei minha mão no queixo - acho que tenho uma ideia. __ Vamos explodir a merda toda? Foi minha ideia desde o início - neguei com a cabeça. __ Você só pensa em matar? __ Sou um assassino, tenho cede de sangue - deu um sorriso assustador para muitos, mas não para mim. __ Quem olha você de fora, acha que é um pai solteiro, com uma conta bancária recheada, mas só quem conhece sabe que é um assassino sanguinário que ama uma boa tortura. Por isso é o meu primo preferido - ela abraçou ele de lado. __ Sam - ela me olhou - gosta de cobras? __ Eu tenho algumas amigas. __ Vamos encher aquele terreno delas. Se eles não saem por bem, vai ser por m*l. *** __ Eu não fico linda com uma serpente no meu corpo? - Samantha sorriu. Me afastei um pouco incomodado. A ideia era realmente boa, mas não vou dizer que gosto de cobra. Diferente de mim Samantha parecia bem confortável com uma em volta do pescoço. Ela sorria e fazia posses para a dançarina tirar fotos. Estávamos dentro do escritório da boate da minha irmã. Ela estava aqui todas as noites, sem falta, ela sabia como ser a atração da noite, de todas as noites. __ Tem certeza de que não são venenosas? - sentei em um dos sofás. O escritório dela era na cor vermelho e preto. __ Tenho - ela se virou para mim - não confia na sua irmãzinha? __ Não! - ela colocou a mão no peito, e fez uma cara de indignada. __ E e a cobra não gostamos do que você falou - me afastei quando a cobra colocou a língua para fora - medo? __ Que p***a é essa? - Andrew perguntou olhando as cobras. __ Matthew teve uma ideia, para afastar as pessoas do terreno - Jackson respondeu por mim. __ Ainda está nessa? __ Não começa, já basta o nosso pai e a Samantha enchendo a minha cabeça. __ Eu só falo verdades. __ A minha a ideia era muito melhor - olhei para Jackson com raiva, mas ele apenas deu de ombros, mostrando que não estava afetado. __ Já chega! - gritei - esse trabalho é meu, vou fazer da maneira que achar melhor, mesmo que demore, é problema meu. __ E meu - Jackson de levantou - seu pai está doida para me casar de novo, segundo ele minha filha precisa de uma mãe - revirou os olhos - já casei forçado uma vez, não quero passar por isso de novo, eu nem gosto de relacionamentos. __ Imagina a gente - Andrew apontou dele para Samantha e de Samantha para mim - que temos dois anos para conseguir um herdeiro? __ É verdade - Samantha colocou a cobra de volta na caixa - Eu só quero me divertir. Sou um espírito livre - de uma volta. __ Eu sei, mas é que... Você pode nos da licença? - Jackson olhou para a dançarina que estava sentada em cima da mesa. Eu nem tinha reparado que ela estava ali. Ela parecia bastante a vontade com o local, como se passasse tempo demais ali. Olhei para Samantha que estava de braços cruzados. Não era novidade para ninguém que minha irmã era bisexual, ela nunca escondeu isso. Eu não costumo dormir com as pessoas que trabalham para mim, mas pelo visto, minha irmã não pensa da mesma forma. A dançarina deixou o celular em cima da mesa e saiu. __ Eu só não quero que alguém decida por mim novamente - ele foi até a mesa de Samantha e se serviu de whisky - eu não amei minha esposa. __ Que horror você dizer isso, ela morreu - Samantha colocou a mão no peito. __ Isso não muda muita coisa - Andrew deu de ombros. __ Ninguém aqui quer ter seu futuro escrito pela máfia, eu sei como é isso. Mas Daiane foi uma boa mulher. __ Eu não disse que ela não foi, só que eu não a amei - sorriu sobre o copo. __ Além da sua filha, me diga, quem você ama? - ele fraziu o cenho parecendo pensar. __ Não existe outra pessoa que eu ame, e nunca vai existir! __ Só porque você falou, vai aparecer - Samantha sorriu presunçosa. __ É a lei cara, você fala, logo acontecesse - Andrew surfou na onda. __ Talvez nem fosse acontecer, mas... __ Você disse! - respondemos em uníssono. __ Vão se f***r - ele deixou o copo na mesa - preciso colocar minha filha para dormir - saiu batendo a porta. Olhei para meus irmãos e logo começamos a rir. Jackson era o único que não acreditava no amor, para ele não existe e nunca vai existir. Não vou negar que por um tempo já pensei assim também, mas algumas coisas mudam através do tempo. Já me apaixonei uma vez e devo dizer que foi maravilhoso, mas infelizmente acabou com ela morta, eu mesmo matei, quando descobri que tudo não passava de um golpe de um dos inimigos que acumulei durante o tempo. Ela tentou me matar em uma noite, com veneno na minha bebida, mas o feitiço se virou contra o feiticeiro quando eu troquei os copos. Não me arrependo de nada. Eu não perdôo uma traição, ou mentira. __ Andrew oque foi? Você parece nervoso - ele coçou a testa e me olhou preocupado. __ Não vai gostar do que eu tenho para falar. Eu realmente não gostei do que ele falou. Aquilo era um p**a problema.
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