Capítulo 1

1058 Palavras
Se existe algo mais satisfatório, do que passar um sábado a noite, relaxada em minha cama, com um balde de pipocas, enquanto assisto a um filme, eu realmente desconheço. Eu passo a semana, aguardando ansiosamente pelo final de semana, para desfrutar de momentos assim, isso quando não vou ao cinema com as minhas amigas. A real é que eu gosto de ficar quietinha em meu quarto, onde eu posso assistir a um filme em silencio, pois que as minhas amigas são barulhentas, mas apesar disso, eu gosto da companhia delas.
Enquanto seguro o balde de pipocas com uma das mãos, manuseio o controle da tv com a outra mão, a procura de um filme de romance com drama que conte historias de época, que são os meus filmes favoritos. Estou com dificuldades para encontrar um filme que me agrade, pois meu irmão mais velho Kauan, tem vindo assistir filmes em meu quarto, quando não estou em casa, pois ele diz que a tv do meu quarto é melhor do que a tv do quarto dele, pois a dele não tem internet. Na verdade eu não me importo, desde que ele mantenha meu quarto arrumado e limpo, ele só não é bom em respeitar a minha lista de filmes.
 Ouço o meu celular vibrar, com a notificação de uma nova mensagem. Na verdade é a quinta mensagem que eu ignoro da Carla hoje. Não sei por que meus sábados em casa, incomodam tanto os meus amigos. Não é porque eu tenho quase 30 anos e sou solteira, que devo passar as minhas folgas nas baladas, a procura de um par romântico. Não é como se fosse vencer o prazo para encontrar um marido. Já disse para ela, que não quero ir, mas ela está insistindo para que eu vá. Na verdade, o objetivo dela, é que eu me relacione com o primo do seu namorado Alan, ela insiste tanto que nem parece se importar com o que eu quero. Eu ate cedi ao pedido dela na semana passada, e aceitei ir na festa, onde ela nos apresentou, mas ela não se dá por satisfeita, tendo apenas nos apresentado, ela quer nos ver juntos. O tal primo de Alan se chama Carlos, ele até parece ser boa pessoa, mas achei ele chato, fútil e convencido. Eu não tenho paciência para pessoas mimadas. E não quero sair procurando um namorado, como se eu fosse uma pessoa desesperada. Se for acontecer, quero que aconteça naturalmente, sem pressão, e sem criar expectativas demais, será que é tão difícil respeitar, que a decisão é minha, e somente minha? Por isso, decido desligar meu celular, quem sabe assim, ela desiste de cuidar da minha vida amorosa, e vai curtir a vida amorosa dela. 
Volto a mexer na tv, mas alguns minutos depois, ouço batidas na porta do meu quarto. A porta é aberta devagar, uma cabeça surge, e se inclina para dentro. Percebo ser a minha mãe, que entra e me entrega em mãos, o telefone residencial sem fio, avisando ser A Carla na espera. Reviro os olhos. - É, a Carla não desiste! - Resmungo enquanto pego o telefone das mãos da minha mãe. - É parece que não mesmo, ela disse que você a estava ignorando. - Pois é, não adiantou. Obrigada mãe! - Ela assente, e fecha a porta. Na ligação. -Oi Carla? -Posso saber por que não respondeu às minhas mensagens? -Estava ocupada, tenho as minhas coisas para fazer. -Eu sei que não é nada disso, você simplesmente não quer vir ao barzinho, curtir com a gente! -Se você sabe que eu não quero ir, porque você insiste tanto -Amiga, o Carlos se interessou por você, ele mesmo me disse. - Tá, mas eu não me interessei por ele, já te falei que não gostei da conversa dele. -O que exatamente você não gostou? Ele é um cara maneiro, é responsável. - Mas não parece ter nada na cabeça, é bem superficial, e na boa, não tenho paciência para isso. -Pérola, não seja má, o que ele te fez, pra você pensar assim dele? -Carla ja chega né, você me trata como se eu fosse uma encalhada que está desesperada por um namorado, e não é bem assim. Eu não quero um namorado. Não dessa maneira. Pode deixar, que eu estou bem, do jeito que eu to. -Esta bem, eu só queria ajudar, você nunca namora ninguém sério, desde que terminou com o Bruno, mesmo tendo passado tanto tempo. -Eu sei, mas não precisa se preocupar, vai curtir o seu namoro, estou ouvindo musica ao fundo, vai curtir com o Alan, deixa que eu estou bem assim. -Então tá, a gente se fala outra hora. Eu percebi que a Carla ficou desapontada com a tentativa em vão de formar um novo casal. Mas eu não vou me sacrificar, por capricho dos outros, não quero um namorado, na verdade nunca a pedi um, e não vou namorar só para agradar a mente das pessoas que acreditam que sabem o que é melhor para mim, sem nem ao menos saber o que é melhor para elas. Deixa que uma hora, a insatisfação dela passa. 
Volto a minha procura pelo filme perfeito para assistir hoje, com as minhas pipocas que ja estão quase murchas pelo o tempo que perdi, procurando pelo filme, e explicando o porque de não querer ir a uma balada neste sábado a noite. Decido assistir Razão e sensibilidade, o filme que eu estava evitando assistir pelo fato de ainda não ter terminado de ler o livro que inspirou o filme, mas acredito que seja o melhor que eu posso fazer, antes que as minhas pipocas fiquem intragáveis. Ouço batidas na porta novamente, a porta é aberta lentamente, e uma cabeça se inclina para dentro do quarto, mas dessa vez é o Kauan meu irmão. - Vim ver se esta acordada ainda - Mas só são 20h, muito cedo para dormir. O que você quer? - Ele termina de abrir a porta, e entra dentro do quarto, com pizza. -Quer pizza? Pergunta enquanto abre a caixa para exibir o conteúdo. - Podemos assistir a um filme enquanto comemos. -É claro que eu quero. Mas eu coloquei Razão e sensibilidade para assistir, acho que você não se interessa. -Está bem, já que não tem nada melhor para eu assistir no meu quarto.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR