Episódio 5

1636 Palavras
— Helen meu amor, estou tentando te encontrar há dias. Não acredito que finalmente te vi, minha rainha. Era Alexandro, o meu namorado há anos e o grande amor da minha vida. — O que você está fazendo aqui Ale? Questionei, tentando afastá-lo. — Eu já sei o que o seu pai fez. Isso me fez abaixar o rosto. — Ele entregou você a um monstro por meio de um contrato de casamento por dinheiro. — EU… — Não diga nada meu amor. Ele acariciou a minha bochecha. — Eu sei que ainda sou muito jovem, mas prometo tirar você daquela casa, basta me dizer que você ainda me ama e isso será o suficiente para mim. Fiquei olhando para ele por alguns segundos. Alexandro era meu namorado desde que comecei a escola, e eu o amava muito, o amava mais do que eu poderia imaginar. Ele era um asiático moreno com feições fortes e olhos cor de mel. O que me chamou a atenção nele foi seu grande amor pelas pessoas, a sua paciência e o lado positivo de ver todas as coisas. — Claro que te amo, meu amor. Respondi sinceramente. Ele me agarrou pelo pescoço e me beijou. A princípio tive vontade de resistir, mas depois de alguns segundos me deixei levar por aquele beijo caloroso. As suas mãos viajaram para minhas costas e ele me apertou com força, então se separou de mim para me olhar diretamente nos olhos. — Vou tirar você daquela casa, eu prometo. Ele me deu um beijo curto na boca e saiu. Camilo chegou imediatamente. Eu estava chateada, o meu batimento cardíaco estava tão alto que eu jurava que todos ao meu redor podiam ouvir. — Senhorita, você já deu o passeio? Temos que ir, o patrão a quer cedo para a comemoração. Balancei a cabeça e o segui, com um nó na garganta. Alexandro estava viajando com os pais quando soube do casamento e, embora ele me enviasse cartas dizendo o quanto sempre me amou, nunca respondi porque sabia que a saúde da minha mãe estava em primeiro lugar. Espero que eles estejam cuidando de você, mãe. Pensei, já que o meu sacrifício foi por ela. Entrei no carro chocada com o ocorrido, fiquei agradecida por Camilo não ter me visto, afinal eu era casada e não queria problemas com o meu marido. Não até a minha mãe fazer a cirurgia. Quando cheguei na mansão e entrei no meu quarto, havia um enorme buquê de rosas pretas. Fiquei muito assustada ao vê-las, mas mesmo assim peguei o cartão com atenção e li a descrição. Do seu querido marido Dylan. Apertei o cartão com raiva, não sabia o que aquele homem estava tentando fazer me levando aqueles tipos desagradáveis ​​de rosas. Se ele queria brincar comigo e me tratar como lixo, por que se casou comigo? Ele era um daqueles homens que gostava de ver outras pessoas sofrerem? Eu estava pensando profundamente quando Marina entrou no meu quarto. — Preciso que você se prepare, os nossos amigos já começaram a chegar e o meu irmão não gosta de atrasos. — Onde deixaram todas as sacolas das minhas roupas para escolher um dos vestidos que trouxe? Perguntei ao perceber que as sacolas com as roupas não haviam sido levadas para o meu quarto. — O meu irmão te mandou esse vestido e esse salto, ele quer que você use essas roupas. Olhei para o vestido que Marina tinha nas mãos. Era um vestido amarelo horrível e os saltos eram de um verde chocante. — Tem certeza que Dylan me pediu para usar essas roupas? Perguntei confusa. Não entendi porque ele me fez comprar tantas roupas se ele iria escolher o que eu iria usar. — Sim, são ordens rígidas e é melhor você não irritá-lo. Depois que me vesti, Marina fez a minha maquiagem. Ele pegou o meu cabelo e fez um coque estranho nele, e embora eu tivesse insistido para deixar o meu cabelo solto, ela me disse que não, que eram ordens do seu irmão. Eu estava chateada. Como pude ser tão sexista a ponto de controlar a maneira como deveria me vestir? O muito estú*pido... Marina não tinha me deixado me ver no espelho, alegando que já era tarde e que Dylan odiava atrasos, então, sem ver como tinha ficado a minha maquiagem, desci as escadas para chegar à sala. Achei mais discreto descer de elevador, mas minha querida cunhada havia dito que Dylan havia pedido para descer de escada. À medida que descia cada degrau, um por um dos olhares estranhos que havia naquela sala pousaram sobre mim. Alguns com pavor e outros com pena. E Dylan, que antes de me ver sorria com outra pessoa, ficou chateado, tanto que as veias da sua testa se destacaram visivelmente. Assim que terminei de descer as escadas, Dylan se aproximou de mim, irritado, e agarrou as minhas mãos para me arrastar até o nível dele. — Que po*rra você pensa que está fazendo?! Você quer me fazer de bobo, não é?! As suas mãos apertaram as minhas com força. — Do que você está falando, Dylan? Me solta, você está me machucando. Sussurrei, prestes a chorar. — Das suas roupas, da sua maquiagem. Você parece uma palhaça! Você está me envergonhando! — Foram suas ordens! Gritei enquanto me libertei do seu aperto com raiva para ir para o meu quarto. Comecei a chorar muito, estava com muita raiva. Depois de me ordenar que me vestisse assim, ele me tratou como uma louca na frente de aproximadamente quinze pessoas. Na verdade, aquele homem era um monstro, uma pessoa sem o menor sentimento de misericórdia. Depois de vários minutos de soluços pude ouvir Dylan gritando, correndo até todos na festa e jogando objetos onde queria. Eu estava com medo de que ele viesse ao meu quarto e descontasse em mim. Eram onze da noite quando a empregada Margarida entrou no meu quarto para me acordar. — Senhora, acorde. Ela tocou o meu ombro suavemente. — O que? Eu disse sonolento. — O Senhor está esperando por você no quarto dele. Ele mandou você descansar com ele e ajudar a dar banho nele, ele não quer que ninguém faça isso, só você porque é seu dever de esposa. Agarrei a minha cabeça frustrada ao perceber que ainda estava com o penteado de um tempo atrás. — Deixe-me trocar de roupa, e já irei. A minha voz tremia de nervosismo. Tirei o coque e me olhei no espelho para tirar a maquiagem. Estava horrível mesmo, até me senti meio-estranha com a minha aparência. Mas não pude deixar de esquecer que ele havia sido humilhado na frente de todos. Limpei o rosto e fui para o quarto do meu querido marido, batendo na porta com as mãos trêmulas. — Posso entrar? Perguntei com a voz quebrada. — Entre. A voz rouca de Dylan foi ouvida do outro lado da porta. Assim que o vi na cadeira de rodas com o olhar perdido na fotografia que tinha da mulher e da criança, saiu acidentalmente dos meus lábios uma pergunta que mais tarde me arrependi de ter feito. — É sua esposa e o seu filho? Eu instintivamente cobri a minha boca quando percebi o que eu havia perguntado. Ele me olhou por alguns segundos com olhos brilhantes e depois respondeu: sim, são eles. Ele olhou para baixo. Ele estava triste. Os seus olhos pareciam tristes. Queria abraçá-lo para consolá-lo, não sabia que o monstro de Dylan Mayora tinha sentimentos, mas aparentemente ele tinha. — Ainda com essas roupas? Ele perguntou, quebrando o gelo. — Eu não tenho roupas. Dei de ombros, descartando. A expressão no seu rosto mudou de tristeza para raiva em questão de segundos. — Mandei você comprar tudo o que precisava. Ele cerrou os dentes de raiva. — Sim, mas não levaram para o meu quarto. Não sei onde deixaram todas as bolsas. Eu expliquei. — Vou ligar imediatamente para Margarida e exigir que ela traga as suas roupas para o nosso quarto. É óbvio que elas deveriam tê-la trazido para cá, já que você dormirá aqui de agora em diante. Eu ia interrompê-lo, mas ele não parou. — E não me importo se você não concorda, é sua obrigação. — Só ia dizer para não ligar para Margarida, a coitada deve estar cansada, e amanhã será outro dia. — Bem, você pode se trocar e usar algumas das minhas roupas, afinal sou seu marido. O seu olhar era frio, as suas palavras eram secas. Balancei a cabeça porque era muito desconfortável andar com aquele vestido. Dylan me disse onde procurar nas suas roupas algo que servisse. Optei por colocar uma camisa de algodão branca que chegava quase até os meus joelhos. Embora eu não pudesse ver porque ele estava numa cadeira de rodas, Dylan era alto, muito alto. — Você pode tomar banho se quiser. Ele murmurou. Falei e fui para o banheiro, eu sabia onde estavam os produtos de higiene já que dormi naquele quarto na primeira noite. Depois de tomar banho e vestir a camisa de Dylan no banheiro, saí para ajudá-lo com as roupas também. — Sr. Dylan, estou pronta, vou ajudá-lo, ok? Ele assentiu e com as mãos trêmulas comecei a tirar a sua roupa. Primeiro comecei pela camisa, as suas costas expostas causaram uma corrente nas minhas costas. Apesar de ter visto Alexandro seminu, nunca senti aquela sensação eletrizante no corpo. Depois de deixá-lo de cueca, levei-o ao banheiro. Ele me disse para ajudá-lo a entrar na banheira, e com muito esforço eu o fiz e depois saí e esperei que ele me dissesse que estava pronto para se vestir. ‎​​‌‌​​‌‌​‌​‌​​​‌​‌‌‍
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