Alessandro Ferraz Montemor Os dias passaram como borrões. Empresas. Planilhas. Reuniões. Delegacia. Relatórios. Interrogatórios. Sentei à frente de mais um bandido de meia-tigela hoje. Acusado de envolvimento com o tráfico. Do tipo que mente até quando pede um copo d’água. — Quem tá por trás? — perguntei pela terceira vez. — Não sei do que o senhor tá falando. Nada. Nenhuma informação útil. Levantei da cadeira com raiva contida. Fechei o bloco de anotações. Saí da sala deixando o detetive de plantão terminar a frustração por mim. Voltei pra casa já quase meia-noite. Silêncio. Luzes apagadas. Sapatos chutados pro canto. Fui até o bar. Peguei a garrafa de uísque mais velha que tinha. Joguei dois dedos no copo. Depois mais dois direto na garganta. Cai no sofá como qu

