capítulo 47

1206 Palavras

MAXIMILIANO O carro parou diante do hotel. As luzes refletiam nos vidros como se o mundo lá fora fosse outra realidade. Aqui dentro, só existia o silêncio pesado, o cheiro dela misturado ao meu, e o gosto amargo da lembrança do banheiro ainda preso na garganta. O motorista abriu a porta, e eu desci primeiro. Estendi a mão pra Jamile, mas não como um gesto educado. Foi ordem. Ela hesitou por um segundo, e eu estreitei os olhos até sentir os dedos dela se entregando aos meus. Atravessei o saguão com a mão firme nas costas dela, guiando, possuindo. O salto dela marcava no piso de mármore, mas cada passo era ditado pelo meu ritmo. Os olhares que caíam sobre nós eram só confirmação: não éramos dois, éramos um corpo só. E eu fazia questão de deixar claro que esse corpo já tinha dono. O eleva

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