capítulo 21 continuação

929 Palavras

MAXIMILIANO (hall de vidro, relógio duro, teste sem abraço) 7h58. O hall estava frio como sentença de juiz. Mármore limpo demais, vidro reluzindo demais, o cheiro de café queimado vindo da copa como um lembrete de que nada naquele prédio era acolhedor. Do lado do totem, o relógio digital piscava 07:58 como um fiscal impaciente. Foi nesse exato segundo que ela chegou. Saia creme justa, blusa preta fechada até o ponto certo, cabelo preso alto. O eixo dela andava sozinho, como se cada passo fosse planejado pra medir território. Eu vi de cima a baixo num flash, rápido não por falta de vontade de demorar, mas por disciplina. Desejo é cachorro: late alto se soltar da coleira. E eu mantenho na guia. Virei o rosto como quem confere catraca. E cortei, seco: — Pontualidade é o mínimo. Hoje não

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