Após ler várias vezes o papel o rapaz continuava tentando assimilar o que havia ocorrido em tão pouco tempo para destruir um patrimônio bilionário e só uma coisa vinha na sua cabeça.
Dívidas de jogo e futilidades.
Seu pai era um mestre em gastar tudo que ele tinha em jogos e o pior, em futilidades, Carmo havia herdado o vício do pai só que de uma forma controlada e isso nunca o afetou.
Entretanto agora não era mais momento de ficar se perguntando o que havia acontecido para chegarem a esse ponto e sim de tomar uma decisão para recuperar o que foi perdido, não seria fácil mas ele tentaria a todo custo.
- Não conte isso a ninguém, principalmente aquele coloio de empregados fofoqueiros ok? Se você abrir a boca você perde o seu emprego - ameaça bufando de raiva e a garota debocha.
- Já está perdido não é? Por que trabalhar para não receber é a mesma coisa que não ter um emprego - fala de forma prepotente e ele responde:
- A tabela de pagamentos não será afetada amenos que alguém seja demitido, vamos eu vou te levar pra casa - coloca o papel no sofá e vai até a porta.
- Não precisa, eu vou sozinha - abre a porta mas ele a segura e diz.
- Você não vai sair daqui nessa chuva e pra o subúrbio da cidade sozinha.
- Eu vim e não aconteceu nada, e até parece que um Playboy como você vai me defender em algo.
- Cala a boca, e me respeita.
- Tchau... Senhor Jansen?
- Violeta... Acho que veio aqui dar a temida notícia não?
- Exatamente, segure essa fera que eu já fiz muito mais do que a minha obrigação.
- Eu vou levar ela para cada padrinho, Jajá eu volto.
- Pode ir conversar com ele, eu não quero a sua companhia.
- Não é um pedido, é uma ordem.
- Eu não estou no meu expediente...
- Querida é tarde, acho melhor aceitar a ajuda deste chato.
- Só por que o senhor pediu... Vamos logo.
- Obrigada padrinho, até mais.
- Até filho.
Ele pega a chave do carro e vai com ela até o estacionamento, ela indo no banco de trás e ele no da frente incomodado por ela não estar no banco ao lado entretanto indo até o mundo dela ele tem um choque de realidade e percebe que ele reclamava por nada.
- Chegamos - avisa olhando o celular - Violeta! - grita e ela acorda.
- Obrigada - tenta abrir a porta mas o sono não deixa.
Ele sai e abre a porta, ela acaba saindo do quarto e vai até a sua casa caindo de sono, ele fica um tempo lá observando tudo e vê algumas crianças pela rua com roupas maltrapilhas e pensa que as vezes pessoas do nível dele dá roupas milionárias para uma criança, o rapaz se sente mais tocado ainda quando vê uma garota recolhendo latas com a mãe e se pergunta como seria se a sua irmã vivesse daquela forma, totalmente tocado ele desce do carro e vai até a senhora, lhe entrega uma quantia e vê os olhos dela brilharem mais que os diamantes da mina que o pai dele tinha na África.
- Que deus multiplique - agradece emocionada.
- Eu estou precisando mesmo - pensa voltando para o carro e indo embora dali.
Ao chegar no seu apartamento ele flagra Jansen dormindo, estava cansado então não iria incomoda-lo para falar de um assunto daquele afinal a saúde do seu padrinho lhe importava muito mais.
Ele o cobre com um cobertor e segue até o seu quarto onde toma um banho e apaga na cama da mesma forma que saiu do box, acordando no dia seguinte e este seria um dos mais impactantes da sua vida.