O sol daquele início de semana era dourado, quase cerimonial, como se até o clima soubesse que faltavam apenas cinco dias para o meu casamento com Claire. Os dias passavam em ritmo de contagem regressiva, e a cidade parecia mais viva, mais barulhenta, mais cheia de planos. Ou talvez fosse eu que estivesse diferente — mais atento a cada passo dela pela casa, ao jeito como dançava sozinha enquanto preparava chá verde na cozinha, ao modo como me acordava com beijos na testa e me chamava de “senhor Hikari”, fazendo referência ao nosso restaurante recém-inaugurado.
Claire estava em tudo.
No toque dos talheres que escolheu com tanto carinho para o casamento, no aroma da vela de jasmim que acendeu no banheiro naquela manhã, nas playlists que criava e mandava no meu celular com o título “pra toc
