Dois meses. Foi o que Daniel anunciou com entusiasmo, batendo palmas, o rosto iluminado por um brilho que eu não via há tempos. Estávamos todos na sala de jantar da casa dos nossos pais — o lugar que, por algum milagre do destino, conseguia reunir novamente os mesmos rostos, mesmo depois de tudo.
— Dois meses! — ele repetiu, levantando a taça. — E dessa vez, ninguém vai me impedir de me casar com o amor da minha vida.
Letícia sorriu, mas era um sorriso ensaiado. Treinado. Eu reconhecia aquele tipo de expressão. Já tinha visto no espelho.
Claire bateu palmas com empolgação, agarrando meu braço e quase me puxando pra cima da cadeira.
— E a gente vai casar logo depois, né, amor? Três meses! Vai ser tipo uma maratona de casamentos! — Ela riu alto, soltando um gritinho eufórico. — Seus pais
