Capítulo 6

1118 Palavras
Olhei para Caio e por um instante não entendi o sentido de toda essa confusão. Tentei me aprofundar em seus olhos, para tentar decifrar o sentido de ele ser assim. Pois foi aí que eu percebi que ele era apenas um mimado, ou talvez decifra-lo embriagado não seria a melhor forma de descobrir os seus atos invasiveis. Me aproximei dele, eu ainda continuava falando como se eu fosse maior que ele. Visto que, ele achar que está em algum tipo de poder sobre mim era absurdamente inautêntico. - Irei para o meu quarto. Pois amanhã terá aula... Melhor fazer o mesmo, Caio. Esbarrei propositalmente em seu ombro, de forma provocativa. Porém o seu ego ferido foi maior que ele mesmo, pois Caio segurou fortemente os meus braços, me impedindo de andar e encarou-me furioso. Mas não demorou segundos para que me soltasse e virasse as costas.Não irei negar que eu sentia um pequeno medo dele. O meu pai certamente deveria ter algum tipo de problema! m*l cheguei de viagem e de repente ele decide viajar e me deixar sozinha com alguém que eu m*l conheço? Eu não dúvido das capacidades irresponsáveis e perigosas do Caio. Mas com certeza eu não irei mostrar medo e fraqueza a esse idiota.Fui para o meu quarto e sentei me em minha cama. Fiquei parada olhando para a parede, pensando em algo bom que estaria por vir, como por exemplo a minha voltar para Nova York. Olhei para uma caixa guardada embaixo da minha escrivaninha, ela era verde água e era decorada de desenhos de livros na borda. Mordi os lábios estando confusa, quando eu me sinto m*l, eu escrevo. Escrevo muito, mas desde de que cheguei em Nova York, é como se tivesse alguém segurando os meus dedos me impedindo de escrever qualquer tipo de sentimentos no papel, e eu me sinto completamente inútil e sufocada quando eu não escrevo! É como se sempre faltasse uma parte de mim, mas eu simplesmente não podia evitar estar desconectada do mundo ilusório que eu havia inventado por anos em minha cabeça, enquanto criava a história de uma garota em Nova York. Eu poderia escrever sobre mim, mas o que eu escrevia? Sobre a minha rivalidade com o meu irmão postiço? Certamente esse final não levaria em nada. Ou levaria em um final trágico de quem mataria primeiro um ao outro. Mas caso ele me matasse eu não estaria aqui para contar o final. Bufei nervosa, me jogando na cama e esquecendo o fato de que o meu computador e os meus cadernos de poesias estavam naquela caixa da cor verde água. Fechei os olhos por um momento, apenas por um leve momento, e subitamente o meu despertador foi tocado em um volume extremamente alto, fazendo me cair no chão. - O quê? O que aconteceu? - Perguntei assustada. Então percebi que era o despertador para eu ir a escola. Coloquei as mãos em meu peito. - Jesus Cristo! Que susto. A um segundo atrás eu só havia fechado os olhos. Levantei do chão rapidamente e fui abrir a porta do quarto para ir ao banheiro, e para minha infelicidade o Caio saiu do quarto ao mesmo tempo, ele me encarou com aqueles olhos entreabertos devido ao sono e sem camisa.E então os meus olhos foram fuzilados para a porta do banheiro, e depois para ele novamente. Saímos correndo ao mesmo tempo. - Saí! Dessa vez sou eu quem irei tomar banho primeiro! - Gritou ele para mim. - Você nem toma banho! Saí Caio! - Respondi aos gritos enquanto ambos tentavam ultrapassar o banheiro como se fosse uma corrida, mas o único resultado era ambos presos na porta colados um ao outro. Então com não tanta força ele me empurrou ao chão e trancou a porta. - Te odeio! Muito! Cruzei os braços irritada e senti a minha barriga doer devido a fome. Desci as escadas e tentei fazer panquecas, mas eu não sou muito boa em cozinhar. Porém tentei mesmo assim, olhei a bagunça ao redor da casa, ainda da festa de ontem. Mas mesmo assim peguei uma frigideira para fritar as panquecas que eu tentaria fazer, copiei os ingredientes da internet e logo em seguida já tentei jogar a massa na frigideira. Respirei fundo e deixei as panquecas ali e fui na sala procurar uma música para escutar enquanto cozinhava, mas eu apenas sentia é nojo daquela bagunça com alguns copos jogados na sala. Cruzei os braços e tentei procurar uma música mas não estava achando nada de legal para escutar. - Eu vou achar algo! Continuei e nada. Então decidi colocar uma música aleatória, então de repente comecei sentir um cheiro de fumaça forte, automaticamente meus olhos se arregalaram e fui correndo até a cozinha. Por alguns minutos eu havia esquecido da comida, d***a. Gritei ao ver a fumaça espalhada pela cozinha, tentei abrir a janela e os ataques de tosses foi atingida em cheio em mim, já que eu tinha asma, olhei a frigideira pegando fogo. - Caio, Caio me ajuda! - Gritei ao ver o fogo grande na panela. Tentei apagar com um pano mas foi inútil. Minha respiração parecia estar se trancando aos poucos. d***a de asma, a falta de ar estava atacando mas eu precisava apagar aquele fogo que aos poucos poderia de tornar pior.Quando de repente tudo começou se tornar lento. Quando tentei sair da cozinha, automaticamente ficou tudo preto. Caio Fui colocar o uniforme do colégio, quando senti um cheiro forte de fumaça.Ajeitei minha gravata. - Meu deus mas que cheiro é esse? - perguntei a mim mesmo. Quando no mesmo instante lembrei da Zoe. Saí correndo do quarto e vi a fumaça nas escadas. Cheguei a cozinha assustado vendo aquele fogo na frigideira pegando quase no teto. Tentei apagar com um extintor de incêndio que havia pendurado no quarto de limpezas da casa. Dificilmente tem um extintor de incêndio em uma casa, mas depois do último incêndio que tivemos com a vovó que foi fazer bolo, minha mãe achou que seria necessário termos esse nível de segurança em nossa casa. Apaguei as chamas com o extintor e respirei aliviado com aquilo, porém meu alívio sumiu assim que eu trombei com um corpo no chão. - Jesus Cristo! Ela morreu? Zoe! - Gritei quando vi a garota no chão desmaiada. - Zoe? Zoe acorda! - falei dando leves tapinhas em seu rosto. - Garota se você acordar eu prometo não implicar mais com você. Por um momento até achei que poderia ser brincadeira dela. Mas ela realmente estava desmaiada. Então sem pensar duas vezes eu peguei a pirralha no colo junto com as chaves da casa e do carro e a levei para o hospital.
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