- Está com o cinto direito, Diego? - Sim, mamãe. Foi meu último dialogo com ela. Eu tinha nove anos e lembro como hoje. Estávamos saindo de casa para visitar uma tia no sitio quando um rapaz gritou que era um assalto. Após isso só ouvi tiros. Até hoje eu tenho pânico de armas. Naquele evento de dor única, muito sangue foi jorrado. Estava sentado ao lado da minha mãe que jazia ali com os miolos expostos de maneira brutal. Envolvido pelo seu sangue que ainda estava quente. O sangue cobria meus olhos, dava uma tonalidade vermelha ao mundo. O sangue enegrecia meus dentes, até mesmo minha boca tinha. Havia um gosto amargoso. Havia um cheiro de óleo que só o sangue humano tem. Escrevo isso e me lembro do som dos disparos. O medo toma conta de mim mesmo após vários anos... Deus... O som... Dei

