Caio Narrando Peguei o lanche e larguei no sofá antes de andar pro quarto da minha mãe. Abri a porta devagar, sem fazer barulho, e dei de cara com Dona Marta dormindo tranquila na cama. No sofá ao lado, Clara tava sentada, mexendo no telefone, toda enrolada na coberta. O ar-condicionado tava no talo. Franzi a testa e falei baixo: — Que isso, pô? Polo Norte? Ela sorriu de canto e apontou pra minha mãe, como quem dizia que foi ela que mandou deixar assim. Balancei a cabeça, rindo de leve, e fui até a cama. Me abaixei um pouco e beijei a testa da minha mãe com carinho. — Te amo, véia… — murmurei, sabendo que ela provavelmente não ia ouvir. Clara me olhava, mas não disse nada. Ergui os olhos pra ela e assenti com a cabeça. — O lanche chegou, pô. Bora lá? Ela piscou, como se demor

