Lilia Narrando A vida nunca foi fácil pra mim. Nunca tive nada de mão beijada, nunca fui mulher de depender de ninguém. Mas eu confesso que, quando casei com o pai da Sabrina, eu tinha esperança de que as coisas iam ser diferentes. A gente se gostava, se dava bem no começo, mas depois… depois foi só ladeira abaixo. Ele começou a me trair. Primeiro, foi uma vez. Eu descobri, chorei, perdoei. Depois, veio outra. E outra. E outra. Até que chegou uma hora que eu olhei pra mim mesma no espelho e pensei: até quando eu vou aceitar isso? Eu tinha medo. Medo de criar a Sabrina sozinha, medo de não dar conta, medo de faltar alguma coisa pra minha filha. Mas medo nunca me fez abaixar a cabeça. Então, um dia, depois da enésima traição, depois de mais uma briga, depois de mais uma noite

