Dona Marta Narrando Meu coração ainda tava disparado. O que aconteceu aqui dentro da minha casa foi a gota d’água. Nunca gostei da Débora, mas nunca imaginei que ela ia passar dos limites desse jeito. Tocar em mim, me empurrar, fazer esse escândalo na minha casa, como se mandasse aqui. Eu tremia de raiva, mas também de preocupação. Porque eu conheço o Caio. Eu sei do que ele é capaz quando tá cego de ódio. E ele saiu daqui pronto pra fazer besteira. Passei a mão na testa, sentindo a tontura bater. — Ele vai fazer alguma coisa, Clara… — minha voz saiu embargada, cansada, com um aperto no peito. — Ele vai querer matar a Débora… Clara se aproximou, os olhos cheios de preocupação. — Dona Marta, calma… — Eu conheço meu filho, minha filha. — Balancei a cabeça, sentindo as lágrimas qu

