ANGELO
O lugar está enchendo e eu me sinto meio animado para esta noite. Já faz um tempo desde que senti qualquer tipo de excitação. Eu estou supondo que é um bom sinal, pelo menos.
A voz baixa de Malik ressoa ao meu lado. — Tenho um bom
pressentimento sobre esta noite. Estou me sentindo com sorte.
— Você sempre faz. — Eu rio, ele dá de ombros.
— Você faz sua própria sorte na vida, se aprendi alguma coisa, é isso.
Observamos duas garotas entrarem confiantes e examinarem a sala como se estivessem procurando por alguém ou algo. Seus olhos se fixam em Ivan, que está sentado no sofá parecendo já entediado, com os pés na mesa, bebendo uma cerveja. Elas cutucam uma a outra e seguem em sua direção, nós observamos com interesse quando elas param um pouco antes dele e hesitam. Ele olha para cima e eu reconheço as duas líderes de torcida da classe, rio para mim mesmo enquanto elas olham para ele com uma fome fascinada que ele deve estar acostumado a ver agora.
Ele não diz nada e apenas dá um tapinha nas cadeiras vazias ao lado
dele, como elas se sentam uma de cada lado, ele não diz nada e continua assistindo o jogo, quase como se elas nem estivessem lá.
— São elas para a noite.
— Você pensa?
— Talvez não. — Malik ri e eu aprecio o som. É tão obscuro e distorcido
quanto sua mente, de todos os meus amigos, acho que ele é o mais perigoso. Então, novamente, há Flynn, é claro. Ele é provavelmente o indivíduo mais fodido fora de uma instituição, é provavelmente por isso que é melhor ele permanecer nas sombras, certificando-se de que as pessoas certas entrem por aquela porta.
Nossas festas são lendárias no campus. Se você quer uma noite de escuridão, sem limites e uma caminhada no lado sombrio, então entre. Mesmo garotas como as líderes de torcida de aparência saudável ficam curiosas e algumas até voltam. O que posso dizer? Oferecemos um serviço incomparável. Ande com o d***o e ele corrompe sua alma, se você for muito azarado, ele a destrói.
— Então qual é o plano?
— Esperamos os jogadores aparecerem e a diversão começa.
— Joey, eu estou supondo. Por que ele?
— Ele me deve.
— Pelo quê?
— Ele teve um problema com um cara dando em cima de sua garota e não quer a merda que vem com a retaliação. Ele está esperando uma ligação de um representante de futebol e quer manter seu histórico limpo.
Malik bufa. — Então ele está fodido, porque esse cara é o filho da p**a
mais sujo que eu conheço.
Joey Zucker é o menino de ouro do time de futebol e aposta para ir longe. Ele está esperando por uma vaga na NFL e me procurou para lidar com um problema indesejado que o estava causando sofrimento. Problema resolvido, agora ele me deve e se ele perder esta noite, sua aposta é muito alta porque uma noite com sua namorada é o pagamento e não tenho certeza se ela já sabe disso.
Observamos com interesse enquanto o próprio homem entra, seguido de perto por sua namorada e dois de seus amigos. Eles não costumam frequentar nossas festas e posso sentir o nervosismo deles daqui. Eles fazem parte de um grupo diferente que mora ao lado. A casa do Baron onde ele mora com seus três amigos, Maxim, Duke e Gabriel. Seriamente carregados e os caras mais populares do campus, que dão as melhores festas e saem com as garotas mais atraentes. Todo mundo quer entrar em seu grupo, embora ainda haja uma fascinação mórbida com nosso antro do pecado que os faz ligar regularmente.
Pensando em Baron, eu me pergunto por que ele está lá. Seriamente distorcido e definitivamente mais um de nós do que deles, ele não consegue se conter, frequentemente segue nosso caminho para uma noite de prazer corrupto. Não tenho dúvidas de que ele estará aqui mais tarde. Ele simplesmente não consegue ficar longe e fora dos meus próprios amigos, ele é a única pessoa que eu suporto estar na companhia.
— Se prepare. — Malik ri e vejo Eden vindo em minha direção e sinto uma pontada de irritação com o olhar sensual em seu rosto. Ela está de olho em mim e tentou todos os truques do livro para chamar minha atenção. Nós ficamos uma vez e ela acha que isso compra meu anel de compromisso, ela tentou de tudo desde então para me tornar seu cara. Ela acha que intimidar os outros e provar que é a garota mais má do campus vai funcionar, enquanto ela passeia com seu top decotado e saia curta, ela já pensa que tem essa na bolsa.
Malik sussurra. — Você quer que eu a distraia?
Pensando em sua ideia de distração, seria quase divertido dizer que sim, mas tenho vontade de chutá-la para me tocar e dizer com um tom ameaçador em minha voz. — Não precisa, isso não vai demorar muito.
— Se importa se eu assistir.
— Seja meu convidado.
Ela me alcança e sorri com um olhar de saudade que muitos adorariam. Eu não. Não é o mesmo se elas me querem. Não estou em relacionamentos e é a perseguição que eu amo. O caçador perseguindo sua presa e indo para a matança. Isso é muito mais prazeroso e tê-lo apresentado a você repetidamente na maioria das noites fica entediante com o tempo.
— Eden.
— Angelo.
Ela faz beicinho sedutoramente. — Você está bonito.
Malik bufa ao meu lado, eu torço meus lábios em um sorriso e aceno. — Obrigado.
Ela olha ao redor da sala e diz baixinho. — Está ficando lotado aqui. Você gostaria de ir a algum lugar onde possamos, hum, conversar?
— Não. — Eu dou de ombros e bebo minha cerveja, amando a
insegurança em seus olhos enquanto ela tenta chamar minha atenção.
Ela olha nervosamente para Malik e então pega um pouco de coragem lá no fundo e se aproxima um pouco mais. — Você sabe, nós poderíamos ser bons juntos.
— Já fomos. — Dou de ombros e ela interpreta isso como um sinal de encorajamento e sorri, quase com alívio. — Também achei. Você gostaria de me fazer companhia esta noite?
— Não.
O olhar de raiva em seu rosto é rapidamente mostrado na porta enquanto
ela tenta disfarçar a dor em seus olhos e sussurra. — Por que não?
Eu dou de ombros. — Porque você simplesmente não é boa o suficiente, Eden. Vá e tente a sua sorte com outra pessoa. Não estou interessado.
— Você estava na outra noite, muito, se bem me lembro. Na verdade,
você se interessou três vezes.
Malik ri alto e ela olha para ele com raiva. — Eu disse algo engraçado?
Malik fica tenso ao meu lado e observo com interesse enquanto ele se aproxima e sussurra. — Cuidado com a boca e se afaste. Você não é mais necessária. Vá e encontre outra pessoa para brincar, porque, como o homem disse, você simplesmente não é boa o suficiente.
Devo admirar seu espírito porque ela se mantém firme e me encara com desafio brilhando em seus olhos verdes. — É isso que você quer, Angelo? Você quer que eu encontre outra pessoa para brincar porque não seria difícil?
— Acho que deixei minha posição clara, Eden. Corra e aproveite sua noite. Lembre-se de usar proteção. Eu odiaria que o cara acabasse na clínica depois.
— Seu desgraçado.
Ela parece à beira de um colapso e eu me sinto muito confortável com
isso e quando ela se vira, eu a vejo tropeçar pela sala sem a confiança de antes.
— Isso que disse a ela.
Malik soa como se gostasse do show e eu balanço minha cabeça. — Para
esta noite, de qualquer maneira. Ela vai voltar.
— Seu bastardo. — Malik ri de novo porque nós dois sabemos que se eu olhasse para ela de uma certa maneira, ela me perdoaria em um piscar de olhos, para ser honesto, isso está ficando velho. Ser mau é tão natural para mim quanto respirar e estou cansado disso. Não há desafios aqui. Não há motivos para tentar, é por isso que inventei minhas noites de pôquer. Isso torna a vida muito mais interessante, enquanto Joey vem em minha direção com sua linda garota na mão, sinto meu interesse aumentar porque Claudia Woodley é a garota mais bonita que já vi e parece muito nervosa quando os vemos se aproximar.
— E aí cara. — Joey passa o braço em volta dos ombros dela e a puxa
para perto, quase como se isso garantisse sua segurança.
— Você está pronto para o jogo mais tarde.
— Você está? — Eu encaro sua garota incisivamente e adoro como sua
pele empalidece sob a luz, ele lambe os lábios. — Eu meio que esperava…
— Não negociável. — Sou rápido em interrompê-lo porque ele conhecia os termos do nosso contrato e aquele era o seu anjo para sacrificar como pagamento. Eu removo a ameaça à sua imagem completamente limpa e ele me paga na mesma moeda. Não preciso de dinheiro e definitivamente não há mais nada que ele tenha a oferecer, adoro vê-lo balançar a cabeça em derrota ao perceber que não tem outra escolha.
Eu me pergunto se ele avisou Claudia sobre a noite que ela poderia ter e acho que não. Apenas a inocência em seus olhos enquanto ela nos encara com fascínio me diz isso e estou amando a sensação de poder que isso me dá, sabendo que não posso perder isso. Joey é bom no futebol, mas péssimo no pôquer, é por isso que esta noite será mais agradável do que a maioria quando eu assistir a derrota em seu rosto com cada carta exposta, levando-o ainda mais à conclusão de que sua garota pode muito bem ser de outro pela manhã. Não que eu os guarde, mas é duvidoso que ela volte para ele. Elas nunca o fazem quando são usadas como garantia para liquidar uma dívida do tipo mais depravado. Uma noite comigo e ela estará arruinada, mental e fisicamente, estou ansioso para começar.
CAPÍTULO CINCO
WINTER
Emma recuou para sua concha novamente após o ataque e me sinto m*l
por ela. O resto do dia ela tentou continuar, mas os olhares curiosos dos outros alunos chamaram a atenção para ela, que detesta isso. Ela gosta de se misturar ao fundo e continuar com seu dia, mas as notícias do que aconteceu antes simplesmente não desaparecem e ela agora é alvo de fofocas que a deixam nervosa.
No final do dia, ela se fecha em nosso quarto e fica de cabeça baixa, nenhuma persuasão pode desviá-la.
Sei que ela precisa de um tempo sozinha, então me pego andando pelo campus sem saber o que fazer a seguir. Ser nova é uma merda porque eu nem sei para onde estou indo, então decido me familiarizar com o layout do lugar e coloco meus fones de ouvido e começo a correr.
A atmosfera é diferente aqui à noite. Menos ocupado e mais relaxado. Grupos ficam por ali, rindo e indo para as várias casas espalhadas pelo campus. Eu me pergunto qual eu teria chamado de lar se estivesse aqui durante todo o tempo, em vez do bloco geralmente reservado para calouros, onde fui colocada com Emma, que definitivamente não se qualifica para uma casa de fraternidade.
Passo pela casa das líderes de torcida e sorrio para a madeira branca e os lindos vasos de flores posicionados de cada lado da entrada. Parece um lugar agradável de se viver, mas já sei que não me encaixaria. Não sou como elas e nunca serei. Não muito longe está o reservado para meninas que gostam de desafiar as coisas. Roupas, gênero e autoridade. Essas garotas ultrapassam os limites, tentam causar escândalos e estão sempre organizando protestos e causando confusão. Elas desafiam o sistema e expressam palavras iradas contra o estabelecimento. Eu definitivamente não me encaixaria lá.
Seguindo em frente, passo pela casa onde moram garotas como Emma e
me pergunto por que ela nunca ganhou um lugar lá. Estudiosas e brilhantes, essas garotas pretendem quebrar tetos de vidro, o que provavelmente me dá a resposta. Elas têm um certo tipo de confiança que falta a Emma e ficariam irritadas com seu temperamento nervoso e necessidade de permanecer anônima. Futuras CEOs e mulheres de negócios, elas não entenderiam uma garota como Emma, o que me deixa triste.
Minha atenção é atraída para uma casa onde os alunos parecem estar
reunidos esta noite. Situada ao lado, quase nas sombras e cercado pela escuridão. Música alta está tocando e eu estou supondo que há uma festa lá, a julgar pelo número de alunos indo para lá segurando punhados de cerveja e uma sensação de antecipação enquanto eles passam pelas portas.
De repente, vejo o amigo louco de Angelo, o de antes, observando um grupo entrar de sua posição na varanda. Encostado com uma cerveja na mão, parecendo tão animado quanto uma criança que o Papai Noel perdeu. Sentindo-me curiosa, eu me aproximo um pouco mais, enquanto pairo nervosamente no degrau, ele diz em um sotaque baixo e rouco. — Vire-se e vá embora, Winter. Aqui não é lugar para você.
Em vez de fazer o que ele diz, eu me aproximo e olho para o esquecido enquanto seus olhos escuros zombam de mim enquanto ele bebe sua cerveja com um lampejo de interesse em seus olhos.
— Obrigada por mais cedo.
Não sei por que estou agradecendo a ele por estragar o rosto bonito de
um cara, mas parece a coisa certa a fazer.
— De nada.
Ele acena com a cabeça em direção ao terreno aberto na frente da casa e
diz sombriamente. — Eu iria embora agora se fosse você.
— Mas você não é.
Com um pé no degrau, olho para ele com uma curiosidade ardente e mais uma vez admiro uma beleza que daria uma magnífica obra-prima.
— Por que você não está lá dentro?
— Talvez eu goste mais do lado de fora.
Ele parece quase humano enquanto me encara com interesse. — Ele não
quer você aqui.
Meu coração bate mais rápido quando ele se refere ao meu irmão, eu
aceno. — Eu sei.
— No entanto, aqui está você. — Ele ri baixinho e eu me aproximo um pouco mais. — Ele não pode me dizer merda nenhuma.
Isso faz com que um sorriso dance em seu rosto, o que me deixa sem fôlego. Eu poderia olhar para ele a noite toda porque esse cara é realmente magnífico.
— Tem uma para mim.
Eu aceno em direção a sua cerveja, ele balança a cabeça. — Não.
— Água então, você salvaria minha vida.
Eu sorrio e ele se inclina para frente, seus antebraços sobre os joelhos enquanto ele olha para mim com uma curiosidade mórbida. — Você não parece estar em perigo.
— Não estou? — Minha voz é rouca enquanto encaro os problemas, ele
se inclina para trás e sorri.
— Você já sabe disso, então por que perguntar?
Cheguei ao degrau mais alto, ele parece curioso mais do que tudo, eu aceno em direção ao banco em que ele está sentado. — Posso?
— Provavelmente não é uma boa ideia.
— Você diz isso como se eu me importasse com isso. Noticia rápida, eu
não.
Ele encolhe os ombros e se move para a borda, permitindo-me espaço e enquanto me sento, sinto como se tivesse vencido uma batalha que muitos não sobrevivem.
— Obrigada novamente por mais cedo.
— Como está sua amiga?
Sua pergunta me surpreende porque ele não parece ser do tipo atencioso.
— Ela está bem, eu acho. Um pouco abalada, mas ela vai sobreviver.
— Desgraçado.
Acho que ele está se referindo ao cara que bateu o armário na cara dela e
eu aceno. — Ele é.
Por um momento, ficamos sentados em silêncio e então pergunto. — Por
que você a ajudou?
— Eu odeio valentões. — Isso me faz rir alto, ele ergue a sobrancelha. — Algo divertido para você, irmãzinha.
— Você. Acho que você poderia ensinar um valentão a aperfeiçoar seu
ofício. Dificilmente o descreveria como um cavaleiro de armadura brilhante.
— O que você acha de mim?
Ele parece quase curioso, eu digo baixinho. — Alguém que não quer
admitir que tem coração.
— Você acha que tem um coração aqui?
Ele dá um tapinha no peito e ri. — Vazio, menina. Não há nada lá,
exceto escuridão. Adivinhe de novo.
— Você gosta de Emma. Isso é um começo, pelo menos.
— Não gosto de ninguém.
— Besteira.
Ele ri baixinho enquanto eu digo com cuidado. — Eu vi o jeito que você
olhou para ela fora do escritório do diretor e você não iria resgatá-la se não sentisse nada.
— Se você quer acreditar nisso seja minha convidada, mas você está tão
longe da verdade, isso me diverte.
— Então me diga.
Um grupo barulhento de alunos se aproxima e ele diz em voz alta. — Ei.
Seus rostos caem quando o veem observando-os e imediatamente a atmosfera fácil escurece. Ele diz com voz rouca. — Pegue um pouco de água para a senhora, você tem dois minutos.
O grupo acena com a cabeça e empurra para dentro, quase com alívio, eu rio. — Todo mundo faz o que você diz?
— Bastante.
Quase imediatamente, uma garota volta com uma garrafa de água e me entrega com um sorriso tímido carregado de curiosidade. — Oi. — Ela sorri e eu retribuo. — Obrigada.
— Vai.
Sua voz curta a faz correr, eu suspiro. — Isso foi rude.
— Eu não me importo.
Grata pela água, eu a engulo e expiro com alívio. — Como eu disse,
você é um salva-vidas e eu nem sei o seu nome.
— Flynn, também conhecido como O Anjo.
Desta vez, eu rio alto. — Por quem?
— Quase todos.
— Por que eles te chamam assim?
Ele dá de ombros. — Pergunte a eles. Eu não poderia dar a mínima.
— Então, Emma. — Estou ansiosa para cavar um pouco mais fundo. — Você gosta dela.
— Eu não.
Ele sorri. — Se alguma coisa, ela me fascina. Um potencial projeto para passar o tempo. Alguém para persuadir a sair de sua concha e assistir queimar diante dos meus olhos. Alguém que nunca teve a chance de andar no lado selvagem e alguém que quebraria ou se manifestaria em algo de grande beleza por causa do que eu posso fazer. Esse é o interesse que tenho por sua amiga, seria passageiro. Uma noite apenas e depois perco o interesse. Nunca repita a performance e isso, minha querida Winter, é o único interesse que tenho em sua amiga.
Suas palavras me fazem rir e ele parece curioso. — Algo divertido para
você?
— Sim. Apenas o pensamento de Emma em qualquer lugar perto de você
é tão delicioso que valeria a pena, apenas ver o olhar em seu rosto. Você a apavora e imagino que ela morreria primeiro de um ataque cardíaco. Ela simplesmente não sobreviveria.
— Então você lança um desafio interessante.
— Não estou emitindo nada. Fique longe de Emma. Ela tem planos.
— Como o quê?
— Harvard, por exemplo, ela não precisa de distrações.
— Só uma noite, Winter.
— Do qual ela pode nunca se recuperar.
— Essa é a parte mais interessante. Observar como elas lidam com o que
acontece.
— Por quê?
— Você sabe por quê. — Ele olha para mim severamente. — Você vive esta vida e sabe como ela funciona. Nós distraímos nossas mentes apenas para sobreviver. Se eu fizer uma pessoa se sentir bem consigo mesma por um breve momento, ficarei feliz. Alguém como Emma, alguém que nunca dá um tempo.
Eu o encaro surpresa. — Então você é um anjo.
— Suas palavras, não minhas.
Outro grupo de alunos sobe os degraus e ele grita. — Virem-se e vão embora.
Eles param como se estivessem congelados, ele diz sombriamente. — Agora.
Eles nem mesmo o desafiam, vão para as sombras e eu sussurro. — Por
que você fez isso?
— Porque eles não sobreviveriam.
— Sobreviver a quê?
— Uma das nossas festas. Sabe Winter, é melhor para algumas pessoas ir embora para a sua própria sanidade. Esse grupo é vulnerável. Facilmente conduzido e sujeito a fazer qualquer coisa apenas para se encaixar. Corruptível e isso, minha querida Winter, arruína vidas. É melhor mantê-los afastados para sua própria proteção.
Por alguma razão, suas palavras trazem lágrimas aos meus olhos, porque agora entendo por que o chamam de Anjo e digo em um sussurro. — Então você tem um coração, Flynn. Você simplesmente não quer reconhecer que está lá.
Ele se recosta em seu assento e esvazia a garrafa antes de colocá-la na mesa ao seu lado, onde noto pelo menos seis outras. Seus olhos brilham na escuridão enquanto ele diz com uma voz rouca. — Conversa encerrada. Vá para casa antes que escureça.
Duvido que ele esteja se referindo ao céu e estremeço por dentro. Só de pensar nos jogos fodidos que esse cara provavelmente gosta me deixa determinada a manter Emma bem longe dele. Duvido que ela sobreviva sendo um de seus projetos e acho que ele sabe disso, é por isso que ele me disse o que aconteceria se ela chegasse perto dele.
De pé, aceno em agradecimento e coloco a garrafa ao lado de sua
coleção de garrafas vazias.
— Obrigada. Pela água e pela conversa.
Ele dá um meio sorriso. — Só uma vez, irmãzinha.
Enquanto corro no meu caminho, sorrio para mim mesma. Eu gosto de Flynn. Há algo nele que toca a alma de uma mulher e me deixa curiosa sobre sua vida fora da Rockwell Academy. Talvez eu pergunte a Angelo um dia, mas talvez seja melhor eu nunca descobrir, porque acho que a vida dele é tão fodida quanto a minha.