Venha Jantar

890 Palavras

Don Castilho acomodou-se em sua poltrona de couro escuro, o olhar fixo na janela do escritório que se abria para a vastidão de oliveiras que balançavam suavemente sob o céu crepuscular da Sicília. A fumaça de seu charuto subia em espirais preguiçosas, impregnando o ar com o aroma pesado e familiar que havia sido sua companhia por décadas. Ele pegou o telefone antigo em sua mesa, um aparelho que zumbia com uma aura de antiguidade e poder, e discou lentamente o número que conhecia de cor. Era a linha direta para Mateo, seu filho e herdeiro, a quem ele moldara com as mãos firmes da experiência e do medo. Mateo atendeu no segundo toque. Sua voz era fria, controlada, mas o Don percebeu a leve pausa que indicava surpresa. O velho Castilho sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos. “Mateo,

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR