Ayla

1464 Palavras

Eu fiquei ali, deitado, com o corpo ainda anestesiado pela morfina e a mente começando a clarear. O quarto tava silencioso, só com aquele bip constante da máquina marcando meus batimentos, como se me lembrasse que, apesar de tudo, eu ainda tava vivo. A porta do quarto tava entreaberta. A luz do corredor invadia de leve, e eu escutava vozes. Era um burburinho abafado no início, mas logo foi ficando mais nítido. Reconheci a voz da Ayla. E de mais duas mulheres que deviam ser enfermeiras também. Elas falavam baixinho, mas com a calma de quem achava que o paciente tava dormindo. — "Cê viu o que passou na TV? A polícia invadiu aquela favela ontem à noite. Disseram que tinha traficante até com fuzil na mão. Um tiroteio dos infernos." — comentou uma voz estranha, mais aguda. — "É... disseram q

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR