JACE
O relógio já tinha passado das sete e nada da Bela mandar mensagem. Ela sempre avisava quando saía da faculdade, quando pegava o busão, até quando chegava no trampo. Era uma rotina dela, um jeitinho de me deixar mais tranquilo. Só que agora… silêncio total.
Tentei não surtar, juro. Vai ver o celular descarregou, vai ver esqueceu de avisar, vai ver tá só na correria. Mas o “vai ver” já tava me consumindo.
Liguei. Chamou até cair na caixa.
Liguei de novo. Nada.
Comecei a suar frio.
— Paco, tu tá com a Bela? — perguntei direto no viva-voz, enquanto andava de um lado pro outro na sala.
— Não, mano. Era hoje que ela ia gravar mais com a gente? Achei que ela tava contigo.
— Não, ela foi pra faculdade, depois passar no quartinho antigo pra pegar umas paradas... — minha voz embargou.
