Alice Narrando A agulha já tava no meu braço quando ouvi passos na porta. Nem precisei olhar pra saber que alguém tinha parado ali. Mas a curiosidade me venceu. Virei o rosto devagar, como quem não quer nada, e dei de cara com ela. A mulher do Hell. Parada ali, me encarando. Senti meu corpo gelar por dentro. Ela não disse nada, só me olhava, tipo querendo descobrir quem eu era de verdade. Eu virei o rosto de volta e fechei os olhos. — Tô fazendo isso pelo meu pai, só por ele, apenas por ele — sussurrei baixinho, pra mim mesma, tentando ignorar o peso daquele olhar queimando minha pele. Fiquei repetindo isso na cabeça como um mantra, porque se eu deixasse o coração falar, ia desabar ali mesmo. Eu sabia que tava fazendo a coisa certa, mas a verdade doía. Quando abri os olhos de novo,

