Acordei com uma dor nas costas tão forte que m*l consegui sentar na cama. Fiquei ali uns minutos tentando respirar fundo, como se aquilo fosse aliviar alguma coisa. Não aliviou. A barriga pesava como nunca. As pernas inchadas. O colchão parecia ter virado concreto. E o pior: nem vontade de chorar eu tinha mais. Só um vazio. Um silêncio. Um nó. JL já tinha saído. De novo. Ele nem falava mais “tô indo”. Só sumia, deixando o cheiro do desodorante pairando no ar, como se isso fosse presença. Levantei com dificuldade, arrastando os pés até a cozinha. Preparei um café fraco, pão com manteiga requentado e sentei sozinha, de frente pra parede, encarando o vazio. Era sempre assim agora. A rotina que antes tinha um pouco de cor… agora tava cinza. Não era só o corpo que doía. Era o peso de tudo.

